Sayuki Destiny
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Ato 1 Magna - O nascimento

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Zakir Melti
Yumi
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Mensagem por Kenzo Shin Ter Dez 13, 2022 12:10 am

2036 - A era da esperança

Ato 1 Magna - O nascimento Castle10

  O gritos dela se estendiam até o saguão do imenso prédio-castelo, no qual este que poderia ser vislumbrar de longe em Magna. Os corredores alvoroçados com tanto Nanotec cumprindo seu dever em prestar atendimento médico a aquela mulher que urrava pela intensidade da dor. Era o entardecer de um dia conturbado para Shin, ele não desejava que ao final do dia tivesse que encarar a maior decepção da sua vida.
  Kenzo Hisui, se encontrava em seu trono com o olhar sério e perdido, percebendo em seu filho a preocupação latente, mas, sem qualquer sentimento que o pudesse descrever.

- Já passamos por períodos piores meu filho, você sabe que mulheres Hanatsuki's tem total potencial para gerar uma criança com poderes brilhantes. - Hisui tentava apaziguar aquela sensação preocupada que vinha do seu único primogênito.

- Ela não é uma Khantsu pai, nunca vai ser. - Shin responde observando a extensa área do castelo pela imensa janela do saguão.

  Quando Hisui pensa em abrir a boca novamente, uma Nanotec jovem invade o local, se curvando de forma urgente.

- Meu rei a criança está a sua disposição. *Ergue-se novamente e sai do local.*

Ato 1 Magna - O nascimento Hisui110
Hisui aos 20 anos

 Kenzo Hisui era um homem velho, não aparentava a idade que tinha, havia atingido seus 87 anos no ano anterior, estava empolgado pelo nascimento de sua nova geração, isso significava muito para um Khantsu, afinal sua raça se resumia a ele, seu filho, e seus irmãos e sobrinhos. Sua família agora eram em sete, um número bastante místico e auspicioso.
 Shin observava de relance seu pai se levantar do trono, ver aquelas vestes brancas e esvoaçantes percorrerem o extenso salão, era como ver um fantasma se deslocando ao voar. Para ele era um tanto ridículo, já que usava roupas mais formais, do que aquelas vestes velhas que mais pareciam trapos de vestido branco chinês.

Ato 1 Magna - O nascimento Shnnnn10
Shin antes de cortar os cabelos

 Shin ainda leva algum tempo antes de se deslocar ao quarto real, começa a beber um vinho, observando as humanoídes robóticas agilizarem a limpeza do local. Soltando um longo suspiro após uma hora ter se passado, resolve ir até sua esposa, Natsuki Kaede; ao andar pelos corredores de mármores brancos e azuis, vendo o quanto da tecnologia de seu pai fez a diferença no lugar e inclusive na cidade onde viviam, era maravilhoso, mais interessante saber que algum dia, aquilo seria só seu.
 Cada passo que ele dava, luzes nanotec brilhavam e iluminavam as paredes brancas e transparentes em alguns aspectos de ponto de vista, era cores que iam do azul ao rosa, oscilando muitas vezes de forma compassada ao seu ritmo de andar. Pequenos modelos aero gerenciais como drones vigiavam, davam ordens e até ativavam comandos em painéis do castelo para qualquer tipo de função desejada, como portas ocultas.
 Ao chegar no 26º andar do castelo, em cada cantos dos corredores triangulares, se encontrava um médico nanotec de cabeça baixa e preocupado, Shin estreitou os olhos para aquilo, quando adentrou no quarto e viu sua esposa deitada em sua cama de seda branca abraçando dois pequenos seres em seu colo.

- O que diabos é isso Kaede? - Shin a observa com nojo, as duas crianças em seu colo.

Ato 1 Magna - O nascimento Kaedee10
Kaede - Hanatsuki

 Kaede sendo sempre calma e muito silenciosa, quebra seu lamento e informa seu esposo.

- Shin, são nossas filhas, independente do que pense agora, tenho certeza que irão fazer grande uso de nosso poder e de nossas escolhas para o bem de Magna. Não ouse jogá-las fora como fez com nossa primeira criança a qual você destruiu em meu ventre, com suas alucinações impensadas... - Ela tremia o queixo, pois sabia em 50% em leitura mental, sua intenção.

 Kenzo Hisui observa Kaede, e percebe o que Shin desejara fazer. Logo se levanta da cama, onde estava ao lado de sua nora, preparado para abraçar o filho. Nesta hora Shin percebe a intenção de seu pai e se afasta ainda mais com nojo e sentindo raiva do que havia visto.

- Shin, são suas filhas, o que importa se não são homens? A manifestação de nosso poder é igual, independente do sexo. Eu já lhe ensinei sobre isso.

 *Shin ergue a mão, impedindo o pai de prosseguir o raciocínio, tornando seu semblante mais uma vez frio, ele se aproxima lentamente de Kaede e sussurra em seu ouvido.*

- Pegue estas criaturas sem expectativa, e consuma com elas da minha vista, ou eu farei o mesmo com ao que fiz ao nosso primogênito. Vou manda-las para o inferno, de onde não deveriam ter vindo. *Ele se afasta lentamente tirando um cabelo insistente da frente do rosto de Kaede e colocando-lhe atrás de sua orelha direita.*

 Kaede já sabia, tentou manter-se inerte, sem fazer qualquer movimento, mas, esperou que Shin saísse do quarto para que as lágrimas viessem com intensidade, tentando manter sempre uma expressão séria, mas, daquela vez, ela não conseguiu.
 Hisui ouvia aquelas lárgimas e soluços, e aquilo cortava sua alma. Ver que seu filho não tinha sequer amor por sua família, era deveras devastador.

- Kaede, leva as crianças daqui, dê-lhes um nome e um propósito, o que eu lhe deixei é apenas uma parte da missão que as encarreguei. Um dia, você será grata ao que lhe fiz. *Hisui sorri tocando nas cabeças das crianças.*

- Senhor ela vai precisar... - Uma médica nanotec tentou salientar algo importante, mas fora interrompida.

- O meu plano correrá como planejado Zahira 001, assim como as visões de Kaede que me alertaram ao futuro que virá a seguir, ademais eu sei muito bem do que minhas netas precisam, e tudo será manipulado para tal. - Hisui responde com a certeza da escolha que fizera.

 Com muito pesar, ainda naquela noite, que Zahira 001 a nanotec responsável pelo parto de Kaede também fora a responsável pela saída das crianças do país. Ao se despedir com o coração partido, Kaede as chamou de: Sayuki e Sayako, ambas destinadas a Abdalah terra natal de sua prima Natsuki Izuko.

- Espero que a encontrem em segurança, e que um dia me perdoem. - Kaede beijou a testa das crianças, deixando uma carta escrita a próprio punho que se direcionava a sua prima, antes de as verem entrar em um submarino real.

 Hisui assistia de longe, aquela "fuga" a noite; enquanto no salão real, Kenzo Shin já comunicava a mídia internacional sobre o falecimento de seus herdeiros devido a uma "doença" rara.  

2046 - A era do desespero

 Dez anos se passaram, e Izuko corria de canto em canto, posicionando suas lindas e futuras atendentes de seu prostíbulo a uma foto promovendo o local.

- Meninas! Vocês estão fabulosas! Olha essas carinhas! - Izuko estava derretida com as duas vestidas como "cosplayes de Animalia".

Ato 1 Magna - O nascimento Sayuki11

 Uma elfa que trabalhava na casa, fica observando as duas curiosas.

- Izuzu, não é demais isto? - Ela chamava assim pelo grau de amizade.

- Zakir Melti! Como ousa! Elas são minhas sobrinhas, e um dia serão as melhores bartenders daqui, assim não preciso gastar mais do que já venho gastando ultimamente. - Ela tenta esmurrar a câmera digital que estava danificada. - Oshhh! Mas, que merda! Logo agora!

 Zakir Melti a elfa, dá uma risadinha debochada.

- Será que a ferreira Mori Bianca não pode te dar uma mãozinha com essa ferramenta de 2022? - Ela segue rindo.

- Só porque não estou atualizada não significa que vou perder clientes. - Ela emburra. - Mas, sim, talvez ela consiga consertar essa droga de câmera digital. Se é que isso ainda é possível.

 Enquanto isso as meninas se entreolhavam confusas sentadas em um enorme banco para seus tamanhos.

TO BE CONTINUED...  
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Mensagem por Bianca Qua Dez 14, 2022 12:10 am

- Finalmente está terminado? - uma voz masculina perguntou, entrando no local. Quem falava era o patriarca da família Mori, Enzo Mori. Era final da tarde, e a grande garagem brilhava com o sol do entardecer. Sua cúpula era feita de metal leve e resistente, polímero transparente, criado com tecnologia para proteger do calor e da radiação, tornando a cena ainda mais mágica.
- Sim! E ficou magnífica! - Uma voz feminina respondeu. Ela, sempre bela aos olhos do esposo, a matriarca, Emi Mori.

Uma música suave vinha de dentro da grande garagem dos Mori, atrás da Loja dos Ferreiros. Era ali o local onde as criações e concertos ocorriam, realizados pelos integrantes da família e seus aprendizes. No meio da grande garagem havia um pedestal onde uma belíssima cimitarra recém encantada flutuava. Ela tinha sido encomendada por um senhor de terras, famoso por gostar de pedrarias.

- Bianca, você deve estar cansada - Emi falou com ela, aproximando-se.
No local estavam os aprendizes juniores e os ferreiros sêniores, que foram os ajudantes no encantamento. A forja tinha sido toda feita por Bianca.
- Ah sim, estou sim, mas meu trabalho está completo, e isso me deixa cheia de energia - ela disse sentando em um banco e pegando uma água – mas não teria conseguido sem a ajuda de todos. Obrigada pessoal!
- Nem senta, nanica, a velha Izuko mandou um pedido de ajuda pra você – o jovem Ichiro reclamou – Aliás, me tira uma dúvida... porque ela não pede ajuda para um de nós jovens fortes e cheios de vida? Hum?
- Deve ser porque você fica babando nas meninas dela, e ainda quer beber de graça? Hum, hum? Mão de vaca? – Bianca respondeu – Eu vou até lá e já volto. Deve ser aquela câmera dela dando pau de novo. Eu já falei que não sei consertar, mas ela não entende. Li alguma coisa na biblioteca sobre isso, de repente agora consigo resolver de vez o problema. Fui.

Bianca se dirigiu para o estabelecimento da velha amiga Izuko, nunca a deixaria na mão.

O horário de abrir o local já estava próximo, e Bianca esperava conseguir desvendar o mistério da câmera antes dos clientes invadirem o local. Ela cumprimentou a todos, e começou a trabalhar no equipamento.

- Izuko, te peço por favor para comprar uma câmera que funcione. Não é uma necessidade, já é um ato de amor... E lembre-se, eu sou uma ferreira, não uma Nanotec...
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Mensagem por Kenzo Shin Qui Dez 15, 2022 10:52 pm

Natsuki Izuko, apesar de ser uma velha gueixa ainda dava-se para ver a sua real beleza, afinal ela herdou de sua família, na qual a rainha Kaede era sua prima, casada com ninguém menos que Kenzo Shin, o primogênito de Hisui e futuro rei de Magna.

Ato 1 Magna - O nascimento Iiikkk10

 Andava sempre bem vestida, mas, sempre apressada com seu afazeres, inquieta. Sua personalidade era extrovertida apesar de muitos Hanatsuki's terem sua seriedade. Ela era despachada e toda sensual para com seus nobres que visitavam constantemente o Tsuki no ai, seu prostíbulo e casa de eventos. Izuko era muito conhecida, sua casa ficava no subúrbio a oeste de Mahomet (cidade em que estavam no momento e que fazia divisa com Hanatsuki).

 A noite chegara naquele dia cheio de preparativos e atrações, aquela casa lotaria pela visita do Major Miyamura Kaito, ligado a inteligência militar de Magna. Hoje seria um grande dia, pois era aniversário do lugar, e Kaito escolheria uma jovem para se deleitar naquela noite, seria importante, pois a casa estava a um passo de ser promovida a um status nobre e reconhecida mundialmente através dessa ilustre presença que daria o título oficial.

 Muitas pessoas de Kiaulen também haviam sido convidadas o próprio Kyoshin Yi e seus aprendizes, e algumas pessoas de Magna e Hanatsuki. Afinal a bebida e comida seria servida por conta da casa somente naquela noite.  

"- Izuko, te peço por favor para comprar uma câmera que funcione. Não é uma necessidade, já é um ato de amor... E lembre-se, eu sou uma ferreira, não uma Nanotec..."

 Izuko revira os olhos para Bianca Mori. E faz beicinho.

- Eu sei meu bem, você já me ajudou em tantas coisas, que perdi as contas, mas sabes que sempre te recompenso, não é? - Ela sorri maliciosamente abraçando Bianca por trás. - A gorjeta será bastante gordinha hoje. - Pega o dinheiro de sua pequena bolsinha de seda e coloca dentro das roupas de Mori, abaixo dos seus seios.

 Sayuki e Sayako não entendem nada, apesar de sentirem o leve constrangimento de Bianca. Logos as gêmeas saem correndo dali passando por Melti a elfa.

- Queria saber mais sobre a história delas... - Melti fica pensativa vendo as gêmeas se afastarem correndo e brincando.

 Natsuki Izuki fica séria e se ergue para pegar seu cachimbo comprido de ouro maciço. Olha para as duas e começa a revelar.

- Elas tem sangue real Melti, são princesas de Magna... Afinal eu as criei como filhas, eu sei, mas, sou apenas a prima de segundo grau delas.

 Natsuki caminha pelo salão arrastando seu kimono bordô; a casa era em estilo japonês com uma decoração em preto e vermelho e cheio de flores de sakura criadas por mini nanotec's. Ela se senta no palco circular dourado e tomado por luzes coloridas, mostrando suas belas pernas ainda conservadas ao cruzá-las. Seus olhos pareciam de uma raposa, estreitando-se ao se lembrar de 10 anos antes.

- Elas, são filhas da Rainha de Magna??? - Zakir Melti a elfa estava atônita com a revelação.

- Sim... São. As futuras rainhas de Magna. - Izuko pronuncia aquilo com o ar de deboche e maliciosamente estalando a língua.

  Izuko odiava a palavra Magna, afinal ela tinha péssimas recordações de Shin, e seu tratamento frio com sua prima Kaede em suas férias do prostíbulo, no qual passou um mês com eles.

- O pai delas, é nada mais nada menos que Kenzo Shin, aquele desgraçado filho de uma Khantsu podre, que os Deuses a tenham. - Ela revira os olhos.

 Melti olha para Bianca curiosa e se volta para Izuko.

- Mas, porque elas vieram pra você? Não consigo entender.

 Izuko assopra a fumaça que forma um circulo no ar, e assim outra formando a sombra de um bestial youkai raposa. E observa Melti com certo desdém.

- Você acha que se aquele psicopata assumisse, ele deixaria que mulheres tomassem o trono dele depois querida? - Fala em tom de deboche. -Shin nunca fora flor que se cheire, ele sempre fora um animal descontrolado pela ambição impura que carrega naquela mente desenfreada. Eu não sei como a Kaede aguenta, ele deve ter uma "santa" piroca viu?! - Solta uma gargalhada no fim.

- Izuzuuu... - Melti ri balançando a cabeça em negação pela frase de Izuko indo até o bar e pegando 2 drinks, oferece 1 para Bianca, pois parecia estar cansada. - Sente-se, porque vamos deslumbrar essa Puta veia ai "desenrolar o angu" ou seja, contando a história toda. - Logo ri em seguida.

 Izuko conta que recebera as meninas em uma noite fria debaixo de chuva no porto de Mahutah a sul de Mahomet, em segredo do mundo, mas Sayuki a mais velha, tinha os traços do pai, os malditos cabelos Brancos, então ela inventou que pintava o cabelo da menina para diferenciar da outra, só por zoar e para distinguir quem era quem. Ela as criou como filhas, mas pedia para elas a chamarem de tia, pois pegava melhor para ela e seus clientes. Contava para todos que as havia salvo de uma lixeira na cidade de Mahutah.

- Que loucura! - Melti arregala os olhos.

- Elas vieram com um bilhete de Kaede naquela noite, mas, acabei perdendo no caminho, e a Nanotec que as acompanhou acabou sendo resetada de ultima hora enquanto estávamos a caminho para cá, ficou parada como se estivesse morta sei lá, mas antes me ordenou que em nome da rainha eu criasse as duas. Parece que colocaram mais comandos em sua mente depois disso, e ela passou a ser babá delas desde então. - Deu de ombros.

- Zahira 001? A nanotec que cuida delas? - Melti fica pensativa.

- Sim, Zahira só obedece os comandos de Sayuki, por algum motivo que ainda não entendi, mas, ela fez muito para me ajudar com elas até hoje. Ensinou elas a ler e a escrever antes de irem para escola aos 6 anos. - Fuma mais um pouco.

- Curioso. - Melti abaixa a cabeça pensativa.

- Eu realmente não sei o propósito de Kaede até hoje, mas, talvez algum dia essas duas possam voltar e se tornarem quem realmente são. Elas de alguma forma são especiais, e por mais incrível que pareça, elas me bloqueiam o tempo inteiro em seus pensamentos. - Ela bate de leve o cachimbo em seus lábios vermelhos bordô, perdida em pensamentos. - Bom... Eu acho que é isso... - Ela se levanta do palco.

 De repente uma animalia gata vem correndo e salta na frente de Izuko.

- Senhora!!! Taliah quebrou a perda! - A garota gato parecia aflita.

 Izuko joga o cachimbo longe.

- Não pode ser! Justo ela! A que faria nossa casa mudar de status! - Izuko melancólica vai escorregando até o chão pálida e teatralmente.

 Melti corre para tentar reerguê-la.

- Ai meus deuses! O que vamos fazer Izuko? - Melti parecia bastante preocupada.

- Não tem mais ninguém que dance Bellydance sensualmente como ela naquele palco abusando do estilo pole dance... Eu vou morrer, falecer... Eu vouuu! - Izuko estava passando mal, suando frio.

 Todas as meninas da casa Elfas, animalias e humanas estavam tentando ajudar de alguma forma mas, nada a  fazia melhorar.

- Essa dança foi extinta há séculos madrinha quem ainda saberia dançar com isso? - Uma gata animália comenta.

- Era melhor dança de todos os tempos, vi tantos vídeos antigos... Somente Taliah tinha essa habilidade de família. - Izuko murmura sentada no chão.

 Melti olha para Mori e se aproxima.

- Ai ai... Apesar da maioria aqui saber dançar, a dança "sagrada e antiga" do Bellydance mal sabemos como executar com perfeição, você conhece alguém Mori Bibi? - Melti já questionava, apelidando Bianca Mori. - Por acaso você... - Ela sorri maliciosamente para a ferreira.

 Enquanto isso, o horário festivo se aproximava, e os carros voadores e coches com cavalos robóticos já se aproximavam do lugar.

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Mensagem por Satoru Koji Sex Dez 16, 2022 3:31 am

- Cara... estou precisando de um café... - Dizia Satoru enquanto caminhava sobre o centro comercial de Magna. - Não sei como vocês vivem sem isso... não sabe a falta que faz um café de manhã. - Ele dizia enquanto parava a caminhada para de espreguiçar.

- Eu que não sei como vocês sobrevivem tomando esse líquido preto... parece veneno... - Ryuko se arrepia. - Eu nunca vou tomar isso. - Dizia enquanto ele desembrulhava uma dose de seu fluído vital. - Apesar disso não ter gosto... - Falava enquanto injetava um líquido azul gelatinoso em uma pequena área específica em seu braço. - Ahhh... isso me faz um bem danado.

Ato 1 Magna - O nascimento 53803f10
Ryuko logo após tomar a sua dose de fluído vital

Os dois caminhavam em direção ao bar de primeira classe aonde trabalhavam, Ryuko ken trabalhava de barman, era famoso por fazer malabarismo com as garrafas de whisky caríssimos, enquanto Satoru encantava todos no palco com o som de sua flauta. Clientes diziam que ouvir a música do mesmo eram como estivessem flutuando sob as nuvens, fazendo-os os esquecer de todos os problemas no dia.

Ao meio dia, no intervalo do expediente, Satoru se senta em uma das mesas do bar enquanto pedia um café gelado para Ryuko e lhe acenado para que visse próximo para conversar.

- Ultimamente nossa rotina anda bem monótona né? - Dizia Satoru dando um gole no café. - Faz tempo que não nos enfiamos em algum problema, será que estamos ficando velho? - Ele olha para a sua pulseira em seu pulso direito.

- Cara... eu sei que você está cansado disso. - Falava Ryuko, olhando seu melhor amigo se lamentar. - Mas até essa poeira baixar, temos que ficar na nossa, você encantou todas as mulheres do platéia e isso nos deu um problemão... - Coloca a palma da mão em sua face e o desliza para baixo, parando no queixo. - Teve até uma senhora de idade querendo te pegar Satoru! E ELA ESTAVA DE CADEIRA DE RODAS! -Bate as mãos sobre o balcão. - Ainda bem que pelo menos nas nanotec's isso não funciona.- Sorri torto.

