Ato 1 Magna - O nascimento
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Zakir Melti
Yumi
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Re: Ato 1 Magna - O nascimento
3 Minutos
Era tudo que Sayako precisava naquele momento, ela estava próximo a entrada do jardim, por onde saiu junto de sua irmã. Quando se deu por conta, como em câmera lenta, ela estava atônita olhando aquela raposa branca, que mais parecia uma deusa, por alguns segundos ela olhou para aquele homem, Koji, e se viu encantada pelos seus olhos e postura em batalha, mas, ela precisava sair de seus devaneios depressa e concluir a invocação. O poder que aquela Kitsune havia lhe dado tomara menos tempo para invocar sua própria youkai.
- O meu sangue corre... - Sayako fecha os olhos, pronunciando lentamente a invocação.
Enquanto isso ela retira de dentro de sua yukata branca uma faca pequena, corta a palma da mão e pinga sob o chão, imediatamente um brilho azulado toma conta em torno dela formando símbolo de magia negra, uma roda de invocação com kanjis antigos.
Sayuki observa a irmã por alguns segundos, e acaba levando um tiro de uma das nanotecs. Ela desvia a tempo mas, acaba pegando em sua perna direita de raspão. Ela solta um grito de dor leve, mas tenciona seus músculos para que pudesse usar Yumi naquele momento, ela dispara várias vezes, as nanotecs se separam por um breve momento.
- EI GAROTO! Não deixa eles se separarem! - Ela berra para Satoru fazendo-o prestar atenção em si, sentindo o sangue escorrer por debaixo de sua yukata semi rasgada lilás.
Sayako continua mantendo o circulo ativo, girando em torno de seus pés, era uma magia pura, apesar de ser considerada magia negra de invocação. Nunca visto antes, quase ninguém em Hanatsuki tinha uma capacidade de purificar um circulo como aquele, a não ser sua finada mãe Kaede.
- A minha força é a sua força... - Sayako se mantinha firme, agora espremendo o sangue de sua palma da mão, fazendo-a franzir o cenho ainda de olhos fechados.
É nesse momento que a batalha se torna mais intensa, as nanotecs tentam por imobilizar Satoru por duas vezes, mas, Sayuki evita com tiro nas mesmas, a capacidade regenerativa de cada uma delas se tornava mais lenta a cada segundo e isso era um ponto positivo que eles tinham naquele momento. Sayuki desviava e permanecia atirando, enquanto Satoru combinava seus ataques para fortalecer os golpes do canhão dela para que as nanotecs não voltassem a se regenerar, foi nesse momento que os dois puderam ouvir claramente:
- VENHA HANAYUME YUI
Uma luz azul muito forte surgiu de onde Sayako estava, e de repente ventos gélidos tomaram conta do lugar, em apenas 10 segundos o jardim estava tomado por uma nevasca enorme, caminhando lentamente sob a neve estava a Yuki Onna de Sayako, Hanayume Yui, era uma jovem youkai, que seguia a aparência de acordo com a idade de seu portador, apesar de agora com o "plus" da kistune de Satoru ter feito ela crescer um pouco mais.
Hanayumi de repente começa a flutuar na direção de onde estavam as nanotecs tentando se regenerar, olha para ambos Sayuki e Satoru e diz.
- Minha mestra ainda não tem total controle sobre mim, então vou lhes conceder 10 segundos, vocês tem que ser rápidos! - Sua voz era doce como uma flauta e era firme tanto quanto. - Ice Hell... - Ela abre os braços e um poder sem igual sai de suas mãos, o frio congelante penetra nas nanotecs, entrando em cada circuito paralisando-as da ponta dos pés até a cabeça. - Agora! - Ela as mantinha daquele jeito enquanto esperava que Satoru e Sayuki já exausta terminassem o trabalho.
- Yumi AGORA!
Sayuki grita para Yumi que saísse da forma de canhão e injetasse o fluido vital ao mesmo tempo que Ryuko.
Longe dali Sayako continuava em sua prece, fortalecendo Yui para que ela terminasse de congelar as duas nanotecs.
E assim fora feito, agilmente e em sincronia os dois nanotecs tanto de Satoru quanto Yumi conseguem encontrar um ponto focal de injeção do fluído vital, mas propositalmente cravaram-no em outra área para que as "duas armas" fossem de vez inabilitadas, pode-se ouvir então micros explosões internas dentro de cada nanotec inimiga e foi então que a magia de Sayako findou e ela caiu exausta no chão, antes de perder a consciência Sayako pode ver as nanotecs destruidas, bem como Hanayumi tocando em sua mão fechando o ferimento que havia aberto ao invocá-la.
- Você foi muito bem mestra... Obrigada! - Yui sorri.
Logo, a Yuki Onna desaparece como uma nevasca diante dos olhos de Sayako.
Depois de uma luta exaustiva, com diversos ataques e suor, Sayuki grita de felicidade e pula nos braços de Satoru.
- Tio você foi demais! - Fica pulando ao redor dele abraçada na cintura.
Yumi e Ryuko se entreolham e dão de ombros vendo aquela cena, ambos estavam sujos de "fuligem", barro e folhas.
Sayuki se dá conta do corpo da irmã exaurido pela invocação, e logo empurra Koji como se fosse um qualquer e abraça a irmã tentando acordá-la desesperada sem entender no chão.