- Eu sei, mas eu não tive cul... - Antes que Satoru pudesse terminar sua frase, algo lhe chama atenção. Dois soldados entram no bar enquanto conversavam sobre algo.

Soldado 1: - Vai ser hoje a noite, o Major Kaito ja avisou a todos para se arrumarem para ir no famoso puteiro de Abdalah, pena que eu não tenho cargo pra ir...

Soldado 2: - É, eu falei... tenta demonstrar serviço, mas não... ficava mongando na horas de trabalho, se não... - Ele puxa um cartão brilhoso de seu bolso. - Você seria convidado também, afinal, ser capitão tem suas vantagens, HAHAHAHA! - Ele dava risada enquanto batia nas costas do soldado depressivo.

Ato 1 Magna - O nascimento Cfef5b10
Cartão de convite do Capitão.

Satoru puxa o Ryuko de lado e cochicha

- Você ouviu isso? - Satoru fala baixo enquanto puxa seu amigo para perto. - Parece que vai ter algum evento em Abdalah, eu nunca fui pra la, é a nossa chance! - Fala empolgado.

- A mano... tudo que eu falei entrou em um ouvido e saiu por outro... - Ryuko se lamenta enquanto ja aceitava a derrota mesmo antes de tentar convence-lo do contrário. - E como planeja entrar la? Não viu que precisa de um convite? - Aponta para o soldado discretamente.

- Para isso... eu tenho uma solução... - Satoru se levanta e caminha até o banheiro, lá ele fecha os olhos e sussurra. - Yuka... preciso de ti. - Então sua pulseira brilha em um tom negro e uma mulher com orelhas de raposa, alta com cabelos negros e compridos aparece.

Ato 1 Magna - O nascimento 7f503610
Yukari - Kitsune invocada de Satoru

- Senhor Koji, o que desejas? - Se curva

- Primeiro, pare de me chamar de " Senhor ", me chame apenas pelo nome Yuka, ou quer que eu te chame pelo nome inteiro, Yukari? - Ele a fita com os olhos. - Enfim... preciso de um favor... lá fora, há dois soldados que estão no balcão do bar, um deles tem um cartão de convite, e eu preciso desse cartão, então... preciso da suas habilidades de... sedu... ção... cê entendeu! - Satoru sem jeito.

- Claro Senhor... Perfeitamente, mas preciso lhe informar sobre uma coisa, Abdalah pode conter algo que o senhor busca.- Ela diz enquanto sai do banheiro e vai em direção dos dois soldados puxando conversa.

Satoru confuso com a informação que acabara de receber, sai pensativo do banheiro e volta para o balcão, observando Yuka levando os dois soldados para um canto.

- Jogo sujo Koji. - Ryuko ri. - Nem você resiste a beleza da Yukari, teve muita sorte em invocar uma Kitsune tão bela. - Ele diz enquanto admirava a mesma fazendo os dois soldados desmaiarem com a sua magia. - Coitados.

Logo Yukari voltava com o cartão em sua mão, enquanto dava um pequeno sorriso de lado para Satoru.

-Algo mais senhor?- Ela deposita o convite sobre o balcão enquanto se senta ao banco da frente de Satoru. - Ou deseja algo... a mais? - Ela o encara.

- Ahm... é só isso por enquanto Yuka, obrigado. - Ele se levanta, caminha até a Kitsune e a beija na testa. - Pode ir descansar. na próxima, lhe dou uma recompensa.

Yukari então também se levanta e se curva diante dele e como um passe de mágica, desaparece.

Mais ou menos as 20h com o cartão em mãos, os dois partem para Abdalah em um navio ultra veloz com 3 turbinas enormes, que os fariam chegar ao local em menos de 1h de viagem. Chegando lá, Ryuko se transforma em uma espada para que não precise de convite e Satoru o guarda em uma bainha nas costas feita especialmente para ele e logo foram direto ao prostíbulo mais conhecido da cidade e lá, mostraram o convite.

- Eu sou... - Ele olha o cartão - Primo desse cara aqui, ele não pode vir hoje então, ele me pediu para vir no lugar dele.

(Ps: Desculpe o post longo, eu desaprendi a resumir, mas prometo que os próximos serão dentro das regras. My bad
)
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Mensagem por Chen Zhen Dom Dez 18, 2022 10:17 pm

A fazenda de Kio Xai ficara aos cuidados de sua amiga de infância Tong Pooh, filha de uma família de baixos Genji que possuíam terras vizinhas.

Ato 1 Magna - O nascimento Tong_p10

A governança de Kiaulen, por sua vez, bem como a administração da academia de artes marciais, fora deixada a cargo de um conselho improvisado formado pelos instrutores mais experientes, homens da confiança do patriarca e mestre Kioshin Yi.

- Vou insistir mais uma vez, papai. O senhor não deveria ir – reclamou Kio Xai, enquanto o trio caminhava em direção à plataforma de embarque - um homem como o senhor não tem assuntos a tratar em um estabelecimento como aquele.

- Só estou indo porque Izuko-chan teve a consideração de me convidar - o mestre explicou, sempre com seu tom de voz sereno e paternal - seria uma desfeita eu recusar. Devemos sempre ter em mente que outros continentes significam outras culturas e costumes. Se isso lhe causa embaraço, meu anjo, você não é obrigada a vir junto. Chen Zhen - o mestre apontou com o queixo para o aluno, que os acompanhava em silêncio - já me serve como acompanhante.

- Nem pensar - Kio Xai respondeu - vocês dois são homens. Cabe a mim ficar de olho para garantir que não irão quebrar seus votos e ceder às tentações tão generosamente ofertadas naquele continente tão… liberal.

Chen Zhen percebeu a hostilidade na voz de Kio Xai ao falar sobre Abdalah, o destino da viagem que estavam prestes a fazer. Achou por bem não se meter na discussão entre pai e filha.

Enquanto aproximavam-se do veículo no qual embarcariam para a sua viagem - uma enorme máquina voadora composta do que parecia ser o casco de um navio na parte de baixo, e o que parecia ser o balão de um dirigível na parte de cima, as duas partes unidas por cordas feitas de pele de foca - Chen Zhen vislumbrou outros passageiros embarcando. Julgou serem altos Genji, pela forma cerimonial e elegante como estavam vestidos, que combinava com as vestimentas formais de seu mestre. Ele, por sua vez, resolveu ficar com sua túnica de monge habitual e humilde. Apesar dos protestos de Kio Xai, Chen Zhen percebeu que ela investira em uma indumentária elegante para ocasiões especiais, que realçava ainda mais a sua beleza e formosura.

Ato 1 Magna - O nascimento Xiangl10

Kio Xai ajudou o velho pai a embarcar, em meio a cumprimentos e reverências exageradas de outros Genji, altos e baixos, que viam e reconheciam o governante de Kiaulen. Chen Zhen seguiu logo atrás. Assim que a máquina começou a sair do chão e se erguer em direção aos céus, ele olhou para trás, lamentando o fato de ter que se distanciar da sua amada Kiaulen, da fazenda onde trabalhava com amor e de seus irmãos da academia de artes marciais, para estar presente em algo que ele considerava uma mera frivolidade política. O fato de seu mestre e aquela que era como uma irmã mais velha para ele estarem em sua companhia era um pequeno sopro de alento.

Somente Hanatsuki era privilegiada com a facilidade de compartilhar com Abdalah uma fronteira em terra. Para chegar a Abdalah vindo de Kiaulen, pelo sul, ou de Magna, pelo leste, era necessário voar ou atravessar o oceano. Até onde Chen Zhen sabia, a tecnologia de teletransporte intercontinental ainda não havia sido devidamente homologada por Magna. Ele ouvira boatos sobre testes feitos com um porco, animal cuja assinatura biológica é a mais parecida com a de um humano. Comentava-se que, quando o animal saiu do terminal de origem e chegou ao terminal de destino… bem… o sacrifício da pobre criatura foi uma bênção, dado o estado em que se encontrava.

O mestre Kioshin Yi e Kio Xai conversavam animadamente com outros passageiros, enquanto a robusta nave conquistava altitude. Chen Zhen ficou entediado, apesar da previsão de que a viagem seria curta, e resolveu esticar as pernas pelo convés. Observou os detalhes arquitetônicos da grande invenção tecnológica que os levava para Abdalah pelos céus, e se perguntou se a mente dos altos Genji seria responsável por isso. Viu alguns conversando e rindo com operadores da nave. Não sabia muito sobre os Altos. O mero vislumbre dos mesmos só não era uma ocasião absolutamente rara porque Genji de ambas as castas sociais se reuniam para aprender como iguais as artes marciais e místicas na escola do mestre Kioshin Yi. À exceção desse momento, os altos tinham preferência por se manterem entocaiados em seus ninhos altos nas montanhas, desenvolvendo máquinas e bugigangas.

Após caminhar um pouco, Chen Zhen encontrou uma parte do convés da grande máquina voadora onde percebeu haver pouca circulação de pessoas. Teve vontade de conjurar um Aliado Místico, para servir como seu sparring, e trocar alguns golpes, para manter o corpo em atividade. Mas não queria fazer bagunça na viagem e causar problemas para o mestre. Contentou-se em colocar as mãos no chão, erguer a parte inferior do corpo, plantando bananeira, e começar a fazer flexões de braço. Enquanto se exercitava, começou a refletir sobre os quatro continentes.



Magna. Abdalah. Kiaulen. Hanatsuki. Tecnologia. Cultura. Religião. Belicosidade. Seria correto afirmar que cada um dos continentes representava um dos aspectos que dão rosto e forma a qualquer sociedade. Como se o mundo fosse um único país, e os quatro reinos, seus principais ministérios. Quatro órgãos indispensáveis para o funcionamento de qualquer corpo.

Harmonia e equilíbrio. O que tornava essas duas coisas a missão de vida de qualquer monge era justamente o fato de serem algo difícil de se alcançar. E, uma vez alcançado, ainda mais difícil de manter. Podia se dizer que esse grande corpo, que era o mundo atual, gozava de uma relativa harmonia no momento presente. Mas por quanto tempo? Onde há o homem, há a ganância, o desejo pelo poder. Se e quando esses quatro órgãos vitais começassem a trocar farpas e deixar de se entender uns com os outros, o resultado inevitável seria o sangramento desse corpo, o adoecimento do mundo, a instauração da guerra e o derramamento de sangue de inocentes. Chen Zhen não gostou de ter esse pensamento mórbido. Tirou uma das mãos do chão e segurou uma conta de seu rosário, para afastar o mal, continuando suas flexões com a outra.

Seus pensamentos passaram a focar em Hanatsuki. Na mesma proporção em que Magna era o principal pólo tecnológico do mundo, Hanatsuki era atualmente a maior potência militar. Na ocasião da harmonia ser quebrada e um cenário de guerra ser instaurado, o primeiro lance de xadrez a ser executado muito provavelmente seria a determinação de qual dos reinos antagônicos conseguiria seduzir Hanatsuki - a peça rainha dessa partida - à sua aliança. A guerra seria praticamente decidida ali. Pensar sobre a possibilidade de, um dia, precisar cruzar armas contra um guerreiro de Hanatsuki era algo que deixava Chen Zhen tomado por um bizarro e inexplicável Yin-Yang composto de apreensão e ao mesmo tempo excitação.

O tempo passou em um piscar de olhos, auxiliado pela meditação de Chen Zhen. Ele percebeu que alguns passageiros começaram a se debruçar sobre o parapeito do convés, todos olhando na mesma direção. Ele olhou também e compreendeu que a viagem se aproximava do fim. Os contornos e as formas de Abdalah começavam a se distinguir no horizonte, conforme a grande nave reduzia sua altitude e se aproximava novamente do solo.



A confusão de luzes e cores diferentes, todas misturadas, não deixaram margem para dúvidas de que eles agora estavam em um lugar completamente diferente da harmoniosa e discreta Kiaulen.

- Até um cego enxergaria aqui - Kio Xai comentou, atônita.

A nave desceu e se posicionou suavemente em um perímetro de pouso localizado a alguns quarteirões de distância do lugar para onde eles foram convidados a comparecer. Os três desembarcaram, para logo em seguida embarcarem novamente, em um veículo para transporte por terra dessa vez, assemelhado a uma charrete puxada pelo que parecia ser um cavalo robótico. Uma fileira desses veículos autônomos estava à disposição, aguardando seus passageiros na saída do perímetro de pouso da nave. Outros Genji que também foram convidados ao estabelecimento conhecido como “Amor da Lua” fizeram o mesmo procedimento, acomodando-se em seus transportes, formando assim uma espécie de comitiva improvisada não intencional liderada pelo veículo que levava o mestre Kioshin Yi, Kio Xai e Chen Zhen. Alguns poucos Genji, não convidados para o evento e com outros assuntos a tratar em Abdalah, eventualmente divergiam para outros caminhos, no grande labirinto de ruas e vielas da colorida e iluminada Mahomet.

Não demorou para Chen Zhen perceber que Abdalah destoava completamente de Kiaulen não apenas no campo visual, mas também no campo auditivo. Aquela terra era conhecida como “O reino da música”. Cada casa, bar ou loja pelo qual passavam parecia ter a própria trilha sonora, uma música ambiente tocando sem parar, aparentemente para deixar os clientes ou convidados à vontade. Como o grupo estava se locomovendo a uma certa velocidade, a música de um lugar, logo que se fazia ouvir, era em seguida abafada pela do seguinte.

- Pela misericórdia dos deuses, que lugar barulhento - Kio Xai reclamou.
- Até parece que você não gosta de música - o mestre Kioshin Yi censurou a filha.
- Você sabe que não é verdade, papai - ela retrucou - eu adoro música. Mas um único Erhu, acompanhado de mãos habilidosas, é capaz de produzir toda a música que preciso ouvir, sem a necessidade dessa cacofonia que bombardeia os nossos ouvidos.

Chen Zhen não disse nada, mas concordou que seus tímpanos estavam sendo mais exigidos do que jamais foram na silenciosa Kiaulen, onde o habitual silêncio era um eficaz aliado da meditação e contemplação.

Eventualmente, o trio passou diante de um estabelecimento cuja fachada era enfeitada com luzes e cores propositalmente chamativas. Na frente do local, uma jovem garota, aparentando ter aproximadamente vinte e cinco anos de idade, com longos e lisos cabelos vermelhos caindo em cascata pelas costas e brilhantes por causa das luzes, vestida provocantemente, parecia ter a tarefa de chamar a atenção de potenciais clientes e trazê-los para dentro da casa, pelas poses sensuais que fazia com o corpo esbelto e bem delineado, embaladas pela música que vinha do interior do lugar. Chen Zhen ficou sem saber se olhava primeiro para suas orelhas de gato acima da cabeça, sua cauda peluda se projetando a partir da lombar, suas mãos e pés que não eram humanos, ou seus seios que estavam a dois adesivos em forma de gatinho cobrindo os mamilos, de estarem completamente à mostra. Percebeu que a garota cruzou olhares com ele, e rapidamente voltou a olhar para o dorso mecânico do cavalo que puxava seu carro, enquanto apertava com força uma conta de seu rosário, agradecendo aos deuses por lhe concederem força de vontade para não se desviar de seu caminho.

O trio foi conduzido até o estabelecimento de Natsuki Izuko, desembarcou novamente e caminhou em direção à recepção para apresentar seus convites.
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Mensagem por Yumi Ter Dez 20, 2022 7:45 pm



"Dizem que robôs não sonham, mas então o que é isso que vejo nos momentos em que estou em hibernação?

Não foi uma vez, nem duas... não foram rápidos episódios, mas muitas vezes longos filmes. Sei que a Dra Ito incluiu algumas linhas de programação para que isso ocorresse no início, e que com o tempo foi incrementado com minha evolução. A diferença é que agora esses “sonhos” estão vindo quebrados, intrincados, cheios de falhas. Estão me deixando... como diriam os orgânicos... ansiosa...

E o sonho de hoje, após meu momento de hibernação e enriquecimento corporal foi deveras revelador. Se eu fosse orgânica, diria que tive uma visita angelical. Coloquei minhas sub-rotinas a trabalharem para procurar por falhas, e enquanto é isso sigo com minha rotina diária de vida na Clínica. Minhas mãos receberam diversos tipos de estímulos hoje, porém minha mente permaneceu naquela imagem.

Ao voltar para casa, a única coisa que pensei em fazer foi exteriorizá-la numa pintura. Primeiro os traços preto e branco iniciaram, como riscos sem nexo. Depois as cores vieram, nítidas e vibrantes, e finalmente meus olhos conseguiram ver o que minha mente ansiava.

Ato 1 Magna - O nascimento 110

Esse hobby de pintar começou há alguns anos, e era o meu, digamos, hobby favorito. Eu fazia outras coisas, mas esse era o mais interessante de todos.

Fiquei a analisar, e uma parte consegui entender. Usei a conexão nano diretamente no meu córtex cerebral e busquei no banco de dados da cidade por mapas e fotos de todos os morros e montanhas das cidades mais notáveis e históricas dos países próximos. Somente uma encaixava perfeitamente naquela silhueta. Uma montanha em Abdalah.

Como essa imagem tinha aparecido nos meus sonhos? Como algo assim tinha entrado no meu sistema? Eu teria visto ou ouvido alguém falar sobre esse local em algum momento?
Continuei observando, e tive a impressão de ver as silhuetas humanas se mexerem. Só podia ser um erro nos meus implantes oculares. Aos poucos não consegui mais ver, e somente números começaram a aparecer, como um mar enlouquecedor, me fazendo cair no chão. Aos poucos o que eram números aleatórios, viraram somente números específicos.

41°24'12.2"N 2°10'26.5"E

Depois desse turbilhão de números, tudo voltou ao normal. Rapidamente meus nano robôs médicos fizeram uma varredura por todo o meu sistema, porém encontraram somente o resquício de uma mensagem criptografada de origem desconhecida. Somente fragmentos de uma linguagem de programação há muito tempo não utilizada.

Aquela numeração seria de coordenadas. Tudo levava a crer que alguém me queria em algum lugar específico. Seria em algum lugar de Abdalah, com montanhas, um pôr do sol ao fundo, e figuras transcendentes?    
Existia tal lugar? Estariam em minha programação linhas sólidas de um robô aventureiro que eu nunca soube ser? Ser... para um robô esse verbo já era uma evolução. Nos meus quase 100 anos de existência nunca tinha saído de Magna, e nesse momento aquela imagem me pareceu um chamado. Como se o desconhecido fosse o certo para mim no momento.

- Ito-sam – a ligação foi rápida – preciso me ausentar da cidade por alguns dias. Deixarei as nanotecs prontas para lhe ajudar na clínica.

- Yumi, posso saber para onde minha filha vai se aventurar? É a primeira vez que você faz algo assim? Tem algum motivo especial? – porque ela insistia em me chamar de filha?

- Vou tratar de assuntos dúbios, e ainda não posso compartilhar. Assim que tiver maiores informações, lhe informarei – sempre querendo saber de tudo. Ainda bem que retirei o localizador do meu corpo há muito tempo. O primeiro passo para a minha evolução foi não ter a Dra Ito se metendo em tudo que eu tentava fazer – Fique tranquila, não vou deixar que nada ocorra comigo – e como sempre, deixando minha orgânica apaziguada.

- Está certo. Me ligue se precisar de alguma coisa! – desliguei o telefone, enviando para as nanotecs de plantão as diretivas necessárias para sua ausência.

Me organizei para partir assim que possível, pesquisando a cidade, para levar comigo tudo o que fosse necessário para ficar por lá. Não sabia o que me aguardava, mas estava preparada para qualquer coisa. Usando o transporte local que ia de Magna para Abdalah, parti, com a certeza de que, quem quer que tivesse me enviado aquela mensagem criptografada precisava de mim para algum propósito, bom ou ruim."
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Mensagem por Bianca Qui Dez 22, 2022 8:40 am

Sempre que Bianca ia até o Tsuki no ai ajudar Izuko, ela já ia preparada para ver e ouvir coisas que estavam além das suas possibilidades, porém nada tinha lhe preparado para o que lhe foi pedido naquela tarde.

Sabia que Izuko era mais experiente que ela, mas parecia que ela tratava algumas coisas de forma leviana. Se as gêmeas eram realmente filhas de Kenzo Shin, filhas que ele parecia não querer, e a mãe delas tinha enviado as meninas para a tia cuidar, numa noite chuvosa, por baixo dos panos, era porque a coisa não era nada boa pro lado delas.  Mesmo tomando um saquê dos bons, Izuko tinha que cuidar para quem contava esse tipo de coisa.

Bianca ficou pensando, Izuko confiava tanto assim nela para sair contando um assunto tão perigoso? Parecia que sim.
No meio de todo aquele assunto, que deixou Bianca muito preocupada, pois gostava muito das gêmeas, surgiu o problema da tal dança que precisava ser realizada no show da casa. Melti, muito observadora, comentou:



Bianca usava várias técnicas de dança para sua arte de criação e de luta. Se ela visse esse tal bellydance, e ouvisse a música, talvez conseguisse replicar alguma coisa.