- Mana! maninha! Acorda por favor! Mana... Por favor! - Ela acariciava o rosto de Sayako tentando acordá-la, seus olhos se enchem de lágrimas, vendo que Sayako não despertava.
Koji sabia o que era aquilo, a exaustão de um corpo mau treinado para invocar um Yokai, no qual Sayako atingiu níveis grotescos de perda de energia maligna. Sayako fora bem treinada para invocar criaturas, porém lhe faltava treino e isso era perceptível a qualquer um Hanatsuki com dons para magia negra. O estranho era, como uma delas podia controlar tão bem isto e a outra mal dava para sentir a magia em torno de si?
Sayako nasceu com o dom da magia como uma verdadeira Hanatsuki, já Sayuki da manipulação de armas, velocidade entre outros aspectos da espécie Khantsu.
Como poderiam ser tão iguais, mas, tão diferentes? Koji não havia se ligado nisso, mas, ver as duas lhe deu um estalo, quem eram aquelas duas crianças? E quem eram seus pais? Como poderia existir uma menina de cabelos brancos? A única espécie que tinha aquela tonalidade eram os Khantsu; Koji observava com atenção as duas, será que Izuko está mentindo sobre pintar os cabelos das gêmeas como passatempo? Bem como os comentários maldosos que ouvira nesta noite, sobre elas, dos guardas que estavam sentados atrás dele?
Era passado das 06hrs da manhã, o sol já nascia diante deles, enquanto isto no camarim, Miyamura Kaito percebeu que estava só, os guardas e todo seu grupo havia sido derrotado, não conseguia ouvir ninguém, ele tentou chamar desesperado inúmeras vezes suas nanotecs, mas, foi em vão, era tarde demais para isso, elas haviam se desintegrado lá no jardim. Ele então começa a atacar Chen Zen com palavras de baixo calão, e a tentar agredi-lo com suas pistolas especiais, mas, foi facilmente desarmado, resolveu entrar em combate corpo a corpo, mas seus movimentos não eram tão ágeis quanto aquele homem a sua frente.
- SEU DESGRAÇADO! EU VOU MATAR VOCÊS! VOU MATAR TODOS VOCÊS! VENHA MONGE, PRIMEIRO VOCÊ DEPOIS AQUELA VADIA BEM ALI! - Miyamura estava visivelmente fora de si e violento, queria acabar com Chen Zen a todo custo, bem como Bianca mori, seu sorriso era pura insanidade e sarcasmo ele queria aproveitar aquela luta do jeito que fosse.
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OFF: GOMENNNNNAAAASAIIIIIIIIIIIIIIIII Depois de séculos.
Vamos lá, eu encerrei o arco no jardim, sendo bem rápida mesmo, perdão, mas, se Yumi e Satoru quiserem fazer suas participações antes de fecharmos estes ato, podem concluir, mas, seguindo o final ali como já descrevi.
Já o Chen Zen pode concluir com Miyamura como conversamos via whats.
O ato dois já está a caminho! ^^/ Vamos encerrar aqui e começar logo, logo, só preciso do final entre Chen Zen e Miyamura. Ok?
Obrigadão por esperarem e desculpa minha falta de criatividade nesse post, vou tentar melhorar. T-T
Bjs mil!
Era tudo que Sayako precisava naquele momento, ela estava próximo a entrada do jardim, por onde saiu junto de sua irmã. Quando se deu por conta, como em câmera lenta, ela estava atônita olhando aquela raposa branca, que mais parecia uma deusa, por alguns segundos ela olhou para aquele homem, Koji, e se viu encantada pelos seus olhos e postura em batalha, mas, ela precisava sair de seus devaneios depressa e concluir a invocação. O poder que aquela Kitsune havia lhe dado tomara menos tempo para invocar sua própria youkai.
- O meu sangue corre... - Sayako fecha os olhos, pronunciando lentamente a invocação.
Enquanto isso ela retira de dentro de sua yukata branca uma faca pequena, corta a palma da mão e pinga sob o chão, imediatamente um brilho azulado toma conta em torno dela formando símbolo de magia negra, uma roda de invocação com kanjis antigos.
Sayuki observa a irmã por alguns segundos, e acaba levando um tiro de uma das nanotecs. Ela desvia a tempo mas, acaba pegando em sua perna direita de raspão. Ela solta um grito de dor leve, mas tenciona seus músculos para que pudesse usar Yumi naquele momento, ela dispara várias vezes, as nanotecs se separam por um breve momento.
- EI GAROTO! Não deixa eles se separarem! - Ela berra para Satoru fazendo-o prestar atenção em si, sentindo o sangue escorrer por debaixo de sua yukata semi rasgada lilás.
Sayako continua mantendo o circulo ativo, girando em torno de seus pés, era uma magia pura, apesar de ser considerada magia negra de invocação. Nunca visto antes, quase ninguém em Hanatsuki tinha uma capacidade de purificar um circulo como aquele, a não ser sua finada mãe Kaede.
- A minha força é a sua força... - Sayako se mantinha firme, agora espremendo o sangue de sua palma da mão, fazendo-a franzir o cenho ainda de olhos fechados.