- Eu não conheço pelo nome essa dança que vocês estão falando, mas se eu ouvir a música ou ver alguém dançando, talvez consiga replicar algo parecido – ela falou suspirando, à contragosto – e isso vai sair caro, Izuko. Eu tinha outros planos para hoje à noite – Pensou mais um pouco – E o figurino? Será que o figurino da bailarina de vocês cabe em mim? Temos muito pouco tempo! Agiliza!
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Mensagem por Kenzo Shin Qua Jan 04, 2023 12:20 am

Magna - 19hrs pm - Horas antes da festa em Abdalah


 Hisui estava em seu grande quarto principal, o que ficava mais próximo do salão onde sua cadeira de grande rei ficava, desde a tapeçaria até as janelas, lembravam granito branco; o lírio branco enfeitava suas pequenas e modestas mesas de canto. Ele suspirava, enquanto sua mente vagueava. Seus pensamentos são interrompidos pela presença de Kaede, a esposa de seu Filho Shin.

- Meu senhor, mandou me chamar? - Kaede estava curvando sua cabeça diante daquele velho e sábio homem.

- Será hoje... O início do fim Kaede. - Ele fala isto ainda observando a janela.

 Kaede engole seco, estava seriamente preocupada, mas, assente com a cabeça.

- Vamos nos preparar. - Ele se vira, e quando faz isto, suas vestes chinesas esvoaçaram poucos centímetros.

 Kenzo Hisui passa por sua nora, como que em uma cena de despedida, e com muitos significados para aquela Hanatsuki. Kaede, sentia os olhos marejarem, e passa a segui-lo pelos corredores do castelo.

- Meu senhor... - Ela fraqueja nas palavras, pois, sentia seu queixo tremer.

 Ele para diante de um elevador, no qual mais parecia um cristal.

- Não agora Kaede. Não agora minha querida. - Ele solta aquelas palavras tranquilamente.

 Enquanto adentravam no equipamento móvel, Kaede puxa seu kimono branco com cuidado, e continua a manter sua cabeça baixa.
 O elevador mudava, como um holograma enquanto descia ao subterrâneo, começava a mostrar as formas de todo aquele lugar.

Ato 1 Magna - O nascimento Place210
Era similar a esta foto.


 Kaede, observava todo o lugar, era enorme, era como uma outra cidade submersa em segredos debaixo de Magna. Haviam várias Nanotecs cuidando de algumas cabines, olhando de perto, ao caminhar pelo corredor em mármore negro, dava para saber que eram outros nanotecs sendo feitos, elaborados de acordo com a genialidade de Hisui. A cada passo que se dava ali naquele lugar, luzes neons em tons avermelhados eram produzidas, como se estivesse seguindo-os por onde quer que eles fossem. Drones, adotavam variadas formas para vigiar e proteger o lugar, existia muita coisa em segredo da humanidade. E um deles estava diante de uma espeça e grande porta negra.

 Hisui se aproxima dela, e a mesma dispara laser leitores para obter variados detalhes sobre o proprietário. Um estalo e a abertura logo na sequência. Ali dentro era relativamente pequeno, de cima a abaixo que era muito maior, uma energia absurda em tom azulado era envolto de uma parede de cristais, aquilo tudo por mais de 1km de cima até o chão era o cérebro de toda sua nanotecnologia. Haviam dezenas, não, centenas de controladores dentro daquela sala, cada uma representava um nanotec já criado.

 Toda a vez que Kaede entrava naquele lugar, sentia arrepios, eram fortes devido ao loca ter que ser resfriado constantemente. Mais a frente havia uma sala espelhada, e ali dentro estavam: Kenzo Kai Sobrinho (36 anos), Kenzo Izumi sobrinha (38 anos), Kenzo Sazuki irmã (78 anos mãe de Izumi e Kai), Kenzo Jhin irmão (65 anos) todos os familiares de Kenzo Hisui. Todos vieram cumprimentar Kaede e Hisui assim que adentram no local, estavam todos com jalecos brancos e de cabelos presos, afinal a familia mantinha os costumes antigos da espécie Khantsu.
 Havia uma mesa de centro iluminada com hologramas; basicamente não existia mais telas comuns, e sim hologramas em touch screen, controladas por luvas especiais. Cada Kenzo possuía a sua. Inclusive o próprio Shin.

- Tïo que bom que chegaste, estávamos preocupados com a estação de rede de comando, havia um comando complexo que o senhor editou que eu não estava conseguindo incluir naquela nova linguagem que o senhor desenvolveu. - Izumi, se aproxima mostrando um tipo de tablet que também executava suas funções como em holograma.

 Hisui solta uma risada, e afaga os cabelos brancos e longos de sua sobrinha mais velha.

- Eu sei muito bem de sua capacidade Izumi, não se faça de criança. - Ele sorri maliciosamente a sobrinha.

 Kaede parecia distraída naquele momento, olhava o relógio, e as horas começavam a correr. Ela sente fortes dores de cabeça e tenta conter os pensamentos que estava recebendo.  Os demais observam a situação em que ela se encontrava. Sentiam aquelas dores, e seu sentimento, eles se entreolhavam, enquanto Shin ia para sua sala de imersão.

- Kaede? - Sazuki se aproxima dela e segura suas mãos a fazendo encarar seus olhos azuis de família. - Obrigada por estar aqui.

 Os demais Khantsu's apenas sorriam para Kaede naquele momento gesticulando positivamente. Kaede desvia novamente o olhar para baixo, e começa e entoar uma prece.

- Chegou a hora... Vamos iniciar o programa Awakening. - Jhin toca no ombro de Sazuki e a força a continuar.

 Enquanto isso, Shin Hisui deitava dentro de uma capsula tomada pelo liquido azul - a fonte de alimento de suas criações, e adicionava a sua mente um tipo de capacete mental. A capsula se fecha, e naquele momento a familia começava a agir, de forma tão rápida que mal dava para saber o que tanto digitavam naqueles painéis.


 De repente um estrondo se houve dentro do castelo. Descendo pelas hastes do elevador contorcendo os ferros para deslizar com facilidade, e não por dentro dele, a uma velocidade inumana Kenzo Shin, vinha tomado pelo ódio e pela fúria; iniciou-se um comando interno onde Kai sobrinho de Hisui mandava que as nanotecs protegessem a estação de qualquer invasor. Shin, tomado pela fúria desferia ataques extremamente rápidos onde mal se via a movimentação de suas katanas especiais. Metade do lugar estava destruído por sua furia descontrolada.  

 Enquanto isso, um círculo avermelhado tomava conta daquela sala, formando-se um círculo de comando demoníaco, onde o sangue de Kaede corria de seus olhos, ouvidos, boca e pulsos; descalça, ela executava uma dança específica, contorcendo-se como se estivesse algo a possuindo, a sua sombra aos poucos tomava outra forma, algo que poucos haviam visto, uma criatura tomada pelo sangue de Kaede ganhava forma ao sair de sua sombra, e dali coma criatura saia segurando em sua mão direita uma katana prateada e talhada com ouro branco, o objeto de invocação de Kaede - Taijin Murakame a Katana do demônio Onikurai Akai.  

Ato 1 Magna - O nascimento Onikur10

A hora se aproximava, mas como? Como ela poderia...
 Suportar um demônio?

 
- Cuidem de tudo... - Kaede fala com outra voz grave se sobrepondo a ela.

  Descalça, caminhava lentamente para fora da cabine de controle, suas vestes iam escorregando de seu corpo, onde havia no lugar uma outra roupa, toda negra o que lembrava um couro, feita por tecnologia, sem conter nenhum metal. O couro imbuído de pura magia negra era o que dava uma forma avermelhada em partes da roupa. Os passos pesados de Onikurai Akai o dêmônio de 9 metros de altura, a seguiam, carregando sua espada de invocação, na qual mudara de forma para adaptar-se ao imenso oni, sendo este, um dos generais do inferno.

 Em meios as explosões e destruições que Shin vinha fazendo antes de chegar no local, Hisui estava ainda submerso, à 30% da manipulação sistêmica do programa Awakening. Kaede fora instruída a protegê-lo durante todo tempo que fosse necessário para que ele finaliza-se seu trabalho.
 Os passos de Shin já poderiam ser ouvidos mais e mais perto, em meio a uma fumaça no corredor ela consegue visualizar finalmente sua silhueta.

- Ora... Ora... O que temos aqui? - Shin estava coberto pelo líquido azul de nanotecs seguranças.

 Havia sangue em suas vestes negras provavelmente era de alguns humanos nanotecs que serviam o castelo, e acabou sobrando para eles também. Suas vestes eram parecidas com sua esposa, porém deixando seu peito exposto, como deboche. Seus cabelos curtos, pouco esvoaçavam e o seu sorriso estava assustadoramente com ar de prazer.

- Alguém deveria recepcioná-lo não é mesmo? Querido? - Ela fala olhando para aquele homem com desdém e sem nenhuma expressão.

- Kaede, você é uma tola, poderia terminar de construir a máquina comigo se não tivesse se tornado aliada de meu pai, e ter comunicado a todos sobre meu plano. Você não entender meu amor? - Ele caminhava lentamente em sua direção se expressando com as mãos. - Não entende o quanto isso poderia ser grande? Não entende o quanto isso poderá significar ao nosso reino? - Ele se aproxima a dois metros dela e para.

 Kaede deixa as lágrimas rolarem pelo seu rosto.

- Você tirou, tudo de mim... E agora, quer que eu esteja do seu lado Shin? Eu passei 10 anos alimentando a dor que você me causou e me causa até hoje...

 Ele observa o imenso Oni.

- Agora entendo ao que você se referia a já estar morta há algum tempo. Você deu o seu sangue para alimentar um demônio deste porte para me derrotar aqui... Neste dia... - Ele sorri leve e a encara novamente. - Essa luta não vai durar muito tempo Kaede querida, você sabe disso. Não, é?

 Kaede não esboça nenhuma emoção.

- O tempo que eu preciso será suficiente. - Kaede fecha os olhos.

 Shin sente um arrepio na espinha, observa Kaede reabrir os olhos lentamente, seus olhos brilhavam em um sangue carmesim, e seus cabelos flutuam pela energia avermelhada que tomava conta de seu corpo e de seu Oni.

Obrigatória ouvir.

 Shin então se prepara, gira as espadas em suas mãos e prepara-se, um silêncio; as explosões ao redor reiniciam, ele trinca os dentes e parte para cima de Kaede, Onikurai Akai lhe dá bofetão o retirando do seu alvo, o Oni era tão rápido quanto ele, Shin não acreditava, ao voar metros de distância e atingir uma parede coberta por cabos e estruturas enormes de cabeamento. Se recompõe rápido e desse os fios e cabos rapidamente que reencontra o demônio desferindo ataques os quais Kaede não mais poderia ver os movimentos de ambos, ela continuava entoando o cântico de Onikurai Akai enquanto o fortalecia.

Abdalah - 22hrs - Tsuki no Ai

 O local estava tomado por gente importante naquela noite Melti recepcionava a todos, Natsuki Izuko estava em seu camarim maquiando-se, quando de repente, sentiu a energia de alguém muito importante e familiar a distância puxando sua cabeça totalmente para trás de olhos arregalados, de repente seu corpo estava em um transe único, como se recebesse uma mensagem de muito longe, seus olhos sangram brevemente, seu corpo pulsava forte, ela neste momento não estava mais sozinha, estava cercada por suas meninas implorando que voltasse.
 Naquele momento Sayako estava espiando a cena toda a distância atrás de uma porta, e percebe que a Kitsune espiritual de sua "tia" estava ali, a encarando e chorando sem expressar nenhuma emoção. Os olhos de Sayako se tornam carmesins por alguns segundos, e por fim Sayuki a puxa bruscamente, tirando-a dali.

- Maninha, vem comigo... - Sayuki via os olhos de Sayako sangrando, e tenta limpar com carinho ao chegarem na escadaria.

Elas passam por Bianca Mori, já vestida lindamente e que estava sendo levada por uma animalia gato para encontrar com a garota que quebrou a perna para lhe ensinar a dança sagrada.

 Quando Sayuki abre o quarto delas na cobertura, veem Zahira 001 de joelhos a luz da lua com as mãos entrelaçadas como em oração, quando Sayuki chega perto dela, percebe que em seus olhos, ela estava recebendo alguns comandos em tons azulados rapidamente (como em matrix filme), seu corpo estremecia de forma leve.

- 001 001 000 00100 001 - Zahira pronunciava uma codificação estranha, então segura desesperadamente a mão de Sayuki.

 Sayako não entendia o que havia com elas, manteve-se sentada em sua cama de solteiro enquanto observava lágrimas de sangue correrem por seus olhos e tentava pará-las com certo medo.  

 Em algum lugar um pouco distante dali, uma Nanotec Yumi 003 recebia o clamor de Zahira 001, era uma conexão estranha, Zahira chamava desesperadamente por aquela nanotec especial enquanto sofria recebendo os comandos.

Magna - 23hrs pm - 85%

 Kaede cai no chão pela segunda vez, ao receber outro tapa de Kenzo Shin. Quando seu oni não estava reagindo nem obedecendo naquelas alturas, Shin caminha lentamente para sua esposa.

- Acabou querida... - Ele sorria com desdém e prazer. - Vou fazer você gemer pela última vez... Antes de matá-la...

 Shin salta sobre o corpo de Kaede imobilizando-a, e começa a forçar seu corpo a atender seu desejo perverso de sofrer um estupro contra sua vontade. Ela o morde, estapeia a cara dele, mas não consegue mais suportar, e se deixa penetrar intensamente. A gargalhada de Shin, ao manter sua esposa a mercê de seus caprichos era deveras prazeroso para ele. Naquele momento, uma sombra surge de dentro de Natsuki Kaede.

- Em teu nome... - Kaede murmura de olhos fechados.

- Em teu nome... - Izuko murmura de olhos fechados em Abdalah, quase pronta a entrar no palco, seria a primeira apresentação.

- Eu desperto o pacto que me foi dado ao meu sangue... - Kaede continua.

- Eu desperto o pacto que foi dado ao meu sangue... - Izuko adentra o palco de máscara enquanto entoava.

- Eu protejo, eu liberto, eu sou a sua carne e agora... O SEU SANGUE!. - Kaede finaliza.

- Eu protejo, eu liberto, eu sou a sua carne e agora... O SEU SANGUE!. - Izuko finaliza iniciando finalmente a sua dança no palco, mantendo aquilo como a dança de sua Kitsune enviada a Kaede.  

Ritual da Kitsune a outra pessoa, executado por Izuko em Abdalah.

Ato 1 Magna - O nascimento Kitsuk10

 Kitsukai Rin a youkai de Natsuki Izuko finalmente chega com o pacto de sangue até sua prima Natsuki Kaede, parte para cima de Shin em uma agilidade intensa sem que ele esperasse, e o contém, consegue imobilizá-lo, enquanto isso sua esposa se recompunha e reinicia o processo novamente, o demônio retorna das cinzas de onde estava destruindo tudo ao seu redor descontrolado, estava tudo um caos, e recomeça a correr na direção de Shin.

 Logo se ouve a porta abrindo novamente, todos os Khantsu, estavam ali, menos Hisui, estavam prontos para seu destino. E todos se põe em frente de Shin, tentando manipular o metal e o conter até que os 95% do programa chegou, e tudo ao redor começava a brilhar novamente em tons azuis. Foi quando Shin se enfureceu, desferindo ataques precisos no Oni o fazendo recuar uns 500 metros, atingindo a todos com suas Katanas, e por fim depois de pisar na carne de seus familiares expostos, ao atravessá-los com vigas pelo prazer de ver os vestígios de sangue e órgãos após os matá-los, ele caminha lentamente até Kaede, se aproxima dela lentamente, e beija sua boca a mantendo controlada por metais em todo seu corpo, em um último ato de desespero Kaede fecha os olhos, faz seu Oni atravessar seu corpo com sua Katana e chegar até Shin, que sente sua barriga ser perfurada não profundamente. O Oni inicia o processo de desaparecimento, e a Kitsune, toma a forma humana controlando Shin por 15 min. Tempo que Hisui precisava para finalizar o programa.

 Ao sair do transe, após o período que estava sendo controlado pela Youkai, já era tarde demais, seu pai havia se suicidado dentro do líquido, e todo o lugar havia sido iniciado um programa que ele jamais poderia decifrar. Foi graças a Natsuki Kaede que Hisui havia conseguido finalizar o seu trabalho, e foi ela a responsável pelo destino que viria a seguir de Magna.


 Shin urrava em ódio e gritava pelo imenso lugar, se arrastando pelas paredes vendo seu pai afundando dentro daquela máquina, o programa finalmente fora concluído, e agora o último Khantsu deveria viver para tentar redescobri o que era, e o que deveria fazer para ter aquele poder. Shin não conseguiu ir adiante, pois, um gás forte emanou da capsula de Hisui, e explodiu o empurrando longe e já inconsciente.
 Nesse mesmo instante, saltos poderiam ser ouvidos a uma curta distância, sua beleza e elegância não se comparavam, ela ordena aos nanotecs que façam seu trabalho, enquanto isto ela se aproxima de Shin.

- Ah! Querido, tens tanto a aprender comigo ainda, porque não me chamaste em teu auxílio sabes que sou louca por você. - A Rainha de Hanatsuki estava ali, tocando no rosto de Shin.

Ato 1 Magna - O nascimento Kin210

 Azukame Ayuka, a própria rainha de Hanatsuki, começava lentamente a reorganizar o lugar. Enquanto isto, ela vê o corpo de Kaede já sem vida no logar a balbucia.

- Agora me devolva o que roubaste, sua vadia inútil. - Seus olhos cintilam, e o imenso oni retorna lentamente a sua verdadeira mestra, deixando a espada de Kaede no chão. - Você jamais seria capaz... - Ela sorri maliciosamente para o corpo da outra. Enquanto via os soldados e outros encarregados carregando Shin.

Abdalah - 00hrs

Os olhos de todos voltaram a atenção para a belíssima e inquietante apresentação de Izuko, todos os convidados foram bem colocados para ver a apresentação em mesas rica em comida e bebida, mal sabiam todos, que aquilo era um "empréstimo" que ela havia feito para sua prima quase como uma irmã. Quando levantaram o corpo de Izuko em toda a encenação, na plateia Kioshin Yi já sabia do que se tratava, ele conhecia os poderes da velha e querida amiga, e sabia que algo de muito ruim poderia estar acontecendo a Rainha de Magna, Izuko usava a máscara da lua para invocar Kitsukai sempre que houvesse algo emergente, e ao sentir a energia maligna da grande raposa de nove caudas, sabia que a amiga não estaria bem, ao final da apresentação, ele murmura a seu discípulo Chen Zen que ficasse em alerta, algo não ia bem naquele momento.

Natsuki Izuko fora removida de forma teatral pelos membros da peça, para que fosse descansar, ela estava inconsciente, enquanto isso a elfa Melti ordenava as Animalias gatas que assumissem o palco e iniciassem seus malabares, para tentar disfarçar. Na plateia em frente ao grande palco o Major de Magna Miyamura Kaito recebia uma informação de última hora de sua nanotec, que aparentemente esteve em transe durante horas de espetáculo, ele se perde em pensamentos até que observa que ao seu lado, havia um jovem, que lhe era muito familiar de alguma forma, e parecia ter um nanotec especial, pois não havia sido afetado pela programação que suspendeu a sua, ele sorri maliciosamente para Satoru Koji por um tempo e volta logo após sua atenção a apresentação.

As apresentações finalmente se destinavam ao quase fim, Izuko depois de uma meia hora havia despertado, cumprimentou todos do salão, mas, seu rosto se firmava ao de Kioshin Yi, assim como o dele a ela, ela chorava se aproximando dele, e sem dizer uma palavra, ele fez com que ela sentasse ao seu lado e deixasse que sua cabeça caísse em seu ombro naquela escuridão que estava por conta das apresentações. Ninguém havia dito uma palavra sobre aquilo, pois todos sabiam que ela precisava dele naquele momento, ao menos os que puderam enxergar.

Enquanto isso Melti corria pelos bastidores, até chegar ao camarim onde estava Bianca e a bailarina que quebrou a perna no dia, mostrando vídeos ainda e ensaiando de forma delicada.

- Mori Bibi! Tá na hora gata! Bora bora bora! - Ela agita os braços a ferreira.

TO BE CONTINUED...