É nesse momento que a batalha se torna mais intensa, as nanotecs tentam por imobilizar Satoru por duas vezes, mas, Sayuki evita com tiro nas mesmas, a capacidade regenerativa de cada uma delas se tornava mais lenta a cada segundo e isso era um ponto positivo que eles tinham naquele momento. Sayuki desviava e permanecia atirando, enquanto Satoru combinava seus ataques para fortalecer os golpes do canhão dela para que as nanotecs não voltassem a se regenerar, foi nesse momento que os dois puderam ouvir claramente:
- VENHA HANAYUME YUI
Uma luz azul muito forte surgiu de onde Sayako estava, e de repente ventos gélidos tomaram conta do lugar, em apenas 10 segundos o jardim estava tomado por uma nevasca enorme, caminhando lentamente sob a neve estava a Yuki Onna de Sayako, Hanayume Yui, era uma jovem youkai, que seguia a aparência de acordo com a idade de seu portador, apesar de agora com o "plus" da kistune de Satoru ter feito ela crescer um pouco mais.
Hanayume Yui em forma adolescente
Hanayumi de repente começa a flutuar na direção de onde estavam as nanotecs tentando se regenerar, olha para ambos Sayuki e Satoru e diz.
- Minha mestra ainda não tem total controle sobre mim, então vou lhes conceder 10 segundos, vocês tem que ser rápidos! - Sua voz era doce como uma flauta e era firme tanto quanto. - Ice Hell... - Ela abre os braços e um poder sem igual sai de suas mãos, o frio congelante penetra nas nanotecs, entrando em cada circuito paralisando-as da ponta dos pés até a cabeça. - Agora! - Ela as mantinha daquele jeito enquanto esperava que Satoru e Sayuki já exausta terminassem o trabalho.
- Yumi AGORA!
Sayuki grita para Yumi que saísse da forma de canhão e injetasse o fluido vital ao mesmo tempo que Ryuko.
Longe dali Sayako continuava em sua prece, fortalecendo Yui para que ela terminasse de congelar as duas nanotecs.
E assim fora feito, agilmente e em sincronia os dois nanotecs tanto de Satoru quanto Yumi conseguem encontrar um ponto focal de injeção do fluído vital, mas propositalmente cravaram-no em outra área para que as "duas armas" fossem de vez inabilitadas, pode-se ouvir então micros explosões internas dentro de cada nanotec inimiga e foi então que a magia de Sayako findou e ela caiu exausta no chão, antes de perder a consciência Sayako pode ver as nanotecs destruidas, bem como Hanayumi tocando em sua mão fechando o ferimento que havia aberto ao invocá-la.
- Você foi muito bem mestra... Obrigada! - Yui sorri.
Logo, a Yuki Onna desaparece como uma nevasca diante dos olhos de Sayako.
Depois de uma luta exaustiva, com diversos ataques e suor, Sayuki grita de felicidade e pula nos braços de Satoru.
- Tio você foi demais! - Fica pulando ao redor dele abraçada na cintura.
Yumi e Ryuko se entreolham e dão de ombros vendo aquela cena, ambos estavam sujos de "fuligem", barro e folhas.
Sayuki se dá conta do corpo da irmã exaurido pela invocação, e logo empurra Koji como se fosse um qualquer e abraça a irmã tentando acordá-la desesperada sem entender no chão.
- Mana! maninha! Acorda por favor! Mana... Por favor! - Ela acariciava o rosto de Sayako tentando acordá-la, seus olhos se enchem de lágrimas, vendo que Sayako não despertava.
Koji sabia o que era aquilo, a exaustão de um corpo mau treinado para invocar um Yokai, no qual Sayako atingiu níveis grotescos de perda de energia maligna. Sayako fora bem treinada para invocar criaturas, porém lhe faltava treino e isso era perceptível a qualquer um Hanatsuki com dons para magia negra. O estranho era, como uma delas podia controlar tão bem isto e a outra mal dava para sentir a magia em torno de si?
Sayako nasceu com o dom da magia como uma verdadeira Hanatsuki, já Sayuki da manipulação de armas, velocidade entre outros aspectos da espécie Khantsu.
Como poderiam ser tão iguais, mas, tão diferentes? Koji não havia se ligado nisso, mas, ver as duas lhe deu um estalo, quem eram aquelas duas crianças? E quem eram seus pais? Como poderia existir uma menina de cabelos brancos? A única espécie que tinha aquela tonalidade eram os Khantsu; Koji observava com atenção as duas, será que Izuko está mentindo sobre pintar os cabelos das gêmeas como passatempo? Bem como os comentários maldosos que ouvira nesta noite, sobre elas, dos guardas que estavam sentados atrás dele?
Era passado das 06hrs da manhã, o sol já nascia diante deles, enquanto isto no camarim, Miyamura Kaito percebeu que estava só, os guardas e todo seu grupo havia sido derrotado, não conseguia ouvir ninguém, ele tentou chamar desesperado inúmeras vezes suas nanotecs, mas, foi em vão, era tarde demais para isso, elas haviam se desintegrado lá no jardim. Ele então começa a atacar Chen Zen com palavras de baixo calão, e a tentar agredi-lo com suas pistolas especiais, mas, foi facilmente desarmado, resolveu entrar em combate corpo a corpo, mas seus movimentos não eram tão ágeis quanto aquele homem a sua frente.
- SEU DESGRAÇADO! EU VOU MATAR VOCÊS! VOU MATAR TODOS VOCÊS! VENHA MONGE, PRIMEIRO VOCÊ DEPOIS AQUELA VADIA BEM ALI! - Miyamura estava visivelmente fora de si e violento, queria acabar com Chen Zen a todo custo, bem como Bianca mori, seu sorriso era pura insanidade e sarcasmo ele queria aproveitar aquela luta do jeito que fosse.
TO BE CONTINUED...
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OFF: GOMENNNNNAAAASAIIIIIIIIIIIIIIIII Depois de séculos.
Vamos lá, eu encerrei o arco no jardim, sendo bem rápida mesmo, perdão, mas, se Yumi e Satoru quiserem fazer suas participações antes de fecharmos estes ato, podem concluir, mas, seguindo o final ali como já descrevi.
Já o Chen Zen pode concluir com Miyamura como conversamos via whats.
O ato dois já está a caminho! ^^/ Vamos encerrar aqui e começar logo, logo, só preciso do final entre Chen Zen e Miyamura. Ok?
Obrigadão por esperarem e desculpa minha falta de criatividade nesse post, vou tentar melhorar. T-T
Bjs mil!
Re: Ato 1 Magna - O nascimento
Em resposta ao pedido de Chen Zhen, Miyamura simplesmente se levantou do chão rindo de escárnio e deboche, parecendo completamente não afetado pela violência com a qual suas costas bateram na parede momentos antes. Ao invés de demonstrar raiva e frustração pelo fato do monge ter atrapalhado seus planos vis em relação à garota, o oficial parecia estar se divertindo com a inocência daquele pedido.
- Quem você pensa que é para me ordenar alguma coisa? Só porque conseguiu passar pelos meus seguranças, isso não quer dizer que vai passar por mim
As palavras e o tom de voz daquela resposta transbordavam de megalomania e narcisismo. Pela primeira vez, o major de Magna dirigia a palavra a Chen Zhen e olhava para ele, esquecendo a presença de Bianca por um breve momento. No seu rosto havia um semblante de loucura e sociopatia.
- Este homem é a encarnação da palavra maldade - Chen Zhen pensou, perturbado, enquanto se posicionava entre ele e a ferreira de Abdalah, fazendo de si mesmo uma espécie de barricada que impedia Miyamura de se aproximar novamente de sua vítima, ou mesmo vê-la.
- Vem aqui se meter enquanto eu estava me divertindo com essa vadia, estragou minha diversão! Agora vai ter que pagar por isso!
O major continuava disparando insultos contra eles. Chen Zhen assumiu a posição defensiva de braços e pernas do Estilo Tigre e se preparou para a batalha. Precisaria lutar contra Miyamura enquanto protegia Bianca. Não seria uma tarefa muito fácil.
Mas, no momento em que Miyamura ia chutar o solo para avançar, algo imprevisível aconteceu.
Um borrão passou ao lado de Chen Zhen em alta velocidade, disparando em direção ao major. Foi tão rápido e tão repentino que, por um momento, ele pensou que alguém havia arremessado um objeto grande, do tamanho de um corpo humano, contra Miyamura. O borrão se chocou contra o corpo do oficial e o compeliu a comprimir as costas contra a parede. Só então foi possível entender o que acontecia.
O borrão era ninguém menos que Bianca, tomada por uma espécie de frenesi selvagem. Ela simplesmente havia arremessado a si mesma em direção ao inimigo. Seus olhos estavam vermelhos. Seus cabelos, desgrenhados. Ela tinha os dentes cerrados, e os músculos de seu rosto estavam contorcidos de forma a ilustrar a definição da palavra “ódio”; um semblante completamente diferente da vítima acuada e indefesa que Chen Zhen vira quando entrou na sala. A maquiagem borrada complementava esse semblante de ódio dando-lhe um aspecto ainda mais medonho, quase diabólico. Com uma poderosa chave de pernas, Bianca comprimia as costelas de Miyamura. Com suas mãos, ela começou a desferir uma saraivada de arranhões, como um gato selvagem, no rosto e pescoço do major. Ela atacava frenética e irracionalmente, emitindo grunhidos e gemidos incompreensíveis. Em pouco tempo, começou a adicionar mordidas ao seu repertório de ataques.
- Mas que MERDA é isso??? SAI DE CIMA DE MIM, SUA LOUCA! - foi possível identificar pânico na voz de Miyamura, enquanto tentava inutilmente se defender das unhadas e dentadas.
Os papéis haviam se invertido. O agressor havia se tornado a vítima acuada, tentando se livrar do ataque furioso e vingativo daquela que era sua presa há dois minutos atrás. Miyamura, em pânico, ao perceber que não conseguia se desvencilhar, tentou chamar suas nanotecs por socorro, mas sem resultado. Chen Zhen olhava, perplexo, a garota urrando e gritando coisas desconexas enquanto cobria o major com golpes cheios de ódio e selvageria. Se perguntou se o trauma de ter uma experiência de quase-estupro, somado à explosão do instinto mais básico de autopreservação, havia deixado-a louca. Durante uma fração de segundo, ele teve um pensamento absurdo. Cogitou a possibilidade de Bianca começar a canibalizar a carne de Miyamura, comendo-o vivo, como uma besta irracional enlouquecida, tamanha era a sua semelhança com uma fera indomável e faminta naquele momento.