Bonus Ending...
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Mensagem por Bianca Qua Jan 11, 2023 10:30 pm

- Ai! – Bianca reclamou ao sentir uma fincada nas costas. Sabia que tudo tinha que ser corrido, mas não queria sair toda lanhada dali.
- Me desculpa Mori Bibi!! – a animália gato que ajudava a ajustar a roupa de dança em seu corpo a chamou pelo apelido que Melti tinha inventado. Ela costurava a roupa ajustando nos seios, e na altura. Diferente da bailarina original, ela tinha menos seio e era mais baixa.
Ficou pensando que era engraçado a mistura do seu nome com a palavra árabe habibi que podia ser traduzido como “meu amor”, “minha querida”. Ela não estava muito acostumada com esse tipo de demonstração de carinho, então fica envergonhada, mas até que gostava.
- Meaw!! – a animália deu um gritinho miado de felicidade - Prontinho, agora vamos até a Taliah, para que ela te ensine sobre a dança sagrada! Ela está no camarim.
As duas foram correndo para a sala onde Taliah estava, já com a perna quebrada para cima, sentada em uma cadeira, dando ordens para outras animálias que ajudavam nas apresentações da noite.
- Eu tenho uma sorte, que vou te contar – ela reclamava com um copo de algum líquido escuro na mão. Provavelmente alcoólico – Depois de tantos dias ensaiando aquela porcaria de coreografia! - Ela virou o rosto e viu Bianca, abrindo um sorriso – mas tu ficaste bonita na minha roupa, hein, mocinha das espadas?
Bianca olhou para a bailarina da “dança sagrada” e sorriu de leve, notou que tinha um espelho de corpo inteiro mais ao fundo do grande espaço onde as meninas que iriam se apresentar se arrumavam e maquiavam. Foi até lá, pois estava curiosa para saber como tinha ficado em uma roupa espalhafatosa como aquela. Se olhou e arregalou os olhos. U A U.

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A roupa agora estava perfeita no seu corpo, de cima a baixo, e poderia performar até mesmo o mais complexo encantamento de espada.

- Certo Taliah, preciso que você me fale dessa dança sagrada – ela sentou perto da bailarina e ouviu uma música tocando. Era uma música das típicas locais, das que tocavam quando faziam as festas na aldeia mais afastada da cidade grande.



- A Dança Sagrada que danço é a dança da fertilidade, a dança passada de mãe para filha, onde a mulher usa todo o seu corpo para lhe trazer felicidade. Alguns dizem que os antigos usavam essa dança para reverenciar os Deuses antigos, mas não existe nada que comprove, então usamos isso a nosso favor – ela foi falando sobre sua dança – é uma dança em que usamos todo o nosso corpo – ela mexeu os braços de forma ondulada, indo dos dedos até os ombros, como uma onda, e dele indo para o tórax. Mesmo sentada ela conseguiu mostrar que o movimento de onda ia até o abdome – ah vem cá que vou te mostrar uns vídeos, que fica mais fácil.

- Não me parece algo desconhecido para mim – Bianca pensou nos próprios movimentos que fazia para sua arte de ferreira – só não tenho como recriar sua coreografia, nem usar sua música. Teremos que fazer algo adaptado para o que consigo fazer.

- Certo – ela pensou um pouco – você sabe dançar alguma coisa? Um bate cabeça, um chá-chá-chá? – ela falou, pegando mais vinho e abrindo o aparelho para mostrar os vídeos para ela.

- Eu danço alguma coisa sim, e posso adaptar, porém, eu danço usando minhas espadas, e adagas, não sei se retirando as armas brancas eu conseguiria replicar – ela foi pensando em como fazer sua dança, sem usar as armas.

- Você dança com espadas? MAS QUE ÓTIMO! – ela deu um gritinho.

- Que ótimo? – Bianca não entendeu.

- Sim!! Temos uma dança que fazemos com espadas!! Conta a lenda que na época das guerras entre as tribos, as mulheres que não podiam lutar, iam escondidas até o território inimigo, e se faziam de concubinas. Distraiam os homens que estavam de vigia na entrada dos acampamentos, e dançavam com as espadas deles. Enquanto eles estavam hipnotizados com a maravilhosa dança delas, elas TCHÁ! – ela fez o movimento de corte com a mão – arrancavam as cabeças deles, liberando a entrada de seus homens para atacar a vila inimiga. Sim!! Perfeito!

- Certo, então é isso que vai ser. A Dança Sagrada das Espadas – falou Bianca, coçando a cabeça sem jeito, falando com uma das meninas para ir até a sua casa o mais breve possível para buscar as suas espadas. Ela já tinha a música certa na cabeça, e toda a coreografia, só precisava das espadas e tudo daria certo. Começou a assistir alguns vídeos com ela, enquanto esperavam a hora do show.

- Ufa, que bom! Agora posso encher a cara! kkkk – Taliah continuou bebendo, sentada – ah uma coisa bem importante. Seja bem sensual nessa dança, querida, é o mais importante.

Elas ficaram vendo os vídeos, e notaram que deu um rebuliço na apresentação de Izuko, mas não tiraram os olhos do que estavam fazendo.
Um tempo depois elas ouviram Melti na porta do camarim:
- Mori Bibi! Tá na hora gata! Bora, bora, bora!

- Oh! Sim, está certo! – Bianca levantou, com suas espadas já em mãos, e foi para o palco. Já tinha combinado com o pessoal do som sobre a música, e sobre sua entrada.

O palco estava totalmente no escuro e ela iria ficar posicionada no meio palco antes da música começar.

Ato 1 Magna - O nascimento 480eae10

Ela estava nervosa por ter tantas pessoas vendo sua arte, e não sabia se gostava ou não. Tentou relaxar para não fazer feio na frente de tanta gente, e como seu pai lhe falava “Aproveite o momento”.
Quando a música começou ela sentiu os tambores dentro do seu peito, e ativou todo o seu corpo no ritmo da música. Suas espadas companheiras lhe deram estabilidade e segurança, e com elas fez sua apresentação sem erros, e sentiu-se bem, vendo que todos gostaram e se admiraram com sua performance. Ao terminar a apresentação, agradeceu a todos, e correu para fora do palpo, sentindo o sangue correndo rápido por todo o seu corpo, coração batendo rápido, e percebeu que sorria. Estava feliz.

(Vale até 04:30 min, mas o começo que me arrepiou até os cabelos da nuca)

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Mensagem por Chen Zhen Seg Jan 16, 2023 8:19 am

Apesar do mundo conhecido ser dividido em quatro reinos, cada um com seus dialetos e particularidades linguísticas, o chamado “Idioma Comum” era conhecido por todos, da mesma forma que a troca de mercadorias era a moeda universalmente aceita.

- Bem vindos ao Tsuki no Ai.

Uma aparentemente jovem e atraente recepcionista posicionada junto à porta de entrada do estabelecimento, com longos e lisos cabelos loiros e olhos azuis, que Chen Zhen concluiu ser uma elfa, por causa das orelhas pontudas, cumprimentou-os no idioma comum, sorrindo e curvando-se educada e graciosamente diante deles. Ao erguer novamente o corpo, estendeu a mão enluvada, solicitando os convites, coletou-os e os analisou. Em seguida, assentiu com um sorriso simpático, confirmando que estava tudo em ordem.

- Por favor, venham comigo.

A moça rodopiou sobre os calcanhares, dando-lhes as costas, e os guiou em direção à mesa designada a eles. Vestia um elegante e recatado uniforme de servente e tinha modos respeitosos e profissionais, apesar de parecer tão jovem - na compreensão etária dos humanos.

Chen Zhen levou um susto ao lançar o olhar sobre o interior do salão principal e perceber o estado em que se encontrava: apinhado de convidados, das mais variadas origens e raças. Nem mesmo nas sessões de treinamento que aconteciam na academia do mestre em Kiaulen, ele se recordava de alguma vez ter visto tanta gente reunida no mesmo espaço. E, ainda por cima, gente muito variada. Ao percorrer o local com os olhos, não era difícil encontrar alguma mesa sendo compartilhada entre um espadachim com aparência de samurai, uma pessoa com mais de cinquenta por cento do corpo composto de próteses cibernéticas, e uma criatura antropomórfica com braços e pernas peludos, todos confraternizando e rindo como velhos amigos.

A cacofonia de músicas ambiente que Chen Zhen ouvira nas ruas anteriormente foi substituída pela cacofonia de vozes e gargalhadas dos convidados que já ocupavam aproximadamente três quartos da capacidade total daquele salão. Por não ter encontrado nenhum Genji já acomodado em uma das mesas, Chen Zhen concluiu que estava entre os primeiros convidados de Kiaulen a chegar, ao mesmo tempo em que Kiaulen havia sido o último reino a se fazer presente ali.

- Esta é a mesa de vocês! - a recepcionista teve que erguer o tom de voz para se fazer ouvir - Fiquem à vontade! Qualquer pedido que desejarem fazer, não hesitem em chamar uma das meninas! - fez uma nova reverência e os deixou, voltando para o seu posto na recepção.

Kioshin Yi, Kio Xai e Chen Zhen se acomodaram em seus lugares, sem dizer nada, enquanto outros Genji que vieram logo atrás deles foram guiados às suas mesas por outras funcionárias. Aos poucos, o grande salão começava a parecer estar com sua capacidade total de alocação de clientes preenchida, senão ligeiramente extrapolada, pois já era possível ver alguns clientes se acotovelando em disputa pelo limitado espaço ao redor das mesas. Chen Zhen observou Kio Xai e percebeu que ela compartilhava do seu nervosismo, por estar em um lugar tão diferente, com outros costumes, cultura, clima e ambiente. Curiosamente, o mestre Kioshin Yi era quem parecia estar mais à vontade entre os três, quase como se fosse um frequentador já familiarizado com aquele lugar. Chen Zhen censurou a si mesmo em silêncio, fazendo uma breve oração aos deuses, pedindo desculpas por ter considerado, por um instante, que seu mestre era consumidor dos produtos e serviços oferecidos por aquela casa.

- Acho que vou ficar surda! - Kio Xai comentou, se referindo à confusão de conversas em voz alta, gargalhadas, arrastar de cadeiras e ruídos de copos e canecas se chocando em brindes animados, que preenchiam o local.

- O que disse, minha querida? - o mestre fez um gracejo. Kio Xai não achou graça.

As jovens meninas que trabalhavam naquele lugar caminhavam entre as mesas a passos acelerados, atarefadas e com pressa, entregando pedidos, para em seguida receber outros, com a bênção de uma trégua ou pausa aparentemente sendo negada a elas. Chen Zhen chegou a sentir uma ponta de compaixão e piedade, pelo estresse que devia estar se abatendo sobre todas as pessoas envolvidas na organização e manutenção daquele evento.

O mestre Kioshin Yi chamou a atenção de uma das meninas e solicitou chá oolong para os três, uma bebida não-pecaminosa e inofensiva. O pedido foi atendido com uma agilidade surpreendente, quase sobre-humana. Uma simpática menina loira de olhos verdes, cabelos curtos e um par de asas de ave recolhidas se projetando das costas, trouxe uma bandeja com um bule grande e três conjuntos de xícaras com pires. Posicionou os itens sobre a mesa e preparava-se para servir o chá, quando Kio Xai a interrompeu, se oferecendo para fazer isso. As penas das asas retraídas nas costas da jovem empregada se eriçaram, em uma demonstração de nervosismo, e a moça mostrou-se confusa, sem saber como proceder diante daquela súbita interrupção no trabalho que aparentemente estava acostumada a fazer havia meses, senão anos. Kioshin Yi resolveu moderar a situação, dirigindo-se a Kio Xai.

- Não cause problemas, meu anjo - o mestre repreendeu a filha.

Kio Xai olhou para o pai, sem tirar as mãos do bule, impedindo o acesso da empregada ao mesmo. O mestre percebeu que, pelo menos naquele assunto, a garota que herdou, além dos olhos decididos e fervorosos, a teimosia e a resiliência de sua amada Kiau Xian, seria mais resistente que a base de pernas do estilo Tigre, e não seria dissuadida. Kioshin Yi suspirou de olhos fechados e virou-se para a servente, sorrindo calorosamente.

- Pode deixar, minha querida. Nós nos viramos com o chá. Obrigado pela eficiência, e continue com o bom trabalho.

A garota, um pouco desajeitada no início, se curvou e se retirou, levando consigo a bandeja vazia. Kio Xai manuseou o bule com capricho e serviu o chá, primeiro para seu pai, depois para Chen Zhen e, por último, para si. Os três beberam. O mestre não tinha fome, e Kio Xai e Chen Zhen não estavam à vontade o suficiente para terem apetite. Mas todos concordaram em silêncio que o chá estava delicioso.

Aos fundos do grande salão principal onde a multidão de convidados se esbaldava na comida e bebida servida pela casa, havia um palco para apresentações. Enquanto bebia seu chá, Chen Zhen teve a impressão de ver cinco ou seis meninas da casa correrem às pressas em direção ao mesmo lugar; um lugar impossível de ser visto de onde estavam, localizado na parte de trás daquele palco, possivelmente os bastidores.

Pouco tempo depois, as luzes do grande salão se apagaram, à exceção das luzes que iluminavam o palco; uma sutil orientação para os convidados voltarem sua atenção para lá, que foi prontamente compreendida e seguida, pois a grande algazarra e vozes e ruídos cessou, para a gratidão de Kio Xai.

- Izuko-chan… - murmurou Kioshin Yi, interrompendo sua bebida.

Chen Zhen olhou para o mestre, que estava de olhos fixos no palco, e então para a mulher que havia surgido de trás das cortinas. Vestia um quimono, e uma máscara com uma forma estranha cobria seu rosto. Começou a fazer uma sequência de movimentos de dança que Chen Zhen nunca vira antes, sincronizados com o ritmo e as batidas do que parecia ser uma música tribal e ritualística que preenchia todo o salão. As mangas largas de seu quimono pendiam toda vez que ela erguia os braços, e cortavam o ar como lâminas sendo brandidas toda vez que girava o corpo com intensidade.

- Aquilo é uma dança? - Kio Xai questionou, achando estranho - Mais parece um…

Chen Zhen completou o raciocínio pronunciando a palavra “ritual” em pensamento. Quando a apresentação terminou, a salva de aplausos começou. Chen Zhen ia começar a imitar o gesto, mas a voz de seu mestre, que não estava aplaudindo, o fez tirar os olhos do palco.

- Garoto. Preparação do dragão.

Ele olhou para o mestre, e percebeu que o semblante dele estava completamente diferente de antes. O aspecto de relaxamento e diversão havia desaparecido. Seu cenho estava franzido. O rosto, endurecido como um punho fechado. O olhar, rígido e inflexível, sem se desprender da mulher chamada Natsuki Izuko, que estava sendo conduzida para a parte de trás do palco pelas colegas. Chen Zhen percebeu que o mestre sentiu, escutou ou mesmo visualizou algo que o deixou profundamente incomodado. E aquela mulher estava envolvida nessa súbita mudança de humor.

Seguindo a instrução velada do mestre, Chen Zhen aguçou os sentidos mediante controle do chi e redobrou a atenção a tudo o que acontecia ao redor deles. Não demorou muito para ele perceber o que o mestre já havia percebido desde o momento em que a mulher chamada Izuko pisara no palco. Como se os deuses estivessem fazendo uma pegadinha com ele em punição por pensar demais, a preocupação que Chen Zhen tivera durante a viagem de Kiaulen para Abdalah começava a deixar de ser puro devaneio paranóico e pessimista, e começava a tomar palpabilidade. Ele sentiu um forte distúrbio na natureza. A harmonia do mundo estava sendo seriamente comprometida. Em algum lugar, próximo ou distante dali, Chen Zhen não sabia exatificar, algo potencialmente ruim em larga escala estava acontecendo; algo que causava um grave rasgo no tecido harmonioso da criação, como uma foice estrebuchando o colchão de uma cama. Ele fez uma oração aos deuses, pedindo para serem misericordiosos e que os protegessem.

Outras meninas que trabalhavam na casa começaram a entreter os convidados com suas apresentações, mas Chen Zhen não prestava mais atenção no palco. Estava com olhos em tudo ao redor, procurando mais indícios que o ajudassem a esclarecer qual a origem daquele distúrbio na harmonia que ele havia sentido minutos antes. Quando cogitou a ideia de perguntar explicitamente ao mestre o que estava acontecendo, alguém se aproximou da mesa deles, atraindo a atenção do mestre, de Kio Xai e, por fim, de Chen Zhen.

Era a mulher que havia se apresentado primeiro, e a dona do estabelecimento Tsuki no Ai, Natsuki Izuko. Ainda vestia o quimono que usara na apresentação, mas o rosto branco estava descoberto. Apesar da iluminação reduzida, foi possível perceber que ela tinha o semblante choroso e o corpo com indícios de um profundo cansaço físico. Olhava fixamente para Kioshin Yi, sem dizer nada, praticamente ignorando a presença de Kio Xai e Chen Zhen. Devolvendo-lhe o olhar fixo, mas tendo substituído o semblante duro e rigoroso de antes por um semblante mais acolhedor e piedoso, o mestre fez um gesto convidando-a a sentar-se ao lado dele, sugestão que ela prontamente aceitou. Ela acomodou-se e repousou a cabeça sobre o ombro dele. Nenhuma palavra foi dita. Chen Zhen e Kio Xai se entreolharam sem entender. Kio Xai ia dizer alguma coisa, mas o mestre a silenciou com um gesto. Kioshin Yi murmurou em um tom de voz que só podia ser ouvido por Izuko, ao lado dele:

- Kaede-chan?

Os soluços da amiga em seu ombro responderam tudo que ele precisava saber. Ele fechou os olhos, percebeu que o chi de Natsuki Kaede não havia sido o único a deixar este mundo, e murmurou novamente:

- Adeus, velho amigo.

Kioshin Yi fez uma oração silenciosa pelas almas de Kaede e de Kenzo Hisui, pedindo aos deuses que perdoassem os pecados do seu antigo amigo de batalhas passadas, e o acolhessem na vida eterna, juntamente com as demais pessoas que foram chamadas para o outro lado. Espiou um samurai alcoolizado trocando gracejos e risadas com uma menina com orelhas de gato, e murmurou mais nomes.

- Ayuka-chan… Rika-chan…

O mestre falou baixo demais para que Chen Zhen pudesse ouvir. Até porque, se durante a apresentação de Izuko, o salão estava de tal maneira silencioso que a única coisa que se ouvia era a música, agora, durante as apresentações das outras meninas, as conversas, risadas e assobios voltavam a preencher o ambiente, tornando difícil escutar até mesmo o seu companheiro ao lado na mesa.

Uma menina com orelhas de cachorro e uma cauda felpuda saindo das costas que se apresentava, em cuja performance Chen Zhen não prestou atenção, terminou e se retirou do palco, sendo aplaudida e ovacionada pelos convidados, que já demonstravam estágios avançados de embriaguez. As luzes do salão se acenderam novamente e, durante os próximos minutos, o palco ficou sem atividade, fazendo com que os convidados mais próximos a ele voltassem a atenção novamente para a comida, bebida, os companheiros e as garçonetes que circulavam. Quando parecia que as apresentações haviam cessado de vez, as luzes tanto do salão quanto do palco se apagaram, deixando todo o ambiente totalmente na escuridão. Chen Zhen achou aquilo estranho. As luzes do palco jamais se apagaram desde que ele chegara, somente as do salão, com o objetivo de dar ênfase ao palco. Ele voltou os olhos para o palco e forçou a vista para tentar entender o que acontecia. De súbito, as luzes do palco se acenderam novamente. Chen Zhen voltou o olhar para o centro da plataforma de apresentações.

Uma menina estava ajoelhada no chão do palco, de olhos fechados. Não possuía traços corporais animalescos, nem orelhas pontudas de elfo, o que o levou a crer que era uma humana nativa de Abdalah. A próxima coisa que ele percebeu foi sua vestimenta, completamente diferente da indumentária que Natsuki Izuko trouxe consigo. Os braços estavam cobertos com braceletes e um tecido vermelho aparentemente frágil e transparente. O tórax só não estava totalmente exposto por conta de uma peça que cobria os seios, cujo material de composição parecia combinar couro, bijuterias e finas correntes de ouro. As pernas escapavam do que pareciam ser aberturas propositais em uma grande e chamativa saia vermelha que começava em sua cintura e descia até os tornozelos aprisionados dentro dos detalhes das sandálias que trazia nos pés. Um véu vermelho enfeitado com mais bijuterias e lantejoulas cobria-lhe os cabelos. O rosto não estava coberto, o que permitiu a Chen Zhen observar que a menina tinha uma leve sugestão de nervosismo no rosto. Mas o mais estranho ainda estava por vir.

Posicionada acima da cabeça da jovem, fazendo o papel de um chapéu, havia uma espada. Uma curvada e aparentemente afiada espada, com a parte cega da lâmina repousando equilibradamente sobre a cabeça da menina. A imobilidade de ambas, menina e espada, certamente estava levando alguns clientes a pensar se a espada não era parte do corpo dela, ou se não havia se cravado ali acidentalmente.