De repente, Chen Zhen se sobressaltou. O major começou a guinchar agudamente, como um animal sendo abatido. Bianca havia cravado a mandíbula violentamente na bochecha dele, apertando as presas com força e fazendo esguichos de sangue voarem para todos os lados. Mas não foi só isso. Enquanto mantinha o corpo de Miyamura colado ao seu pela força das pernas, ela agarrou com as duas mãos uma das mechas do cabelo negro do homem, e a puxou violentamente, como se sua vida dependesse disso, como se sua intenção fosse escalpelar o major. Chen Zhen testemunhou o momento em que o couro cabeludo de Miyamura começou a se rasgar e sair do lugar.
- AGORA CHEGA! - o oficial berrou a plenos pulmões.
Em um esforço desesperado, Miyamura conseguiu se desvencilhar de Bianca como alguém se livrando de um carcaju louco. Dando-lhe dois socos nas costelas, conseguiu compeli-la a se afastar dele.
Só quando Bianca se afastou de Miyamura, Chen Zhen conseguiu analisar com detalhes o estado no qual a garota havia deixado o major. O elegante uniforme das forças armadas de Magna estava virado em farrapos. O cabelo negro e outrora bem cuidado estava completamente bagunçado, com o couro cabeludo denso e empapado de sangue. Uma espessa faixa vermelha escorria volumosamente ao longo da têmpora de Miyamura, tendo sua nascente no lugar onde o couro cabeludo foi quase arrancado a puxões. A bochecha estava mutilada e sangrenta. Por toda a superfície do restante do rosto e pescoço, era possível ver uma confusão de escoriações, arranhões, marcas de dentes e esfolamentos. Ele se parecia menos com um oficial de alta patente, e mais com um mendigo portador de uma doença de pele que acabara de ser espancado e violado na rua.
- Você não serve para mais nada agora, então não me atrapalhe.
O desejo lascivo de obter prazer com a garota havia evaporado completamente. Agora, só havia ódio e desejo de vingança através da morte. O major levou a mão direita ao interior do uniforme esfarrapado e puxou uma pistola. O sangue de Chen Zhen gelou. Uma imagem da garçonete elfa que ele vira antes, durante o confronto no salão, sentada no chão e com as costas apoiadas na parede, com parte do crânio estourado e sangue e miolos por todos os lados ao redor, relampejou em sua mente.
Chen Zhen não pôde evitar que Miyamura disparasse o primeiro tiro, que, pela graça dos deuses, atingiu Bianca somente de raspão. Mas conseguiu evitar o segundo. Concentrando força nas pernas, ele chutou o solo, avançou em direção à Miyamura em uma fração de segundo, e entrou em seu raio de ação. Agarrou o pulso do major com a poderosa Garra de Águia, e torceu-o quase além das suas capacidades, quase quebrando-o, mas sendo bem sucedido em fazê-lo largar a pistola. A arma se soltou da mão torcida e emitiu um som metálico ao cair no chão. Chen Zhen varreu-a para longe com o pé. Com a outra perna, desferiu uma joelhada em cheio no estômago de Miyamura, com o objetivo de atordoá-lo. Todo o ar que havia dentro dele foi expulso de uma só vez, em uma violenta bufada de dor. O major caiu de joelhos, segurando a barriga, grunhindo e tentando recuperar o fôlego respirando aos solavancos.
- Renda-se e vá embora deste lugar, major - Chen Zhen pediu.
Miyamura recuperou parte do fôlego e ergueu o rosto para encará-lo, com os olhos arregalados de ódio e dentes cerrados.
- SEU DESGRAÇADO! EU VOU MATAR VOCÊS! VOU MATAR TODOS VOCÊS! - vociferou entre dentes - VENHA MONGE, PRIMEIRO VOCÊ DEPOIS AQUELA VADIA BEM ALI!
Para a surpresa de Chen Zhen, Miyamura ainda tinha mais armas escondidas dentro do uniforme. Dessa vez, foi puxado um par de soqueiras de metal prateadas com uma lâmina acoplada em cada uma.
O major equipou os itens, ficou novamente em pé e avançou, atacando e gritando.
- MORRA, SEU CAMPONÊS DE KIAULEN!!!! MORRA!!!! MORRA!!!! MORRA, DESGRAÇADO!!!!
Miyamura rugia e atacava enlouquecidamente, não demonstrando preocupação nenhuma com polidez de movimentos, técnica, forma ou estratégia, simplesmente tentando cortar Chen Zhen do jeito que fosse possível com as lâminas das soqueiras, porém conseguindo cortar somente o ar. Sem muita dificuldade, o monge conseguiu evitar os ataques, girando o corpo, movendo-se para o lado e praticamente dançando ao redor do major, que ficava cada vez mais frustrado e furioso quanto mais seus golpes falhavam.
- Ele não é totalmente inabilidoso - Chen Zhen pensou - mas seus golpes são previsíveis. Ele olha para onde vai atacar e puxa o braço exageradamente para trás antes de desferir o golpe, telegrafando suas intenções com um segundo inteiro de antecedência. Sua vontade de me matar provavelmente é tamanha, que ele sequer está pensando antes de desferir os golpes desajeitados.