A música que embalaria a próxima apresentação começou, sendo também uma música com uma proposta e composição completamente diferentes da música que conduziu a dança quase ritualística de Natsuki Izuko. A garota começou a se mexer, sem deixar a espada posicionada sobre sua cabeça cair, e sacando mais duas espadas que estavam no chão ao seu lado, cujo aspecto curvado as fazia parecer com Daos. Ela começou a executar movimentos com as espadas que fizeram Chen Zhen se lembrar dos katis - sequências de movimentos combinados - com armas, executados nas sessões de treinamento na academia do mestre. Logo foi possível perceber que as três espadas - duas nas mãos, uma sobre a cabeça - não eram meros apetrechos de enfeite para a apresentação, e que a menina tinha proficiência e treinamento no manejo das armas. Os convidados mais próximos do palco começaram a ficar entusiasmados e excitados com a performance, lançando assobios, comentários e ovações.

Observar a apresentação da menina fez Chen Zhen ficar reflexivo novamente. Dizia-se que, em tempos antigos, a dança e as artes marciais possuíam as mesmas fundações. Como duas filhas nascidas da mesma mãe. Em épocas remotas, as pessoas acreditavam que Deus era chamado através da música, e que, através da dança, você se tornava um com o mundo. Um conceito semelhante à eterna busca pelo equilíbrio e harmonia com a natureza, feita através do treinamento das artes marciais.

Giro, arrastar de pés, base, controle de quadril, postura, intensidade, movimento, energia, flexibilidade, resistência, fluidez, ausência de hesitação, domínio, técnica, centro de gravidade, equilíbrio, distância, avanço, recuo. Quando se fala em dança e artes marciais, todos os aspectos que norteiam o esforço e a busca pela perfeição em uma, o fazem igualmente pela outra.

Quando a apresentação terminou, e o salão irrompeu em aplausos animados, a menina tomou as três espadas entre as mãos, se curvou e saiu correndo do palco, tão apressadamente que suas pernas se multiplicaram em várias, sacudindo-se freneticamente como em um desenho animado e levantando um rastro de poeira atrás de si. Chen Zhen seguiu-a com os olhos até o momento em que ela desapareceu atrás das cortinas que separavam o palco dos bastidores.

- Chen Zhen! - a voz de Kio Xai chamando-o deu-lhe um susto.

Ele se virou para a filha do mestre.

- Não se esqueça de piscar e respirar - disse Kio Xai, em um leve tom de censura, bebendo seu chá de olhos fechados e com o rosto ligeiramente emburrado.

Chen Zhen ajeitou sua postura sobre a cadeira, deixou de olhar para o palco e voltou a dar atenção a seu chá, refletindo novamente sobre a mulher chamada Izuko que procurara o amparo de seu mestre, e a perturbação no equilíbrio que sentira antes.
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Mensagem por Kenzo Shin Ter Mar 07, 2023 12:01 am


Magna - 02:00 am - Hospital Magna Blank

 Shin estava novamente acordado, após a breve recuperação no hospital da cidade, a alta tecnologia e a ciência auxiliavam qualquer que seja a gravidade do problema de saúde que qualquer habitante daquele país tenha, afinal tudo graças a sua família. Ele se encontrava em um quarto de recuperação, um local somente dele, tinha banheiro exclusivo e uma imensa janela que dava direto para o palácio. Ele ergue a cama lentamente usando seu poder, para que pudesse ficar sentado, seu corpo estava coberto por bandagens, desde a cabeça, peito e braços, ele havia sofrido queimaduras graves, graças a explosão do laboratório, ao menos dentro da sala blindada onde estava seu pai.

 Azukame Ayuka saia do banheiro lentamente, observando Shin olhar para o castelo iluminado ao longe, a vista era perfeita do lugar, inclusive do rio que percorria atrás dele. Ela usava um kimono perfeito, coberto por pedrarias e seda da mais alta qualidade, seu tom preto e vermelho coberto por borboletas a fios de ouro; cruzando os braços por dentro da manga larga do próprio costume, ela se aproxima dele lentamente.

- Fiquei esperando que você me chamasse... Mas, pelo visto, acabou resolvendo sozinho, mas... sem o que desejava suponho. - Ela diz aquilo olhando para Shin enquanto lentamente se sentava sob a cama.

 Shin ergueu uma sobrancelha, e sem encarar os olhos de Ayuka começa a desbafar.

- Ele descordou do meu plano, ele disse que tinha um propósito... Mas, nunca me disse o que seria. Tudo que saiu da boca daquele desgraçado foi: "Um dia você irá perceber o verdadeiro valor do amor, mas, para você meu filho, será tarde demais." - Shin volta seus olhos azuis na direção dos carmesins Ayuka.

 Havia algo nos olhos de Kenzo Shin que Azukame Ayuka não conseguia decifrar exatamente. Mas, compreendeu ao ler a sua mente e sorriu em sinal de concordância.

- Querido, foi ingenuidade sua querer tentar convencer um velho senil daqueles a colaborar com seu plano. A sua tão preciosa máquina, já estava 70% concluída e...

- Falta algo... E eu preciso disso, da chave. Meu pai, antes de haver toda essa discussão ridícula sobre amor e moralidade, me disse que faria a chave, mas, logo que percebeu a minha intenção, ele largou fora e disse que isso era absurdo, era como ditador agiria, um maníaco... Mas, o que tem de errado controlar a nossa própria via láctea? Desde os tempos antigos os Khantsu's são os formadores de nações e os governantes de galáxias. - Ele ri debochadamente.

 Ayuka apenas o observava, enquanto ele devaneava enquanto falava.

- A chave, desde o início ele queria me presentear com essa tal "construção" e me presentearia da "melhor" forma...

 Azukame se ergue e se põe caminhando até a janela do imenso quarto.

- Eu me propus a me aliar a você desde o início, por nossa amizade de longa data, sabes que eu faria qualquer coisa para que a felicidade verdadeira tomasse conta de você, coisa que eu nunca vi até hoje. Eu ofereci até a minha melhor guardiã, como sua esposa, para que pudesse te alegrar, e te fornecer os filhos que eu nunca poderia lhe dar naquele momento... - Ela se lembra de algo que a deixa perturbada e franze o cenho. - Eu jurei estar ao seu lado, desde que me fez ascender ao trono de Hanatsuki, contra a vontade de minha própria família; Shin, seu pai não poderia ser tão tolo ao ponto de esconder a chave de você, ela deve estar em algum lugar e eu me ofereço a lhe ajudar. Nós iremos concluir o seu desejo... Isso eu garanto. - Ela virasse para ele, agora percebendo que ele parecia a encarar de forma séria e confiante.

- Que assim seja Ayuka... Espero que realmente faça o seu trabalho. - Ele começa a se por de pé, estava apenas de calça, uma calça branca quase transparente.

 Ayuka sorri com a visão que recebera de presente, caminha na direção de Shin e toca em seu rosto suavemente.

- Eu faria qualquer coisa por você, meu REI. - Ela o encara maliciosamente.

Abdalah - 01:00 am - Tsuki no ai

 Natsuki Izuko permaneceu em silêncio se recompondo aos poucos depois de seus olhos se acalmarem, sua alma estava embaralhada, cansada de tanto ter que lutar, seus olhos seguiram os passos de Bianca Mori até o final da apresentação, foi quando ela viu Miyamura Kaito se levantar e caminhar de forma confiante até o palco e bateu palmas lentamente como em sinal de gratidão pela bela apresentação.

Ato 1 Magna - O nascimento Miyamu10

- Senhoras, senhores... "Criaturas" - Este último pronunciado com certo nojo para as animálias. - Me contento alegremente por esta bela e última apresentação, que representação da Deusa da Terra Elemental Hassan Saphir impressionante. Sim, conheço os Deuses antigos muito bem deste mundo, sim, muito interessante se me permite dizer, mas, ainda não estou inteiramente satisfeito Natsuki Izuko, gostaria que a sua graça viesse até o palco conosco.

 Os holofotes tocam no rosto marejado de Izuko, ela se levanta lentamente erguendo sua cabeça de forma confiante, afinal ela precisava reagir.

- Vejo que lhe falta algo meu senhor, ainda com toda a comida e bebida, não fora suficiente para nos reconhecer? - Ela caminha lentamente, mas, seu corpo dizia algo diferente, ela estava nervosa, afinal Miyamura era um Major e como pessoa um lixo humano e ela sabia de várias atrocidades que ele já cometera e nunca fora impune.

- Sim, desejo conhecer de perto a sua última dançarina, gostaria que me levasse até o camarim dela, se for de seu bom grado. - Ele encarava Izuko com os olhos afiados.

 Melti, observava tudo de longe, e sentiu um frio na espinha enquanto via sua amiga encaranto aquele "cara" de forma assustadora.

- Eu conheço aquele olhar de Izuko, algo não me cheira bem. - Melti fala para as outras, mas corre até o camarim onde Bianca havia retornado para tentar avisá-la.

 Izuko, a passos lentos começa a subir no palco, a encarar o jovem Major que era maior do que ela, ao se aproximar dele ela o questiona na frente de todos os convidados.

- Existe algum tipo de nova ordem? Se deleitar com uma de minhas meninas ainda não havia sido confirmado. - Ela o encarava com ódio e seu corpo em tremor, ela estava exausta e aquilo a perturbava ainda mais.

- Sim, uma nova ordem se iniciou ainda hoje... Não sabia? Nossa rainha de Magna esta morta, assim como seu governante, amanhã que irá subir ao trono será nosso honrado Rei Kenzo Shin! - Ele grita para alguns soldados que o acompanhavam e suas duas armas nanotec (dois seres encapuzados) que comemoravam juntos naquele exato momento.

 O choque foi geral no salão, todos presentes começaram a acessar as notícias que já circulavam entre os mundos, aquela noite fora uma fatalidade para Magna, mas, os noticiários estavam manipulados ($) noticiando para a nação global que teria sido uma traição do antigo rei Hisui, no qual o salvador fora Shin, agora todos sabiam o que havia acontecido pelo motivo da maioria dos Nanotecs estarem em "atualização" no meio das apresentações.

 O burburinho se instaurou no lugar, as pessoas se entreolhavam apavoradas, comentando como poderia um rei tão bondoso trair os mundos?

- Agora se me permite minha senhora, acho que com Magna em "festa" eu posso aproveitar, já que o comando nos informou que poderíamos nos divertir esta noite e comemorar. Afinal, o nosso rei irá governar todos os mundos inclusive os 4 reinos. Podemos começar por este... - Ele retira uma arma especial como uma pistola de prata e aponta na testa de Izuko. - Que os jogos comecem! Aproveitem rapazes! Abusem dessas "desgraças" o quanto quiserem!

 De repente se instaurou um tipo de "briga de bar" dentro de Tsuki no ai, as pessoas se defendiam como podiam, cadeiras eram lançadas, vidros eram quebrados, os guardas começaram a atacar todos ali sem distinção.


 Quando Izuko tentou reagir contra o Major, as sentinelas de Miyamura a deteram com um tipo de selo em sua testa que a fazia perder as forças de invocar sua Kitsune, e como já estava fraca demais, apenas a seguraram apontando armas a ela, enquanto ela gritava as meninas para que fugissem assim como todos os convidados.

- Miyamura seu desgraçado traidor! - Izuko murmurava entredentes com um ódio sobre-humano.

- Não Izuko CHAN, mais respeito com seu futuro governador! - Ele gargalha removendo a arma da cabeça de Izuko e caminhando apressadamente até o local dos camarins. - Vou atrás do meu prêmio... - Ele gargalha pelo corredor acertando as meninas que tentavam lhe impedir.

 Um dos soldados olha para Satoro Koji e toca em seu ombro, e sorri de forma insana.

Ato 1 Magna - O nascimento Gula10
Representação grotesca do soldado.

- Vamos garoto aproveite, tem até uma elfa de presente para nós veja! - Ele aponta para Melti capturada em um canto e sendo espancada por tentar defender duas animálias gatos depois que havia avisado Bianca Mori. - Vai ser interessante, dizem que elas são bem "apertadinhas". - Gargalha olhando para Satoru.

 Izuko lança um olhar para Kioshin Yi, aquilo era mais do que significativo para ele, no meio da confusão ele havia desfalecido 6 dos 100 guardas de Magna que tentaram atacá-lo naquele instante, e o olhar de Izuko era mais do que suficiente para que ele pudesse retomar o controle do lugar por si só, e assim ordenou a sua filha e a seu discípulo Chen Zen que o fizesse.

- Vá atrás daquele Major Chen! Proteja a garota que ele deseja tomar! Vou cuidar do resto por aqui. - Ele toma a sua posição de luta, e de forma ágil começa a agir no local.

 Os guardas possuíam muitas armas especializadas em combate, desarmando com tipos de materiais que desabilitavam qualquer criatura mágica, era crucial que os amuletos feitos por agentes Hanatsukis não tocassem em seres que utilizassem de magia, ou seria como o estado atual de Izuko, que já estava fraca e ainda tentava reagir contra aquela força das trevas em forma de amuleto.

 O lugar já estava parcialmente destruído, restava agora a quem ali estivesse retomar o controle do lugar.

 Mais cedo antes do confronto, um energia misteriosa chamava e clamava por Yumi, era como se uma voz entoasse coordenadas dentro da mente dela, para que se dirigisse ao 3º andar do local, mais precisamente ao quarto das gêmeas no sótão.

TO BE CONTINUED...

_________________________________________
Urubuservações que podem facilitar, qualquer coisa me chamem whats:

Gente vocês façam as lutas de vocês como quiserem, essa é a hora de eu ver os poderes de vocês, podem lutar contra quantos forem necessários, detalhe: calma lá que a Yumi já vai ter o protagonismo dela também, mas por enquanto segue abaixo.

Mateus: Pode interpretar Kioshin Yi da forma como quiser, só dei uma brecha para que comecem os "jogos" xD, ou seja lutas etc comecem e a criatividade brote.
Dica importante, Miyamura é especialista em armas, e os dois nanotecs dele são como esse caso aqui que tu lembra bem e conhece muito bem:

Ato 1 Magna - O nascimento Kanami10

Eles também podem se transformar em armas para o Miyamura, mas, sigo interpretando ele (Miyamura) contigo, com a mana e com o Fábio logo na sequência após os posts de vocês. (Detalhe: segue lendo abaixo).

Rita: Kaito vai chegar em ti chegando, vais lutar contra ele também, mas, ele vai te dominar por alguns minutos, e ai que entra tua parceria na luta com o Mateus (Chen Zen e Bianca Mori), após esse encontro "sexy" teu e do Miyamura (tarado) vocês dois (chen e bianca se conhecem em meio a luta).

Fábio: Teu objetivo e mostra tuas habilidades e macetar geral, salvar Melti se quiser, até chegar onde Bianca e Chen Zen estarão lutando contra Miyamura, até lá quero ver tua luta contra esse porcão ai, ele é especialista em chamas pela boca e espinhos de metal com veneno de cobra que saem da boca dele, ele usa uma nanotec como "aparelho" bucal, ele também é bom em velocidade, mesmo sendo pesado, ele é um dos capitães de Miyamura.  

Yumi: O objetivo dela é somente encontrar Zahira 001, dali em diante assim que ela encontrar os olhos da Zahira a coisa vai pirar pro lado dela. Mas, só fazer ela chegar lá e a encarar pois ela ainda está em estado "vegetal" com as gêmeas ao lado dela.

E me perdoem pelo atraso! Espero que tenha sido útil para ajudar na criação, me perdoem se to sendo horrível narrando!

/>.<\ Jaa nee! @-@


Última edição por Kenzo Shin em Qua Mar 08, 2023 6:41 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Satoru Koji Ter Mar 07, 2023 4:34 am

Magna - Ano xx - Flashback

Satoru e Ryuko se encontravam em um pequeno bairro no reino de Magna, um local um pouco deslocado do grande centro e onde se concentravam a maioria dos mercadores negros. O lugar era um pouco escuro, haviam poucos lugares com acesso a luz solar devido ao seu difícil e complicado acesso, era um pequeno vilarejo escondido entre os grandes e enormes prédios.

Ato 1 Magna - O nascimento Hd-wal10

- Cara... temos mesmo que fazer isso aqui? - Ryuko reclamava enquanto olhava ao seu redor desconfiado e com medo. - Isso não é tão importante assim, podemos pegar outra grana se fizermos outro bico por ai.

- Não. Esse cara me deve e isso não pode ficar assim, fizemos o que nos foi pedido e agora ele tem que nos pagar, precisamos do dinheiro pra comprar nosso alimento na semana. - Satoru dizia enquanto retirava um pedaço de papel amassado no bolso de sua calça contendo algum endereço escrito em vermelho. - É logo adiante. - Ele olha pro papel e em seguida aponta para uma pequena loja de armas brancas.

Satoru então se dirige até o estabelecimento e com cautela abre a porta dupla feita de madeira bruta. Ao abrir, ele se depara com um velho com seus 70 a 75 anos de idade, cabelo longo e grisalho e olhos dourados. Seus braços metálicos seguravam uma garota de aparência jovem aparentando ter seus 20 anos. O ambiente estava escuro, contendo apenas uma fonte de luz em cone central sobre eles.


- V-Vocês não querem que eu faça nada com essa garota não é? E-Eu já sabia que viriam para cá! - O velho dizia enquanto um de seus braços entrelaçava o pescoço da garota por trás, enquanto a outra mão, segurava uma seringa contendo um fluído vital, ameaçando-a injetar.

Ryuko imóvel, o observa com um olhar que antes era de medo, mas agora era puro ódio. - Não ouse, ou vai conhecer o inferno. - A garota com medo, começa a tremer de desespero.

O velho começa a dar gargalhadas altas. - Vocês não são capazes de me parar! E saiba que NUNCA vou pagar uns fracot... - Se ouve algo caindo no chão interrompendo a comunicação, logo em seguida o grito aterrorizante da jovem.

Um som de esguicho pode ser ouvido e então, toda a sala fica vermelha. A cabeça do velho rola sobre o chão encharcado de sangue e para sobre os pés de Ryuko que no mesmo instante salta para trás. Ao olhar para frente, pode se ver Satoru de costas, segurando uma lâmina estranha, parece ser uma espada preta, longa e fina, feita de pura magia negra.

- Não me encha com esse seu sarcasmo, velho imundo. - Satoru diz enquanto se virava para Ryuko, revelando sua face ensanguentado. - Vamos Ryuk... - Suas palavras eram interrompidas por mais um grito da jovem garota.

- D-DEMONIO! - Aponta a jovem que já não estava mais sobre a ameaça do velho em direção a Satoru. - DEMONIOOO! - Ela grita enquanto sai correndo, escorregando sobre o sangue fresco no chão.

Magna - dias atuais - Fim do flashback

Satoru acorda com o susto que levara, percebendo que sem querer, havia cochilado enquanto esperava o show acontecer. Ele observa o movimento ao seu redor, a correria das meninas que serviam as outras mesas enquanto coçava seus olhos com o objetivo de se manter acordado. Ele suspira e então fica pensativo, refletindo sobre o pesadelo que teve enquanto esperava o show começar.

As luzes se apagam e então a apresentação começa, Satoru fica impressionado com a dança e a forma que a coreografia é executada, ele já havia presenciado algumas apresentações de dança em Magna, mas não era como essa, era algo que possuía mais que passos e gestos fluentes e delicados, mas uma dança que envolvia alma e sentimentos, e aquela pessoa que estava no palco, de alguma forma, lhe era familiar, de alguma forma, ele sentia que já o conhecia e isso lhe deixou confuso, mas não deixou de apreciar toda a dança de Natsuki Izuko, quanto a de Bianca Mori.

Ryuko observou Satoru durante toda a apresentação e notou que algo estava diferente nele, e que esta noite seria uma noite daquelas, então ele se acomodou na cadeira e suspirou com um sorriso nervoso em sua face enquanto voltava a assistir a dança.

Ao terminar de assistir aquelas coreografias, Satoru começou a se sentir triste, ele não sabia o motivo, mas de alguma forma, ao ver Izuko dançar e dizer aquelas palavras no final de sua performance o fez sentir uma angustia e dor terrível. Por um momento, ele pensou em ler os pensamentos da mesma, mas algo o fez desistir de faze-lo. Mas essa tristeza não durou muito, até ver que algo estava acontecendo no palco e uma movimentação absurda surgir em questão de segundos.

"- Vamos garoto aproveite, tem até uma elfa de presente para nós veja! - Ele aponta para Melti capturada em um canto e sendo espancada por tentar defender duas animálias gatos depois que havia avisado Bianca Mori. - Vai ser interessante, dizem que elas são bem "apertadinhas" ".



Satoru olha para o porcão que está em sua frente e logo olha para a elfa que lhe recebeu no estabelecimento. - É uma tentação... - Ele caminha até a garota elfa que estava sendo mal tratada por outros guardas e sorri olhando para Ryuko que estava logo ali ao seu lado. - Eu adoraria espancar algumas pessoas, não tive um sonho tão legal durante meu cochilo. - Ele estica a mão como se quisesse pegar algo em direção a Ryuko, que entende na hora, ele caminha em direção a Satoru e se transforma em uma espada samurai.

Ato 1 Magna - O nascimento Espada10

Com uma movimentação rápida em um corte horizontal, ele termina com os molestadores que estavam atormentando Melti, a elfa, e então se vira para o obeso apontando a arma para o mesmo.

- Apertado vai ficar o lixo quando eu te fatiar e te jogar la... - Ele fecha os olhos e se comunica mentalmente - Yuka, preciso que pegue a elfa e a leve para um lugar seguro, pode fazer isso pra mim? - Após ele abrir os olhos, a Kitsune estava em sua frente, então ela confirma balançando a cabeça e vai em direção a elfa, pegando-a no colo e levando-a para algum lugar.

- Se você não sabe, posso ser deste tamanho, mas sou mais rápido que pode imaginar, e pode apostar que sou mais forte que você também, AHAHAH! - Diz o porcão enquanto se preparava para atacar. - Morra queimado! - Ele abre a boca e solta uma baforada de chamas em direção aos dois.

Satoru rapidamente desvia das chamas saltando para trás. - Koji, me lance na direção dele quando for saltar, vamos pega-lo de surpresa. - Rapidamente, Satoru corre em direção ao inimigo e salta sobre o mesmo, lançando a espada, mirando diretamente na cabeça.

- Toma essa! - Ryuko se transforma em sua forma humanoide e lhe chuta com toda a sua força, lançando o inimigo sobre a parede, que racha com o impacto.

O porcão se levanta normalmente, limpando o sangue que corte que lhe foi feito com o chute no rosto e olha com raiva para a dupla que estava em sua frente.

- Isso é tudo que vocês sabem fazer? - Ele grita como se estivesse rugindo, um grito ensurdecedor que ecoava por todo o local. - Tolos, vou lhes mostrar o que é força. - Ele como uma velocidade extrema, parte pra cima de Satoru com a intenção de lhe dar um soco na cara, mas Ryuko ainda na forma humanoide se coloca na frente, bloqueando o golpe com os braços em forma de "X", fazendo-lhe ser empurrado para trás.

- Ele é forte... Koji, temos que usar aquilo... - Ele dizia enquanto se levantava do golpe que recebera. - Se ele é rápido, temos que ser mais... - Satoru então fecha os olhos e algo começa a mudar, o ar em sua volta começa a ficar pesado, o ambiente fica mais frio e tenso, sua respiração era mais profunda e serena, podia se notar algo como se uma chama fraca em forma de sombra formar em sua volta.

- Vamos. - Satoru dizia com outro semblante estendendo sua mão em direção de seu amigo, que agora se transformava em uma pequena adaga.


Ato 1 Magna - O nascimento 028a1010


Com uma velocidade extrema, Satoru corre e salta sobre a parede para pegar um impulso e se lança sobre o inimigo, e como se fosse uma bala de um revolver que ricocheteia sobre as paredes, desfere vários cortes no mesmo, não dando-lhe brechas para se defender, mas quando ele foi finaliza-lo, Porcão já raivoso, segura o pé de Satoru que ainda estava sobre o ar e o arremessa para o chão.

- VOU FAZER COM QUE VOCÊS SOFRAM, BANDO DE LIXOS!- Com raiva, o inimigo grita e o levanta do chão segurando-o por uns dos braços e abre sua boca enorme, revelando sua arma nanotec que estava implantado sobre sua mandíbula como se fosse um aparelho bucal onde no qual crescem dois caninos enormes com um líquido que escorria do mesmo. Antes que o inimigo pudesse finaliza-lo, Ryuko surge atrás do homem porco com dentes venenos revelando estar novamente em sua forma humana, com apenas um dos os braços em forma de uma lamina, ele o decepa sua cabeça com um corte lateral simples, tirando Satoru de risco.

- Quando ele me pegou no ar, por algum motivo, senti minha magia ser drenada... - Satoru dizia enquanto se levanta. - Tinha algo de estranho nele, algo como se anulasse a magia ao me tocar. - Ele olha para o palco e nota que o Major já não esta mais lá. - Vamos... precisamos ajudar aquelas pessoas.


Após a batalha, Satoru e Ryuko vão em direção a Natsuki que estava fraca e deitada no palco.

[obs: qualquer coisa, eu deleto essa ultima parta da Natsuki, fico por vocês]
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Mensagem por Zakir Melti Qui Mar 09, 2023 10:09 pm

Off: Sim Melti se tornou um personagem. Mais, pra frente vão entender.
____________________________________________________________________

 Com toda aquela confusão, acabei correndo trombando em algumas meninas, aquele olhar de Izuko, eu o conhecia mais do que qualquer uma dentro dessa casa. Cheguei aos tropeços no camarim de Mori Bibi.

- Mori Bibi! - Ofegava. - Depressa, fuja! Recebemos uma notícia terrível!

 Tentei repassar tudo que havia até agora, em um resumão que mal dava para conter o gaguejo, desde o que Miyamura Kaito comunicou a todos sobre o futuro novo rei de Magna, até sobre as intenções macabras sobre ele e Bianca Mori. De repente ouvi alguns estrondos no corredor, era alguns guardas encurralando duas irmãs gatas.

- Não temos muito tempo, algumas já conseguiram fugir, você tem que sair daqui! - Fico tentando ao máximo apressar Mori para que ela consiga se trocar a tempo e fugir também. - A maioria esta indo para a casa na praia de Izuko, Kayra minha amiga coruja está guiando todas para lá em segurança.

 Escuto alguns miados agudos, e fecho a porta rapidamente, para que pudesse correr na direção das felinas. Saltei pelas paredes, mudei a gravidade e o peso do meu corpo e desferi dois golpes em cada soldado, um na costela e outro na cabeça, os fazendo voar e quebrar algumas paredes.

- Mina e Rika vocês estão bem? - As abraço vendo-as apavoradas.

 Nesse instante sou pega desprevenida, meus cabelos são enrolados nas mãos de um soldado, por várias voltas pois é longo, enquanto outros dois me seguravam. Fui arrastada até o palco a gritar, pois, não consegui reagir rapidamente e a força deles era grande, mas, consigo ver que as felinas conseguiram escapar dos outros guardas que tentaram fazer o mesmo com elas naquele mesmo instante. Quando percebo as reais intenções deles de querer me estuprar ali mesmo, vejo um gordo enorme convidando outro rapaz a isto, meu sangue congela e fico em estado catatônico sem reação alguma.

 Eu estava quase sem roupa, pois eles haviam rasgado parte do meu vestido branco de cetim no qual usei na minha apresentação de arquearia. Foi quando percebi que de alguma forma eu estava sendo carregada por alguém, ou por alguma coisa. Ela era veloz, me tirou dali me levando ate o jardim. Distraidamente, olhei para o seu rosto, me deparando com um raposa, instintivamente coloquei as mãos nas orelhas dela, de forma inocente e olhei em seus olhos.

- FOFINHA... - Eu estava maravilhada, com aquele jeito felpudo.

 Não sei porque, mas, tem vezes que eu vou de zero a cem em mudança de ânimo muito rápido. De repente fiquei constrangida, estava agindo que nem uma idiota afofando as orelhas de uma desconhecida, e pedi desculpas na língua antiga das raposas.

- Obrigada... - Me sentei em um tronco que ficava embaixo de uma cerejeira do jardim. - Mas, eu acho que preciso voltar, preciso ajudar as outras meninas... E... Agradeça a seu mestre, eu sei que você é uma "invocada". - Eu apenas sorrio sem jeito para ela.

  Logo em seguida torno a me levantar, desfaço o laço verde que estava em meu pulso, e prendo meus cabelos em rabo de cavalo.

- Ou eu reajo agora, ou as meninas vão sofrer... - Meu jeito de falar até muda, e me torno mais fria no olhar, torno a olhar a raposa. - Não se preocupe, já estou bem. - Caminho sem olhar para trás, e salto alto no segundo andar para buscar meu arco e minha roupa especial élfica.

 Após me vestir, pego meu arco, faço uma prece em Elfian, e assumo a postura que já deveria ter tido desde cedo, a de segunda líder da casa, começo a evacuar o local, vejo kayra retornando a peço que venha buscar as que eu consegui resgatar.
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Mensagem por Kenzo Shin Qui Mar 09, 2023 10:50 pm

Em meio aos gritos e tiros, algumas pessoas ficaram feridas, outras desmaiadas pelo pânico, Izuko percebe que aquelas nanotecs tinham um dever a cumprir e que não ficariam por muito tempo contendo-a. Ela percebe que ao redor, um rapaz com um aura familiar, começa a lutar contra um dos soldados, de alguma forma ela o conhecia, mas, não conseguia se lembrar de onde e nem de quando. De repente ela ouve um assobio, e aquelas enormes nanotecs se afastam dela. Ela suspira, mas, acaba desmaiando assim que vê Satoro Koji se aproximando para tentar ajudá-la. Era notável que aqueles amuletos eram muito poderosos, alguém de Hanatsuki os haviam feito com certeza, para conter qualquer usuário de magia branca e negra.

Alguns minutos antes...


 Miyamura Kaito estava cercado por animálias, e em cada uma dela, movia seus braços para socá-las, e deixá-las fora de combate, é quando ele chega no camarim de Bianca Mori, ao forçar uma animália cão confessar, literalmente após espancá-la, onde era seu camarim.

- Querida cheguei... - Ele sussurra abrindo a porta lentamente.

 Ele se depara com algumas roupas de Bianca em cima de um sofá, pega uma delas e simplesmente cheira, como se estivesse entorpecido pelo seu perfume. Logo ele solta um assobio, que agia também como um código para que seus nanotecs bloqueassem a porta do camarim e a trancassem. E é nesse momento que eles saem de perto de Izuko, para bloquear o local onde seu mestre estava.

- Onde você está meu amor, vim lhe parabenizar, aliás foi uma bela apresentação, que tal me mostrá-la em particular.

 Seu semblante era de um louco aguçado pelo prazer sexual.
 Como o camarim era grande, haviam muitas roupas e fantasias ali, e um local que parecia mais um banheiro ao canto.

- Será que minha linda Deusa da Terra está com vergonha? Quer que eu lhe pague a mais por isso minha doce e vadia dançarina! - Ele começa a andar com suas armas em punho e com as mão para trás, enquanto procurava e vasculhava as roupas com certo nojo.

 Enquanto isso lá fora, Melti providenciava a saída das pessoas, e o deslocamento em segurança das outras meninas da casa.

To be Continued...
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Mensagem por Bianca Sáb Mar 18, 2023 12:38 pm

A euforia de ter dançado diante de tantas pessoas, e de ter sido ovacionada com tanto entusiasmo, ainda estava no sangue de Bianca quando ela entrou no camarim suada e ofegante, e com muita sede, procurando por alguma coisa para beber, portanto ela não sentiu direito quando tomou o líquido que uma das gatas lhe oferecia. Ela tomou de um gole só o líquido gelado e doce.

- Nossa, Mori Bibi, não sabia que você tomava Spregs desse jeito!? - A gata falou espantada, meio rindo.
- Spregs? - perguntou Bianca depois de beber, sentindo então o gosto doce da bebida, porém juntamente com a sensação forte do álcool que desceu por sua garganta.
- Sim, geladinho é uma delicia, por isso te dei pra beber, mas vá com calma, ou vai ficar bêbada rápido! - disse piscando para ela e rindo.
- Você deu álcool pra Mori Bibi, sua tansa?! - outra felina falou, vendo a cena ao entrar no camarim - vamos, sua doida, pois precisamos continuar os atendimentos, logo a festa acaba e nos livramos do trabalho! Mori Bibi, vou tentar te trazer uma água, não tem nada por aqui!
As duas felinas saíram discutindo sobre a tal bebida, e Bianca começou a sentir os efeitos da bebida ardendo em seu estômago vazio. Era só o que faltava àquelas alturas. Ela precisava tirar o figurino da apresentação e ir logo para casa.

Em um dado momento, enquanto brigava com as amarrações da sua linda roupa de dança, ela ouviu o que pareciam ser gritos e sons estranhos vindo de fora do camarim, porém os sons ali dentro eram muito abafados, pois os camarins eram bem protegidos contra os sons do lado de fora, então não conseguia ter certeza.
Ficou feliz quando Melti chegou para a ajudar, e tentou não demonstrar o quanto estava tonta, esperando que o efeito do álcool passasse logo. Preocupou-se quando ela lhe contou sobre o que estava acontecendo lá fora. Quando saiu de casa até pensou se seria interessante levar consigo suas adagas, mas nunca imaginou que algo assim fosse ocorrer. As espadas que usou na apresentação foram ajustadas somente para isso, elas não tinham fio e não seriam de valia alguma para uma luta, não teriam nenhuma utilidade para sua proteção no momento.

Agora era cada uma por si naquele caos, e ela teria que se virar. Melti saiu correndo dali para ajudar o resto das meninas a fugir, depois de lhe ajudar a tirar o figurino revelador. Encontrando suas roupas, já no banheiro, ela estava finalmente se vestindo para fugir dali, depois tiraria a maquiagem. Era tudo mais difícil tonta como estava. Suas botas estavam em algum lugar na sala, e saiu do banheiro amarrando as cordas do seu corpete de couro. Estava tão absorta no trabalho árduo de dar os nós, com sua mente semi-alcoolizada, que só percebeu que tinha mais alguém ali dentro quando já era tarde demais.

- Ah, mas que bela visão!! - a voz do homem a despertou do transe, fazendo ela parar onde estava.
- O que... quem é você?  - ela parou onde estava, olhando para o rosto do homem, não gostando nada de sua expressão. Ele tinha um olhar horrível, que lhe deu um arrepio de terror.
- Oh, minha Deusa da Terra, você não sentiu a conexão entre nós quando estava no palco? Eu senti! - ele chegou ainda mais perto dela, fazendo ela se retesar toda. Aquele cara não estava pra brincadeira, e porque ele estava com os braços para trás? - É uma pena que você já tirou seu figurino, estava tão bela nele!
- Ah pois é, uma pena - ela disse, olhando para a porta. Precisava sair dali correndo.
- MAS... - ele falou aquele "mas" tão alto, que ela deu um pulo, e viu que ele sorriu ainda mais - podemos colocar a roupa novamente, não é mesmo?
- ... hum... é bem complicada de colocar - ela respondeu, enrolando ele.
- Ah, mas eu te ajudo - ele replicou de um jeito manhoso, mexendo o braço direito vagarosamente - primeiro tiramos essa roupa - ele mexeu o braço, e então ela viu o que ele trazia consigo, era um soco inglês com uma adaga acoplada - e depois eu ajudo você a colocar a outra roupa! Não é fácil?


Ato 1 Magna - O nascimento Soco_i10            Ato 1 Magna - O nascimento Roupa10





- Acho que pode ser uma solução - ela falou olhando a arma. Ele estava muito próximo dela, e começou a cortar os cordões que faziam o corpete ficar fechado. Automaticamente ela começou a tremer, de raiva e de frustração. Qualquer coisa que ela tentasse agora, com o pouco de álcool que ainda sentia no seu sangue, e sem uma arma para se defender daquela que parecia bem afiada, ia ser só para piorar sua situação.
Ia tentar levar aquele louco no papo o máximo que conseguisse. Ele terminou de cortar todos os cordões do corpete e olhou para ela, como que esperando que ela fizesse alguma coisa. Como ela não se mexeu, ele agilmente guardou os dois punhais nas costas, dando o passo que ainda separava os corpos dos dois.
- Quero que você faça uma dança particular para mim, e depois podemos nos divertir pra valer! - ele disse lambendo os próprios lábios.  
- Claro, posso dançar pra você - ela falou engolindo seco, tentando ganhar confiança, sentindo nojo dele assim tão perto, mas menos receosa agora que ele tinha guardado as armas. Se ele as tinha era porque sabia usar, então não podia se dar ao luxo de errar seus próximos passos - Posso... hum... me trocar? - ela tentou dar um passo pra longe dele, porém nessa tentativa de sair de perto dele só o deixou bravo.
- Hei, para onde está indo? - ele a puxou de volta, puxando o corpete de sua cintura, o jogando ao chão, deixando o camisete solto por cima do seu corpo - Agora fica mais fácil de levantar e tirar essa blusa - ele disse - porque você usa calças? Vocês deveriam usar saias pra facilitar.
Ela sentiu a mão dele passeando por sua perna, subindo pelas nádegas, e apalpando. Automaticamente sua mão desceu, tirando a mão dele pra longe, com vontade. "Que nojo!" foi o que automaticamente seu cérebro lhe gritou.
- Hei! O que você está fazendo? - a ardência em seu rosto veio rápido e o gosto de sangue veio junto - Ah você é daquelas que gosta de um embate? Entendi! - ele tocou no rosto dela, onde bateu, fazendo um carinho - vocês vadias são loucas.
- Eu... não sou vadia! - ela falou, sentindo a bochecha inchando, se irritando.
- Ah certo, certo. Não quer que eu te chame de vadia? Vadia? kkkkk - ele falou rindo, agora segurando forte nas duas nádegas dela, roçando o já membro duro na barriga dela.
- Eu já falei... que não sou VADIA! - ela se irritou e usou as duas mãos livres para bater nos dois lados do pescoço dele, usando a técnica desferida com a faca da mão. O polegar é dobrado e mantido firme contra a borda da mão que o apoia, os quatro dedos restantes ficam tensos, próximos mas sem ficarem rigidamente unidos. Ele era bem mais alto que ela, então a força do golpe serviu somente para piorar a situação, como ela havia previsto.
- Sua... Sua puta! - ela viu o sangue nos olhos dele, que a segurou pelo pescoço a levando de encontro a uma chaise longue que havia no canto da sala. Ele levantou a sua blusa procurando por seus seios, enquanto ela o chutava, e usava as mãos para tentar socar e arranhar. Ela estava fraca por causa do álcool, e nenhum golpe surtiu efeito. Ela sentiu que estava perdida. Naquele momento ela estava sentindo-se a pessoa mais miserável do planeta. Pequena, impotente e miserável.
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Mensagem por Chen Zhen Ter Mar 21, 2023 9:20 pm

Os anos de treinamento na escola de artes marciais do mestre Kioshin Yi ajudaram Chen Zhen a refinar e aperfeiçoar sua sensibilidade ao chi, tanto da natureza que nos rodeia, quanto dos outros seres vivos. E essa sensibilidade refinada o permitia não apenas detectar quando o chi de uma pessoa próxima e conhecida deixa este mundo, semelhante à visão da chama de uma vela se apagando, como também ler o chi de outra pessoa e identificar o seu aspecto e as suas intenções, com a facilidade com a qual uma pessoa identifica cores em um desenho.

E o chi que emanava do homem chamado Miyamura Kaito, que discutia com Natsuki Izuko no palco, era composto de nada além de crueldade e malícia.

Chen Zhen analisou o sujeito. Esteticamente, era bem apessoado, com a face branca - em um tom semelhante ao da senhora Izuko - bem tratada, e a barba feita com capricho, em total contraste ao seu próprio rosto, bronzeado, barbudo, surrado e endurecido pela vida devotada ao treinamento. Os olhos dele, semicerrados, juntamente com a boca inclinada em um sorriso sarcástico, formavam um semblante de puro deboche. Seu cabelo negro curto cascateava à direita e à esquerda do rosto em duas pequenas mechas. Estava bem vestido. Aparentemente era um oficial militar do alto escalão de Magna. Seu uniforme, enfeitado com adereços e medalhas que as vestimentas dos demais soldados de Magna não possuíam, sugeria isso. Mas sua energia vital destoava completamente de sua estética, causando asco a aqueles sensíveis a ela.

- Major das forças armadas de Magna, Miyamura Kaito - o mestre Kioshin murmurou a patente e o nome daquele homem, com desgosto óbvio na voz.

Chen Zhen espiou o mestre, e percebeu que ele compartilhava da sua leitura. Kio Xai também, embora não fosse sensível ao chi como ambos, mas compensasse com o que as pessoas costumam chamar de intuição feminina. A opinião era unânime. Miyamura Kaito era um ser humano de más intenções.

Quando Miyamura proclamou, com deleite sádico na voz, a morte de Kenzo Hisui e Kenzo Kaede, e a sucessão de Kenzo Shin ao trono de Magna, a atenção de Chen Zhen foi momentaneamente desviada, do burburinho de choque entre os convidados, para o barulho da xícara de chá que estava na mão do mestre Kioshin se estilhaçando em vários pedaços, que se espalharam pela mesa. Mas a pior notícia ainda estava por vir. Miyamura em seguida declarou que Kenzo Shin governaria todo o mundo, inclusive os quatro reinos. Inclusive Kiaulen. A perturbadora visão de sua amada terra de Kiaulen a mercê de um homem que Miyamura Kaito considerava exemplo a ser seguido fez Chen Zhen ficar apreensivo, principalmente porque isso trazia o questionamento do que aconteceria ao mestre Kioshin Yi.