Miyamura urrou e desferiu um soco com toda a força. Chen Zhen simplesmente desapareceu do seu campo de visão. O major, frustrado e encolerizado, olhou para todos os lados, esbaforido e cuspindo gotas de sangue e saliva, como um animal raivoso.
De repente, o oficial pôde sentir como se o coice de um cavalo robótico atingisse suas costas. Com uma poderosa cotovelada, Chen Zhen fez o corpo de Miyamura voar para a frente. Um grande espelho oval, da altura de uma pessoa adulta, posicionado junto à parede, estava diretamente na rota de colisão. O corpo do major simplesmente se estatelou de frente contra o espelho, quebrando-o. Rachaduras se espalharam para todos os lados, e alguns pedaços do vidro cristalino se desprenderam e caíram ao chão. Miyamura desfaleceu, ofegante.
- Renda-se, major - Chen Zhen se aproximou e pediu mais uma vez, às suas costas.
O major olhou para trás. Chen Zhen percebeu que alguns pequenos cacos de vidro haviam se alojado na carne de seu rosto, dando origem a mais filetes de sangue escorrendo por sua face. Mas o oficial ainda não havia se dado por vencido. Ele urrou de fúria e tentou furar o monge com a ponta afiada da lâmina de uma das soqueiras, desferindo um golpe horizontal em arco com o braço, de dentro para fora. Sem dificuldade, Chen Zhen agarrou o braço que veio em sua direção, não deixando a soqueira tocá-lo. Com um poderoso golpe com a palma da mão desferido no cotovelo, o braço se partiu como um graveto seco, e ficou dobrado ao contrário.
Miyamura gemeu e xingou, se afastando de Chen Zhen e segurando o braço inutilizado. A mão perdeu força, e a soqueira caiu.
- Renda-se, major - Chen Zhen pediu novamente.
O inimigo respondeu ao pedido cuspindo na direção dele. E então, tentou outro soco metálico com o braço que ainda estava bom. Chen Zhen agarrou o pulso da mão que veio em direção ao seu rosto e desferiu um poderoso soco de propósito contra os nós metálicos da soqueira, estraçalhando o metal e os dedos que ele envolvia. Puxou a soqueira quebrada, removendo-a, agarrou firme a mão dos dedos esmigalhados e torceu-a, fazendo Miyamura dar uma cambalhota no ar e cair com as costas no chão. O movimento fez o pulso do major se partir. Agora, ele estava com os dois braços inutilizados.
- Renda-se, major - Chen Zhen pediu novamente.
Com dificuldade, o inimigo se pôs de pé novamente. Respirava entre dentes cerrados devido à dor que o assolava por todos os lados, lançando grunhidos semelhantes aos de um animal, e perdigotos de saliva. Por vezes, esguichos de sangue eram expelidos com força de dentro das feridas, tamanha era a força com a qual o major enrijecia os músculos do rosto. O monge simplesmente o observava, e então percebeu que seu próximo gesto desesperado seria um chute baixo direcionado às suas partes íntimas. Chen Zhen girou o corpo, agarrou a perna que passou ao seu lado, ergueu-a, esticando-a, e, com uma violenta cotovelada de cima para baixo, transformou o joelho de Miyamura em mingau, e sua perna, em um galho partido.
Miyamura gritou de dor, e estava prestes a desfalecer novamente, mas Chen Zhen o amparou, mantendo-o em pé e olhando-o nos olhos.
- Eu vou matar todos vocês - o major continuava xingando, insultando e lançando maldições - vou matar vocês, estuprar suas irmãs, estuprar suas mães, estuprar suas filhas, estuprar suas netas, estuprar suas esposas, estuprar todas as mulheres deste mundo… eu sou Miyamura Kaito, major das forças armadas de Magna a serviço do rei Kenzo Shin, e posso fazer a porra que eu quiser, Genji filho da puta.
Chen Zhen segurou Miyamura pelos ombros e o fez dar meia volta, para que ficasse de frente para o espelho quebrado, e tivesse um vislumbre da criatura desgrenhada, esfarrapada, coberta de sangue e feridas, com os membros quebrados e digna de pena que havia se tornado. Sem dizer nada, o monge simplesmente deu ao oficial alguns segundos para contemplar e absorver aquela visão asquerosa e patética, e então agarrou a cabeça dele pelos cabelos, e a arremessou contra o vidro. O rosto de Miyamura bateu violentamente contra o espelho, abrindo mais rachaduras no mesmo, e fazendo mais estilhaços rolarem para o chão. Miyamura caiu apoiado sobre o único joelho que ainda se dobrava normalmente. Chen Zhen se aproximou dele e se agachou ao seu lado.
- Você tem um belo rosto, que não condiz com a podridão de sua alma, major. Esse belo rosto tem o potencial de ludibriar e enganar pessoas inocentes que não possuem o domínio sobre a leitura de chi, e não podem identificar suas intenções podres. As pessoas não merecem ser enganadas por você dessa forma. Um homem como você merece carregar um rosto adequado para servir como cartão de visitas que deixe bem claro o que se passa dentro da sua mente, e o tipo de pessoa que você é por dentro. Farei com que você fique parecido, do lado de fora, com o que você realmente é por dentro. A senhora Bianca já começou o serviço - Chen Zhen olhava para o couro cabeludo sangrento e a bochecha mastigada - Eu irei terminá-lo.