Os deuses escrevem certo por linhas tortas. Chen Zhen finalmente compreendeu a origem da perturbação na harmonia da natureza que seu mestre e ele haviam sentido anteriormente. A resposta era Magna. Magna era o epicentro dessa tempestade que se formava. O novo rei chamado Kenzo Shin era o pivô dessa crise. E Miyamura era o arauto dos tempos sombrios que se aproximavam. Os deuses haviam guiado Chen Zhen e seu mestre até aquele local, até aquele evento, para que essa nova ameaça iminente se fizesse conhecer por ambos em primeira mão. Chen Zhen segurou uma conta de seu rosário, para afastar os maus presságios.

Miyamura deu uma ordem e, de um instante para o outro, a casa de eventos de Natsuki Izuko deixou de ser um ambiente alegre e confraternizante, e passou a ser um cenário de guerra, em uma batalha pela sobrevivência na qual os instintos mais primitivos do ser humano estavam soltos, sem nenhuma moderação racional. Os soldados de Magna presentes no local pareciam ter se tornado cães raivosos enlouquecidos, atacando os demais convidados com brutalidade e selvageria, e a lei da sobrevivência do mais apto estava em vigor.

O mestre Kioshin agiu com proatividade, levantando-se rapidamente, puxando Kio Xai e Chen Zhen para perto de si, chutando a mesa à qual estavam sentados, com a intenção de virá-la e formar uma barricada improvisada, e conjurando um total de seis Aliados Místicos, para protegê-los dos agressores, que depredavam e atacavam tudo e todos ao redor.

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- Kio Xai. Fique atrás de mim. Garoto, você também. Cuide dela, e não saia do seu lado - ordenou, sem perder a calma.

E então, gritou aos demais Genji que eram aptos a lutar, que haviam começado a agir em autodefesa contra os soldados a mando de Miyamura, protegendo a si mesmo e a seus entes queridos.

- Não matem ninguém!

Dadas as instruções, Kioshin se preparou. Respirou fundo, ajeitou sua postura, aumentando sua estatura com isso, aparentando ser mais alto do que normalmente era, e retesou todos os músculos do corpo, fazendo-os ficarem com o dobro de tamanho do normal. Seu rosto ficou novamente severo e endurecido, e seus olhos pareciam alternar entre uma escuridão enigmática e um brilho incandescente causado pelo chi transbordando de seu corpo e pronto para ser canalizado em técnicas e golpes. Influenciado pelo fluxo intenso de chi, o ar passou a girar com mais intensidade ao redor dele, quase ao ponto de começar a formar lâminas de vento.

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- Me perdoe, papai - Kio Xai se desculpou - se eu não tivesse vindo, seria mais fácil para vocês dois lidarem com esse problema.

Chen Zhen compreendeu de imediato por que Kio Xai se desculpava. A técnica do Aliado Místico era uma faca de dois gumes. Para cada ser feito de chi que fosse invocado, uma porção da energia vital do usuário precisava ser investida e reservada, para mantê-lo. Para manter sua filha segura, o mestre, além de protegê-la com as próprias mãos e contar com o apoio de Chen Zhen, havia conjurado seis guerreiros incorpóreos para compor o reforço. O que significava que, no momento, Kioshin estava apenas com uma fração do seu poder e da sua aptidão marcial total disponível para uso em combate.

- Não esquente a cabeça com isso, meu anjo - Kioshin tranquilizou a filha, já com gotículas de suor começando a se formar em sua testa, pelo esforço de manter seis Aliados Místicos em funcionamento - uma fração do meu poder total é mais do que suficiente para lidar com este problema. Ninguém poderia prever que a festa se tornaria um campo de batalha. E nenhum cuidado é demais para evitar que estes homens mal intencionados se aproximem de você.

Chen Zhen ia começar a conjurar um Aliado Místico para ajudar no reforço, mas o mestre o proibiu.

- Não, garoto. Você guarde suas energias e se concentre em não deixar nada chegar perto de minha filha.

Os Aliados Místicos conjurados por Kioshin serviam como uma primeira linha de defesa contra os soldados que avançavam, provavelmente famintos pela glória de derrotar o representante de Kiaulen em combate. Mas, mesmo com os seres feitos de chi os protegendo, eventualmente essa primeira linha de defesa ficava demasiado ocupada barrando os agressores, e um ou outro conseguiam driblar os Aliados Místicos e alcançar o trio. Nesses momentos, a habilidade do mestre Kioshin se fazia conhecer.

Um soldado de Magna, trôpego pelo efeito do álcool, e aparentemente mais interessado no prazer de praticar violência do que em se satisfazer com uma das meninas do estabelecimento, avançou correndo em direção a Kioshin com a selvageria de um animal irracional, com a intenção de dar-lhe um soco. Sem dificuldade, Kioshin girou o corpo, fazendo o golpe atingir o ar. Executando uma das técnicas básicas do Estilo Águia, agarrou com uma das mãos o pulso do sujeito. Com a palma da outra mão, desferiu um golpe na parte externa do cotovelo do braço esticado do homem. O braço se partiu, como se fosse o galho seco de uma árvore, e se dobrou ao contrário de uma forma medonha. O urro de ameaça do inimigo se transformou logo em um choramingo de dor, quando o homem desfaleceu para o lado, segurando o braço inutilizado.

O próximo inimigo veio, este armado com uma pistola, e com a intenção de dar um tiro à queima roupa. Kioshin desviou a arma para o lado com as costas da mão no momento em que o gatilho foi puxado. O estampido do disparo fez Kio Xai se assustar e afundar o rosto no peito de Chen Zhen. O tiro atingiu e estilhaçou um quadro que enfeitava uma parede próxima. Kioshin agarrou a mão que segurava a pistola com sua grande mão, que tinha aproximadamente o dobro de tamanho, e, fechando-a com a força impiedosa de uma águia estraçalhando o corpo de um pequeno camundongo, transformou a mão do sujeito em um emaranhado de dedos retorcidos e ossinhos quebrados e expostos. O inimigo deixou a pistola cair no chão, guinchou de dor e dobrou as pernas. Kioshin varreu a arma para trás com o pé, para ficar longe do alcance de qualquer agressor, e chutou o peito do sujeito com um chute frontal forte o bastante para perfurar os pulmões, fazendo o inimigo voar para trás, arrastando pelo caminho quatro mesas, uma dúzia de cadeiras e três companheiros, até atingir com a cabeça a parede próxima e perder a consciência.

O terceiro inimigo tentou um chute no peito de Kioshin, com a intenção de desestabilizá-lo. Kioshin chutou para o lado a perna que veio em sua direção, fazendo o agressor perder o equilíbrio, ao invés dele, e ir parar com a perna esticada sobre uma mesa próxima. O homem abriu os braços para não cair para o lado. Mas antes que pudesse tirar a perna de cima da mesa, um pesado pisão de cima para baixo desferido por Kioshin fez o joelho do homem se partir, e sua perna ficar parecida com a pata traseira de um gato. O homem desfaleceu ao chão, incapacitado e gritando, enquanto segurava a perna partida.

Mais um inimigo surgiu, urrando como um animal. Empunhava uma faca de combate, e, com ela, tentou perfurar e cortar Kioshin com uma sequência de golpes sem técnica alguma, apenas dotados de agressividade e força bruta. Kioshin repeliu todos eles habilmente com as mãos ágeis e velozes do estilo Serpente e Garça. Identificou um momento de cansaço do inimigo, após ter uma dúzia de tentativas de acertar seu alvo frustradas, que o fez baixar a guarda, e agarrou sua mandíbula, novamente com a garra implacável da Águia. Com três movimentos horizontais e dois verticais, Kioshin travou a boca do sujeito, mantendo-a permanentemente aberta. O homem entrou em pânico, soltou a faca e começou a balbuciar coisas sem sentido com a boca escancarada, sem conseguir fechá-la.

- Estilo Tigre. Palma explosiva.

Kioshin murmurou o nome da técnica que usaria a seguir. Fortaleceu sua base e desferiu um golpe com a palma da mão a uma distância de aproximadamente uma polegada, no peito do inimigo balbuciante com a mandíbula travada. Entre um e dois segundos depois, uma explosão de energia ocorrida no local atingido fez o inimigo voar pelos ares, dando cambalhotas no ar e aterrissando sobre uma mesa repleta de garrafas, destruindo-a em uma confusão de pedaços de madeira e cacos de vidro esvoaçantes. Fumaça saía da palma da mão de Kioshin que desferiu o golpe, de forma semelhante à fumaça que sai do cano de uma pistola que funciona à base de pólvora, após o disparo.

Outro inimigo surgiu, tentando dar um soco no flanco direito de Kioshin. Os dedos de seu punho fechado estavam envoltos em uma soqueira de metal prateada. Kioshin antecipou o golpe iminente com sua leitura de chi, girou o corpo habilmente e desferiu o seu próprio soco, poderoso como a patada de um tigre, contra o soco do inimigo. Os punhos direitos se chocaram um contra o outro. Um “tlec” asqueroso pôde ser ouvido, quando o punho de Kioshin fez a soqueira de metal estraçalhar os dedos da mão de seu próprio usuário, e o ombro do agressor se desprendeu de sua clavícula e saiu do lugar. Grunhindo de dor pelo braço inutilizado em ambas as extremidades, o soldado de Magna ainda não tinha se dado por vencido. Levou a mão do outro braço ao bolso do uniforme e puxou um amuleto de selamento, com a intenção de colocá-lo na testa de Kioshin e cancelar o efeito de seus Aliados Místicos invocados, removendo assim a primeira linha de defesa e facilitando a aproximação de mais de seus companheiros. Mas não teve oportunidade de executar seu plano. Kioshin foi mais rápido, agarrou o rosto do homem com sua Garra da Águia e empurrou sua cabeça violentamente contra o chão, rachando o assoalho pela força do golpe. O braço que segurava o amuleto simplesmente desfaleceu no chão, pois o homem havia perdido a consciência. Com um pisão violento, Kioshin destruiu o amuleto, quebrando agora também a outra mão e partindo o pulso do sujeito no processo.

- Papai, cuidado! - Kio Xai gritou.

Uma garrafa de vidro se espatifou contra sua têmpora. Cacos de vidro e líquido voaram para todos os lados. A única reação de Kioshin no momento do golpe foi fechar os olhos, para evitar que a bebida entrasse nos mesmos. O conteúdo da garrafa destruída molhou seus cabelos e escorreu pela sua face e pelo seu queixo barbudo. A não ser por isso, seu rosto estava ileso, sem nem ao menos um arranhão, após receber um golpe que, além de deixar uma pessoa comum inconsciente, também causaria cortes profundos em sua face. Kioshin olhou para o soldado de Magna que desferira o golpe, e que agora segurava somente o pescoço da garrafa quebrada, atônito por perceber que seu golpe não teve efeito algum. Kioshin era um homem alto; até agora todos os seus inimigos o viam de baixo. Com os dedos da mão juntos uns aos outros, emulando uma lâmina, Kioshin cravou a mão direita logo abaixo das costelas do homem. O golpe foi veloz e pontual, como o bote de uma cobra. O homem grunhiu, soltou o que restava da garrafa quebrada e fez uma careta de sofrimento, enquanto lágrimas de dor começavam a preencher seus olhos, e os dentes de sua boca começavam a ficar vermelhos. Olhando diretamente nos olhos do pobre diabo, Kioshin fechou os dedos, localizando e sentindo a costela inferior, segurou-a com força e a puxou para fora, em um único movimento seco e implacável. A costela se partiu, e uma parte dela se projetou para fora da caixa toráxica do homem, atravessando músculo, pele e uniforme, abrindo um buraco de dentro para fora do corpo, e ficando exposta, branca e vermelha, parecendo como se uma lâmina, lasca ou farpa tivesse sido cravada ali, em uma visão perturbadora. O homem gritou estridentemente de dor e agonia. Kioshin usou a própria costela “desengavetada” de dentro do corpo do homem como uma espécie de puxador, para erguer seu corpo com uma só mão, que estava pegajosa com o sangue que brotava do buraco aberto pela costela partida, e arremessá-lo para longe.

Após neutralizar essa primeira onda de seis agressores, Kioshin reduziu a intensidade com a qual seu chi fluía pelo corpo. Foi possível sentir o ar se movendo com menos fúria em consequência disso. Kioshin voltou sua atenção brevemente para o palco. Natsuki Izuko olhava para ele. Estava desfalecida de joelhos no chão, visivelmente enfraquecida. Aos seus flancos, os dois nanotecs que acompanhavam Miyamura Kaito a subjugavam. Um amuleto, semelhante ao que o penúltimo inimigo vencido por Kioshin tentou colar em sua testa, estava colado na testa de Izuko.

- Amuletos de selamento anti-magia - Kioshin murmurou - feitiçaria de Hanatsuki. Maldição, Ayuka-chan. Ficar do lado de alguém como ele?

Miyamura Kaito havia se retirado, em direção aos camarins, para possuir uma das meninas. Kioshin virou-se para Chen Zhen.

- Vá atrás daquele Major Chen. Proteja a garota que ele deseja tomar. Vou cuidar do resto por aqui.
- Papai, nós deveríamos procurar uma rota de fuga - sugeriu Kio Xai, observando outros Genji que abriam caminho até a saída, lutando contra soldados de Magna e escoltando seus familiares.

Em parte, Kioshin concordava. O que ele mais queria naquele momento era afastar sua filha daquele campo de batalha. Mas o olhar suplicante e a situação vulnerável de Izuko, que observava seu estabelecimento desmoronar e ser depredado sem poder fazer nada, o compeliam a ficar e fazer o que fosse possível para neutralizar a situação. E o lugar mais seguro para Kio Xai, no momento, era perto dele.

- Kio Xai, permaneça atrás de mim e esconda-se - ordenou Kioshin, sem dar maiores explicações - Garoto, vá. Não deixe colarem aqueles selos na sua testa. E lembre-se. Nós não matamos.

Chen Zhen hesitou por um instante. Não gostava da ideia de se separar do mestre e de Kio Xai no meio daquele pandemônio. Olhou para a filha do mestre por um instante. Apesar de estar em uma situação de vulnerabilidade, sendo protegida pelos dois, e com as mãos entrelaçadas como se estivesse fazendo uma prece, ela assentiu silenciosamente para ele. Apenas com o olhar, assegurou-lhe que ficaria bem, e disse-lhe que ele devia obedecer a ordem de seu pai. Essa forma de comunicação, muito além das palavras, apenas com o olhar, já era compartilhada entre Chen Zhen e Kio Xai da mesma forma que era compartilhada entre Kioshin e Natsuki Izuko.

Chen Zhen fechou os olhos, suspirou, voltou a abri-los com determinação e procurou uma rota até o palco, entre os corpos das pessoas que se enfrentavam e se chocavam naquela confusão. Viu um espaço preenchido apenas por alguns soldados de Magna, sem a presença de aliados ou pessoas inocentes. E então, abriu a boca pela primeira vez.

- Estilo Tigre…

Posicionou as pernas em uma base firme, tensionou os músculos do corpo, levou as mãos à frente do peito e concentrou a quantidade certa de chi naquele pequeno espaço.

- Onda de luz!

Jogou as mãos para a frente, disparando o feixe de chi concentrado nos inimigos, fazendo-os voarem pelos ares. Calculou corretamente a quantidade de chi que deveria ser concentrada e disparada, bem como a força do lançamento, para que aliados e pessoas inocentes próximas não fossem atingidas.

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Com uma pequena brecha aberta, Chen Zhen correu apressadamente até o palco, se desviando e empurrando para o lado tanto aliados contra inimigos que eventualmente se atravessavam em seu caminho. Vislumbrou brevemente algumas cenas sangrentas e horrendas que embrulharam seu estômago. Um soldado de Magna se arrastava pelo chão, deixando um rastro de sangue atrás de si, choramingando e chamando pela mãe, enquanto segurava com a mão esquerda o lugar onde ficava seu braço direito e agora só havia um toco decepado e ensanguentado. Em outro lugar, o corpo de um guerreiro de Hanatsuki jazia deitado de bruços no chão, sem a cabeça, com uma poça de sangue ao redor, na qual outras pessoas escorregavam. Em outro lugar, uma garçonete elfa subordinada da senhora Izuko estava sentada imóvel no chão, com as costas apoiadas na parede próxima, e os olhos e boca abertos. Um pedaço de sua cabeça havia desaparecido, por conta de um tiro de pistola. O crânio estava aberto e exposto no local alvejado. Sangue e pedaços de cérebro manchavam a parede e o chão.

Quando estava quase alcançando o palco, Chen Zhen interrompeu o passo ao topar diretamente com um soldado de Magna que vinha na direção oposta. O homem estava visivelmente embriagado e com os olhos avermelhados, provavelmente tomado pelo frenesi da violência. Interrompeu o passo também, trocou olhares com Chen Zhen, adotou-o como seu próximo alvo, puxou uma pistola do coldre preso ao seu flanco, e apontou-a para Chen Zhen. O sangue de Chen Zhen gelou. Pensou que havia chegado sua hora, que não poderia cumprir a ordem que seu mestre havia lhe dado, que seria chamado para o outro lado sem ter a chance de se despedir adequadamente das pessoas que lhe eram queridas. Mas os deuses resolveram favorecê-lo. Quando o inimigo ia puxar o gatilho, um jovem Alto Genji surgiu de algum lugar no meio da confusão de pessoas e arremeteu-se contra ele. Os dois caíram e rolaram pelo chão, o Alto Genji terminando por cima do soldado, que, com a queda, soltou a pistola, que deslizou para o lado, sendo chutada por outras pessoas logo em seguida e desaparecendo. O conterrâneo de Chen Zhen estava equipado com um par de grandes manoplas de metal prateadas, que faziam suas mãos e antebraços parecerem estranhamente maiores. O equipamento provavelmente havia sido desenvolvido por ele próprio. A forma e o tamanho das manoplas tanto permitiam ao usuário usá-las como defesa, como aumentavam o dano e o estrago causado por seus socos. O Alto Genji gritou alguma coisa que Chen Zhen não entendeu e desferiu uma saraivada furiosa de socos esmagadores contra o rosto e o corpo do soldado, que não teve chance de se defender contra a fúria implacável dos golpes e foi rapidamente nocauteado. Mesmo após o inimigo deixar de resistir e demonstrar indícios de ter ficado inconsciente, o Alto Genji continuou batendo, xingando com fúria, fazendo esguichos de sangue voarem para todos os lados. Quando o inimigo já estava imóvel e sem reação há algum tempo, provavelmente morto e esmagado, o que contrariava a ordem dada pelo mestre Kioshin, Chen Zhen correu até o colega que continuava golpeando, ficou atrás dele, segurou-o por baixo dos ombros e o puxou para trás, afastando-o do corpo inerte do soldado vencido. O jovem protestava e se debatia, não satisfeito e provavelmente querendo transformar a cabeça do soldado derrotado em uma sopa. Chen Zhen o fez ficar em pé, segurou seus ombros e o fez dar meia volta, virando-o para si. As manoplas prateadas estavam pegajosas de sangue.

- Ele matou meu irmão! - o Alto Genji vociferou para Chen Zhen, com lágrimas de fúria nos olhos carmesins inchados.
- Sobreviva pelo menos você! - Chen Zhen respondeu - Não perca mais tempo! Procure uma rota de f-

Antes que Chen Zhen conseguisse terminar de falar, uma flecha perdida disparada por alguém se alojou na têmpora do Alto Genji. Sangue respingou no rosto de Chen Zhen, fazendo-o cerrar os olhos. Os cabelos cinzas do rapaz começaram a ficar tingidos de vermelho. As manoplas de metal ensanguentadas se soltaram e caíram pesadamente no chão. O aliado, já morto em pé, sem nem haver gritado, tombou para o lado. Chen Zhen amparou seu corpo e posicionou-o com cuidado no chão. Lágrimas de luto e fúria ainda escorriam dos olhos carmesins do rapaz, ainda abertos, mas os mesmos já estavam sem o brilho da vida. Não devia ter mais de vinte anos. Chen Zhen xingou. Fechou os olhos do garoto e fez uma rápida prece aos deuses. E então, retomou seu caminho.

Ao passar pelo palco, olhou brevemente para o lado. Natsuki Izuko estava sendo amparada por alguém cujas vestes sugeriam que era um guerreiro de Hanatsuki, acompanhado de um nanotec aparentemente aliado. Os dois nanotecs a mando de Miyamura não estavam mais no local.

Chen Zhen deu a volta no palco e acessou a área dos bastidores, no encalço de Miyamura. No caminho, escutou gritos, vindos das salas fechadas, possivelmente os camarins individuais, que ficavam nas adjacências dos corredores por onde ele corria. Gritos de homens morrendo. Gritos e choros de mulheres sendo violentadas. Os gritos eram medonhos. O estabelecimento Tsuki no Ai havia se tornado um cenário de guerra, com todas as coisas grotescas que aconteciam em uma guerra acontecendo ali, diante dos seus olhos e ouvidos. Os gritos de sofrimento, somados ao brutal assassinato que acabara de assistir diante de si, deixaram Chen Zhen profundamente angustiado. Ele quase cedeu à tentação de entrar em cada uma daquelas salas e lidar com os soldados de Magna que estavam cometendo aquelas atrocidades, com suas próprias mãos. Mas a ordem do mestre havia sido específica. Perseguir Miyamura Kaito, o homem responsável por fazer o caos cair sobre aquele lugar. Cada segundo contava, para que Miyamura não se afastasse demais, e Chen Zhen não corresse o risco de chegar quando já fosse tarde demais. Chen Zhen franziu o cenho, olhou para a frente e seguiu o rastro do chi asqueroso deixado por Miyamura.