Chen Zhen segurou a cabeça de Miyamura e a apertou com força contra o vidro trincado. Os grunhidos de dor que o major soltou denunciaram que mais pedaços de vidro estavam se encravando nos músculos de sua face. E então, mantendo o rosto do major comprimido junto ao espelho partido, Chen Zhen violenta e vagarosamente empurrou a cabeça dele para baixo.
Os gritos guturais e agonizantes que Miyamura soltou enquanto seu rosto era brutalmente dilacerado pelos cacos de vidro do espelho quebrado certamente puderam ser ouvidos por todo o estabelecimento Tsuki no Ai. Uma parte considerável do espelho destruído estava pintada de vermelho agora. Chen Zhen virou o corpo do major para si e permitiu que ele se sentasse ao chão, gemendo e respirando de forma semelhante a uma pessoa tendo uma crise de asma. Onde antes havia um rosto, agora só havia um irreconhecível emaranhado de carne dilacerada, sangue jorrando e cacos de vidro. Em breve, moscas, pus e outras nojeiras se juntariam à mistura. Um pedaço de vidro um pouco maior que os demais havia se alojado bem onde ficara o olho esquerdo.
- Spoiler:
Chen Zhen chegou perto de Miyamura e falou com ele.
- Para homens como você, nem mesmo isto é suficiente, major. Eu não ignorei o que você acabou de dizer agora há pouco. Você disse, convincentemente, que estupraria nossas filhas, netas, esposas, mães, irmãs… A parte mais triste é que eu estou convencido de que um homem como você realmente se dedicaria a cumprir esse objetivo, senhor Miyamura. Eu não posso permitir isso. Não posso conceber a mais remota possibilidade de você tentar fazer novamente o que tentou fazer com a senhora Bianca hoje. Não posso matar você para impedir isso, meu mestre me proibiu. Então, terei que tomar outra providência.
Em um movimento à primeira vista estranho, Chen Zhen levou a mão para dentro da calça de Miyamura, na região entre as pernas. A poderosa Garra de Águia encontrou seu alvo, e ele apertou os dedos. Miyamura havia perdido a capacidade de fazer expressões faciais que denotassem dor, mas seu corpo se retesou.
- Os deuses nos dão dons - disse Chen Zhen, mantendo contato visual com o que restava do rosto do major - Se não sabemos usá-los com sabedoria, eles os tomam de volta. Você não merece o dom da masculinidade que foi concedido a você, senhor Miyamura.
Mantendo a Garra de Água implacavelmente fechada ao redor da sua presa como se fosse uma prensa hidráulica, Chen Zhen puxou. E puxou. E puxou. E puxou. E continuou puxando impiedosamente. O corpo se Miyamura se sacudiu violentamente em espasmos de dor, e o major emitiu silvos de um animal agonizante, enquanto tentava sem sucesso chutar e empurrar o monge para longe com a única perna intacta que lhe restava. Chen Zhen imobilizou essa perna contra o chão usando ambos os joelhos e o peso do próprio corpo, e continuou puxando. Eventualmente, pôde sentir que pele e músculos estavam se rompendo e saindo do lugar, e continuou puxando. De dentro para fora, a calça que compunha o uniforme militar começou a ficar com uma tonalidade mais escura, devido ao sangue empapando-a. Chen Zhen não parou até que pôde sentir que uma parte de Miyamura havia se separado do restante.
Ao perceber que conseguiu arrancar de Miyamura aquilo que ditava suas decisões e influenciava seus atos, Chen Zhen se levantou. O corpo do major rolou para o lado, ficou de bruços no chão e quase parou de se mover completamente, com duas poças de sangue começando a se formar abaixo dele, uma sob o rosto, outra sob a virilha. A parte de cima da calça estava pegajosa e com uma tonalidade de cor diferente da parte de baixo, e o cheiro desagradável que Chen Zhen começou a sentir denunciou que não era apenas sangue que sujava as calças do inimigo derrotado. Mas suas costas ainda se moviam, quase imperceptivelmente, para cima e para baixo. De alguma forma, o ar ainda entrava e saía dos pulmões dele. A ordem dada por Kioshin não foi descumprida. Chen Zhen olhou com asco para o monte de pele, carne, nervos e sangue que segurava em sua mão e que, há minutos atrás, eram a masculinidade do major de Magna, e arremessou o corpo asqueroso em direção a um braseiro que queimava próximo a uma parede da sala. O ódio e a vontade de matar aquele homem haviam passado. Agora, ele só sentia pena.
- Vou partir do pressuposto que você ainda pode me ouvir, senhor Miyamura - disse Chen Zhen, limpando as mãos em um pedaço de pano esfarrapado que coletou do chão - mesmo um homem como você merece a minha sinceridade. Eu desejei matá-lo assim que entrei por aquela porta. Estive muito perto de ter um momento de fraqueza e desvio do caminho. Mas a sabedoria de meu mestre se mostrou novamente dois passos adiante da minha. Para algumas pessoas, até mesmo a morte pode ser uma punição branda demais. Um homem como você merece continuar vivendo. Merece acordar todos os dias e olhar para o seu verdadeiro rosto, esse rosto arruinado, no espelho, enquanto se lembra de que não é mais um homem. Essa é a sua penitência. Carregue-a, e, quando chegar a hora, os deuses decidirão se você pagou as suas dívidas.
Após dizer isso, ele deixou de dar atenção a Miyamura e procurou Bianca no quarto. Localizou-a de cócoras junto a uma parede, segurando o braço ensanguentado pelo tiro de pistola que pegou de raspão. Ele caminhou até ela e se abaixou.
- Relaxe. Deixe-me ver isso.
Chen Zhen retirou a mão que cobria o ferimento e o analisou.
- Ótimo, a bala não se alojou. Apenas arranhou e passou reto. Posso fechar isso sem precisar me preocupar com a presença de um corpo estranho de tamanho considerável ainda aí dentro.
Fechou os olhos para se concentrar e prostrou uma mão próximo à ferida.
- Estilo Tigre. Sopro Divino.
A mão de Chen Zhen emitiu uma luminosidade e um calor semelhantes aos dos raios solares, e o corte da bala começou a se fechar e cicatrizar lentamente, interrompendo o sangramento. Enquanto trabalhava, Chen Zhen fez um comentário.
- O ideal e mais correto seria desinfetar isso antes, mas estamos sem ferramentas e sem tem-
Levantou o olhar e percebeu que Bianca, pela primeira vez desde que ele entrara no aposento, fazia contato visual com ele. Apesar dos cabelos desgrenhados, do rosto coberto de suor, da maquiagem destruída, do queixo pintado de vermelho pelo sangue que arrancara de Miyamura a mordidas, dos olhos inchados, do semblante pós-traumático e do surto psicótico que tivera momentos antes, ela ainda era uma mulher bonita. Reparar nisso o deixou ligeiramente desconfortável e com os batimentos irregulares, e ele voltou a prestar atenção no trabalho de fechar a ferida, sem concluir o que começou a dizer.
Naquele momento, Kioshin entrou pela porta. Arrastava consigo dois jovens soldados de Magna, rendidos e com os rostos repletos de hematomas. Um deles tinha dois dentes frontais faltando na boca. O outro tinha o nariz amassado e os dois olhos enegrecidos como os de um panda.
- Chen Zhen - o mestre chamou.
- Mestre - o discípulo respondeu, levantando-se e fazendo a saudação de Kiaulen.
Kioshin percebeu o corpo de Miyamura estendido no chão, ensanguentado, com os membros quebrados e respirando debilmente. Compreendeu que a batalha havia terminado e virou-se para os soldados de Magna que trouxera consigo.
- Levem-no de volta a Magna e tratem-no.
Ao serem soltos, os soldados amedrontados obedeceram sem pestanejar, correndo aos tropeços e escorregões até o corpo de Miyamura, que estava de bruços. Viraram-no e vomitaram imediatamente, ambos ao mesmo tempo. Kioshin se limitou a franzir o cenho em silêncio, observando o major derrotado com olhos piedosos. Enquanto os soldados desajeitadamente erguiam o corpo de seu comandante, um pelos ombros, outro pelas pernas, e o conduziam para fora do quarto, o mestre olhou de canto de olho com dureza para seu discípulo. Este olhou para o chão, em respeito e submissão ao mestre, assumindo a responsabilidade por aquele possível exagero e se predispondo a ouvir a repreensão necessária, mas não demonstrando arrependimento ou remorso. Kioshin analisou brevemente a situação de Bianca. Fechou os olhos e suspirou. Decidir se Chen Zhen havia exagerado ou não na neutralização da ameaça de Miyamura, se ele enquanto mestre deveria ser mais ou menos rígido na repreensão, era assunto para outro momento. Haviam prioridades maiores agora.
- Vamos - Kioshin dirigiu-se a Chen Zhen e Bianca logo depois dos soldados carregando Miyamura desaparecerem pelos corredores - Izuko-chan convocou a todos para seu abrigo.
Chen Zhen ajudou Bianca a se levantar, e a conduziu para fora. Kioshin deixou-os ir na frente.
- Para um homem como Kenzo Shin - o patriarca de Kiaulen pensou - a vida ou a integridade física de um de seus mais importantes oficiais não significa nada. Mas, de bobo, o novo rei de Magna não tem nada. Por mais que Miyamura Kaito não tenha sido morto, o que aconteceu neste quarto será tendenciosamente interpretado e divulgado como uma declaração de hostilidade e insurgência de Kiaulen e Abdalah em relação a Magna. Chen Zhen agiu sob minhas ordens. E Bianca carrega consigo a identidade de uma das famílias mais prestigiadas e notáveis deste continente. Quem feriu gravemente um dos oficiais mais próximos do rei foram Enzo Mori (que presta vassalagem a Rika-chan) e eu. Kiaulen e Abdalah insultaram Magna hoje. Para Kenzo Shin, só isso importa. Dessa vez, talvez nós tenhamos dado um presente ao inimigo. Um pretexto para declarar seu estado beligerante. A praticamente inevitável grande guerra entre os reinos já mostra seus contornos no horizonte.
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