Eventualmente, mais um soldado de Magna cruzou seu caminho, nos corredores estreitos. Arrastava pelos cabelos uma funcionária humana que chorava e suplicava por socorro, com a intenção de levá-la para uma das cabines e tomá-la à força. Notou a presença de Chen Zhen e se virou para ele.

- Ninguém chamou você aqui, Genji filho da puta!

A dicção e as feições do sujeito entregavam o seu estado de embriaguez. Ele soltou os cabelos da moça e levou uma mão ao bolso do uniforme. Chen Zhen se retesou e esperou uma pistola novamente. Mas os deuses continuavam abençoando-o. O que o soldado retirou do uniforme foi um amuleto de selamento. Em seguida, investiu contra Chen Zhen, com a intenção de incapacitá-lo e depois matá-lo.

Chen Zhen foi mais rápido. No momento em que o braço do inimigo se esticou segurando o selo em direção à sua testa, ele se abaixou agilmente, assumiu o Estilo Águia, segurou o pulso do sujeito, girou-o, de modo que a parte interna do cotovelo ficasse virada para cima, e deu um soco preciso de baixo para cima, atingindo a parte externa do cotovelo estendido e partindo o braço do inimigo. Este gritou e soltou o selo. Ainda segurando o braço quebrado do inimigo, Chen Zhen deu-lhe uma rasteira, fazendo-o cair de costas no chão. Montou sobre ele, soltou o braço partido e fechou os punhos com força.

- Estilo Serpente e Garça…

O chi começou a fluir com intensidade por toda a extensão dos braços dele.

- Caminho dos cem punhos!

Em um espaço de tempo de alguns segundos, Chen Zhen desferiu uma centena de socos potentes o bastante para quebrar os ossos da face do inimigo que jazia deitado abaixo de si. O inimigo provavelmente estava sentindo cada soco como se uma marretada estivesse sendo desferida diretamente contra o seu rosto. A saraivada de socos foi de tal maneira implacável e esmagadora, que a cabeça do inimigo se afundou no assoalho, fazendo as ripas de madeira que o compunham se partirem. O chão ao redor, as paredes e até o teto tremelicavam, como em um pequeno terremoto, em consequência da tempestade de socos. Eventualmente, o inimigo tentou proteger o rosto com a mão do braço que lhe restava, mas isso foi tão eficaz quanto proteger o rosto com uma folha de papel, e só fez com que a mão fosse esmagada junto ao rosto.

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Quando Chen Zhen finalmente encerrou seu ataque, seus punhos estavam pegajosos com sangue que não era seu. Mas o rosto do soldado abaixo de si estava ainda mais asqueroso ao olhar, assemelhando-se a uma couve flor roxa, com os olhos afundados e inchados, o nariz transformado em uma figura de apenas duas dimensões, a mandíbula desprendida do restante do crânio e pendendo para o lado, esticada, molenga e perturbadora de se ver, e meia dúzia de dentes frontais faltando na boca. Alguns pedaços de dentes partidos haviam se alojado nos nós de seus dedos. Chen Zhen se livrou deles apertando os punhos com força. O homem ainda respirava, somente pela boca, torta devido à mandíbula partida, emitindo o silvo de um animal agonizante e soltando esguichos de sangue de dentro da boca e das feridas abertas no rosto pelos socos. Não se levantaria tão cedo, e com o rosto destruído, um braço partido e a outra mão esmagada, não representava mais uma ameaça a nenhuma pessoa inocente.

Chen Zhen voltou a atenção para a extensão do corredor. Tentou sentir o chi de Miyamura Kaito, e percebeu que o rastro havia enfraquecido. Xingou em silêncio. Isso significava que aqueles poucos segundos de distração haviam sido suficientes para Miyamura ter se afastado ainda mais. Segurou uma conta de seu rosário e pediu aos deuses para que ainda não fosse tarde demais. Saiu de cima do inimigo semiconsciente e se dirigiu à funcionária, que estava sentada no chão e encolhida junto à parede, soluçando e se recompondo, ainda trêmula.

- O major de Magna ao qual este soldado se reporta foi em direção ao camarim da menina que fez a dança das espadas. Eu preciso detê-lo. Pode me dizer onde é?

Com alguma dificuldade de dicção, a moça explicou a direção para Chen Zhen, que retomou sua caçada, avançando pelos corredores o mais rápido que podia. Os deuses foram misericordiosos, de maneira que seu caminho não voltou a ser interrompido pelo surgimento de mais algum soldado de Magna. Por outro lado, isso significava que os soldados estavam ocupados cometendo suas atrocidades nas cabines individuais e no salão principal. Se lamentar disso não ajudaria em nada, e apenas atrapalharia seu foco e sua resolução, então Chen Zhen evitou pensar nessas coisas tristes, ao menos por enquanto. A justiça dos deuses não falha, e a hora de cada um daqueles soldados malfeitores chegaria. Por hora, Chen Zhen era o punho da justiça que estava reservado a encontrar Miyamura.

Após correr mais um pouco, Chen Zhen finalmente chegou ao seu destino. O camarim da garota que atendia pelo nome de Bianca Mori. A sensação ruim provocada pelo chi de Miyamura Kaito, que Chen Zhen voltou a sentir, confirmou-lhe que ele estava lá dentro.

Mas os deuses haviam resolvido pregar mais uma peça.

Ao mesmo tempo em que estava agradecido por não topar com mais soldados de Magna no caminho, Chen Zhen ficou curioso. Como e por que Miyamura não havia deixado homens atrás de si, para barrar qualquer perseguidor? Por mais que tivesse dado a ordem para que seus homens ficassem à vontade para fazer o que quisessem com as meninas do estabelecimento, o próprio Miyamura, dadas as suas intenções vis em relação a Bianca Mori, desejaria não ser perturbado. Então, porque deixar o caminho atrás de si de tal forma desguarnecido?

A resposta estava diante de Chen Zhen naquele momento. Miyamura tinha todo o contingente de que precisava.

Duas figuras se posicionavam entre ele e a porta da sala, atuando como guardas. Eram os dois nanotecs que agiam como guarda-costas de Miyamura. Chen Zhen teve a oportunidade de analisá-los com mais detalhes, pois no salão anteriormente, só os vira de longe por um breve momento.

Um deles, o mais baixo, possuía feições humanas assustadoramente fiéis. Lembrava vagamente o jovem Alto Genji que salvara a vida de Chen Zhen e em seguida morrera em seus braços. Tinha os traços de um homem jovem, nos seus vinte e cinco anos de idade, com longos cabelos prateados, em um meio termo entre lisos e crespos, caindo sobre os ombros. Com um par de olhos cinzas desprovidos do brilho da vida, semelhantes aos de uma pessoa morta por dentro ou em estado catatônico, fitava Chen Zhen com o rosto branco inexpressivo e frio, como se fosse feito de mármore. Vestia um sobretudo negro e calças igualmente negras, podendo ser facilmente confundido com um embaixador ou diplomata.

O outro, o mais alto, deixava menos margem para dúvidas de que era uma máquina de fato. Não possuía um rosto humano. No lugar disso, tinha o que se parecia com uma máscara de metal branca inexpressiva, desprovida de olhos, nariz e boca. Estava vestido de forma semelhante ao companheiro, com um sobretudo negro e calças negras, com a diferença que um capuz cobria sua cabeça, e um cachecol, seu pescoço. Apesar dessa artificialidade mais aparente, Chen Zhen pôde sentir que ele também o fitava.

Eles não se moviam. Nem seus peitos se mexiam, uma vez que não respirassem. Era como se fizessem parte do cenário. Apesar disso, fitavam Chen Zhen friamente, a ponto de causar-lhe desconforto.

Chen Zhen se convenceu de que, para entrar no aposento, teria que passar por eles, sem a menor possibilidade de um diálogo ou raciocínio. Por serem máquinas, tinham diretrizes e ordens a cumprir, e o fariam a menos que fossem destruídos. Vencer aqueles inimigos se provaria um desafio difícil. Eles não possuíam chi, o que significava que sua aptidão para ler o fluxo de chi dos inimigos e antecipar seus golpes não o ajudaria. Chen Zhen estava diante de uma ameaça que não poderia ser comparada aos soldados de Magna que enfrentara anteriormente. Além da frieza das máquinas, suas habilidades ainda eram uma incógnita. Chen Zhen não poderia prever o que fariam se ele se atrevesse a dar mais um passo.

Cerrou os dentes e apertou os punhos com força. O tempo estava passando implacavelmente. Precisava entrar naquele camarim, deter Miyamura e salvar Bianca. Mas, para isso, precisaria derrotar não um, mas dois inimigos imprevisíveis, potencialmente muito perigosos e diferentes de tudo que já havia enfrentado até agora.
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Mensagem por Kenzo Shin Dom Abr 09, 2023 4:37 pm

Off: Finalmente! Feliz Páscoa! XD Espero que gostem.
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  Enquanto Miyamura Kaito estava preso na sala com Bianca Mori, desafiando-a e provocando. Lá fora da sala as Nanotecs removiam os capuzes, elas não tinha rostos como as nanotecs comuns eram robóticas no sentido literal de aparência, ambas com tons metálicos diferentes. Eles entraram em um estágio de super-proteção para com seu mestre, e impediriam qualquer um de ousar a entrar lá.

Nano 1: - Não pode passar! ÁREA RESTRITA!

 A segunda nanotec simplesmente levantou o braço transformando o mesmo em uma arma de calibre grosso, e dispara sob os pés de Chen Zen como sinal de aviso. Mas, é claro que isso não era o bastante para amedrontar aquele homem; as nanotecs por sinal ao verem que ele não se movia e se mantinha na mesma posição, resolveram em conjunto executar sua performance de luta iguais corporalmente para cima de Chen Zen.

 Elas eram tão ágeis quanto um ser humano comum, e estranhamente copiavam movimentos dos humanos. Não iria ser nada fácil. Cada ataque que elas investiam, era movido a tiros de seus braços e armas brancas em conjunto, em uma perfeita sincronia, Chen Zen se protegia e atacava, até que elas usaram sua propulsão de voo, agarraram os braços dele de cada lado e atravessando as paredes chegaram até o jardim de sakuras de Tsuki no Ai, onde aparentemente se encontrava Yuka a raposa de Koji que já estava a caminho do seu mestre depois que viu que Melti havia ido embora rapidamente.

 Yuka podia ver aquelas máquinas lutando vorazes contra Chen Zen, e ela sabia que a única forma de derrotar um Nanotec daquele porte, não era simplesmente destruindo e sim injetando seu próprio fluído vital. A partir daquele momento era decisão dela ajudar ou correr o risco de impedir que aquele homem pudesse se ferir um pouco mais.

Enquanto isso...

  Sob palco Izuko desperta de seu desmaio, e percebe que não estava sozinha, estava cercada por 2 de suas meninas e por aquele jovem que tentava reconhecer a todo custo desde que o vira.

- Obrigada... - Ela agradece aos sussurros para Satoru Koji, e segura o braço dele para levantar-se.

  As demais meninas, que estavam ali tomam o lugar do rapaz para sustentar o corpo de Izuko.

- Sua energia é boa meu jovem, um Hanatsuki estranhamente familiar para mim, acredito que já tenhamos nos conhecido algum dia. - Somente com aquele toque ela percebera muitas coisas sobre Satoru. - Mas, irei me lembrar da sua bondade, só te peço por favor que ajude minhas meninas, sei que Melti está terminando de evacuar o local, por tanto te peço que nos ajude. Irei recompensá-lo depois não se preocupe, não será em vão.

 Izuko pede a ajuda de Satoru, enquanto observava o local já evacuado, mas todo destruído. Seu olhar era puro ódio e ao mesmo tempo arrependimento, suas meninas a carregavam com dificuldade para foram onde alguns guardas já fugiam dos guerreiros de Kiaulen. Ela vê Kioshin Yi e agradece com um gesto com a cabeça, mas se recorda de algo.

- AS GÊMEAS! - Ela se solta de suas meninas desesperada, quando de cara, Kayra aparece em sua frente.

 A coruja paira sobre o ar e fala.

- Eu estou indo buscá-las Izuko Sama, não se preocupe. - A coruja voa de imediato sob o terceiro andar e sótão em que as meninas viviam.

 Suspirando e aliviada, Izuko sobe em uma carruagem negra e metálica com cavalos nanotec. Coloca a cabeça para fora e fala a Kioshin.

- Estou indo para minha casa de praia, ela fica neste local. - Uma animália gato desce da carruagem e entrega o bilhete a Kioshin com o mapa do local. - Por favor, traga todos vivos, e... eu sinto muito por isso... - Izuko abaixa a cabeça constrangida por seu amigo.

  A gatinha ainda puxa a calça de Kioshin levemente para ganhar sua atenção e aponta para um estábulo.

- Os cavalos nanotecs estão ali dentro, eles também são pré-programados para ir neste endereço em caso de fuga, o senhor irá nos encontrar lá se pedir que eles voem com o comando "pégasus". - A gatinha da meia volta e corre para dentro da carruagem onde Izuko estava.

 Izuko estava tentando dizer que precisava recompensar o amigo, e todos que ajudaram, mas, teria que ser primeiramente em segurança. Por esse motivo Kayra e Melti estavam guiando todos ao casarão luxuoso a beira da praia de Izuko.  
 
 Tsuki no ai estava virado em literalmente uma peneira, era como se todo um sonho se tivesse esvaído ali mesmo, as meninas que escapavam com a ajuda de Melti choravam pela perda, partes do lugar estavam em chamas, nenhuma delas queriam ver Izuko frustrada e consternada sobre o lugar, e aquilo as machucava. O tempo naquele momento havia mudado já era umas 5:30 da manhã, e por sorte ou não do destino a chuva ajudava a apagar o fogo. A cidade inteira estava aterrorizada, a notícia sobre Tsuki no ai ter sido um palco de terror naquela noite já corria pelos subúrbios e desertos ao norte. Acreditavam que hoje, seria o fim do sonho de Natsuki Izuko.

 E finalmente, depois de seguir por tanto tempo, Yumi consegue se esgueirar por meio da batalha e chegar onde Zahira 001 está; abrindo a porta do único quarto do 3º andar ela se depara com as gêmeas e a Nanotec que tanto a chamou naquele lugar quase destruído totalmente.

Ending

TO BE CONTINUED...


Última edição por Kenzo Shin em Dom Abr 09, 2023 4:58 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Kenzo Shin Dom Abr 09, 2023 4:54 pm

Totalmente OFFline:

Owla! Ajuda de post! xD

Mano: Destruir as nanotecs só é possível com o fluido vital, como o Koji e o Ryuko estão lá, podem se ajudar.

Amor: Segue e linha do raciocínio que dei, se envolve na luta pra dar uma ajuda pro char do Matheus.

Mana: Calma, a ajuda já vai! kkkkk

Yumi: Agora pode ser o post da Yumi, lembrando que ela segue o comando da Zahira 001. Ela vai encontrar finalmente a missão dela! ^^/

Desculpe o post não ser detalhado, nem longo, mas, tudo tem motivo. (assim espero) Brincadeira! xP
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Mensagem por Chen Zhen Dom Abr 23, 2023 7:03 pm

Quebrando a expectativa de Chen Zhen de que aqueles dois nanotecs somente agiriam se ele desse mais um passo ou fizesse alguma ação hostil, as máquinas se mexeram primeiro. O mais alto removeu o capuz, revelando a totalidade de sua cabeça mecânica. O mais baixo fez algo que chamou mais atenção. Sua cabeça e seu rosto, outrora parecidos com o de um humano normal, se transfiguraram tecnologicamente diante dos olhos de Chen Zhen. O que parecia ser pele sintética, olhos, nariz, boca, orelhas e cabelos artificiais, foi gradativamente substituído por segmentos metálicos que se encaixavam uns nos outros, montando a nova cabeça do nanotec como em um quebra-cabeça. Nem por isso foi menos perturbador de se ver. Chen Zhen concluiu que essa poderia ser a forma daquele nanotec entrar em “modo de ataque” ou “buscar e destruir”.

- Não pode passar! ÁREA RESTRITA!

O nanotec menor decretou imponentemente com uma voz metálica e artificial. O nanotec maior ergueu o braço, e mais uma transfiguração tecnológica aconteceu. O braço dele assumiu a forma de algo parecido com um canhão. Antes de Chen Zhen ter a oportunidade de ficar estupefato com a versatilidade e maleabilidade daquelas duas armas tecnológicas contra as quais teria que lutar, a extremidade do braço-canhão apontada para a frente brilhou, e um estampido violento fez-se escutar. Um disparo de aviso foi executado, e o projétil atingiu o chão a pouco menos de trinta centímetros de onde estavam os pés de Chen Zhen. Fumaça e cheiro de algo queimado saiam do buraco no chão, destruído pelo tiro.

Chen Zhen fechou os punhos com força e resistiu à tentação de dar um passo para trás. Demonstrar hesitação, medo ou fraqueza estava fora de cogitação. As linhas que ficavam entre os segmentos de metal nas cabeças dos nanotecs começaram a exibir cores em movimento, alternando de vermelho para laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Chen Zhen cogitou que os nanotecs estavam processando dados, analisando-o e selecionando o protocolo de ação correto.

Estranhamente, o nanotec maior fez o canhão ao seu flanco voltar a assumir a forma de um braço. Em seguida, ambas as máquinas assumiram uma postura de luta que Chen Zhen jamais vira antes. Os braços e pernas dos nanotecs estavam posicionados de forma a sugerir que as máquinas eram lutadores de artes marciais profissionais.

- Eu nunca vi essa postura antes - murmurou Chen Zhen - será uma arte marcial nativa de Magna?

Seria plenamente plausível supor que os andróides de última geração produzidos pela nanotecnologia de Magna possuíam, em seus dispositivos de memória, um massivo banco de dados contendo informações a respeito de todas as técnicas de luta existentes no mundo conhecido.

Os dois nanotecs investiram, determinados a esmagar Chen Zhen com a injusta vantagem numérica de dois contra um. O fato do corredor ser estreito era favorável a Chen Zhen, pois isso compelia os inimigos a se posicionarem um atrás do outro e atacarem em sequência ao invés de paralelamente.

O nanotec menor veio na frente, desferindo um soco poderoso, potencializado pelos propulsores localizados no cotovelo. Chen Zhen girou o corpo para o lado, deixando o soco passar a centímetros de seu rosto, agarrou o pulso da máquina com sua poderosa Garra de Águia e desferiu um golpe com a palma da outra mão na parte externa do cotovelo, com o objetivo de quebrar o braço robótico. Percebeu a frustração de seu plano no momento em que o braço mecânico simplesmente se dobrou naturalmente, sem nenhum dano.

- Os membros se dobram além das capacidades humanas, e são maleáveis - pensou Chen Zhen - o estilo Águia não irá me ajudar muito. Vamos tentar a abordagem de golpes contundentes e de chi.

Chen Zhen foi obrigado a soltar o braço do nanotec menor, pois o robô maior deu um salto em sua direção, voando por cima do companheiro e determinado a esmagar Chen Zhen com o peso de seu corpo. Assumindo o estilo Serpente e Garça, Chen Zhen, com pernas velozes, se deslocou agilmente para trás, chutando o peito do nanotec menor para ganhar impulso. O nanotec maior aterrissou no chão com um estrondo, fazendo o assoalho se rachar em todas as direções. Agora o nanotec maior era a linha de frente. Chen Zhen impulsionou-se para a frente com agilidade e entrou no raio de ação do inimigo.

- Estilo Serpente e Garça. Caminho dos cem punhos!

Concentrando nos punhos e braços o máximo de chi possível naquela fração de segundo que tinha, Chen Zhen desferiu a sua poderosa parede de socos potentes no peito e rosto do nanotec maior. Entretanto, o resultado foi completamente diferente da vez em que usou aquele golpe contra o soldado humano de Magna. Os nanotecs não possuíam receptores de dor, e seus corpos eram duros e resistentes como vigas de metal, de maneira que o inimigo simplesmente recebeu os socos sem esboçar nenhuma reação. O único efeito possível de se observar era que o nanotec estava sendo arrastado alguns centímetros para trás, pelo impacto potente da parede de socos.

Chen Zhen percebeu que uma sucessão de golpes rápidos não seria a melhor estratégia contra aquele inimigo. Agarrou as abas de seu sobretudo e o arremessou para longe, usando o próprio corpo como ponto de apoio para auxiliar no arremesso de um inimigo tão grande e tão pesado. O corpo massivo e pesado do nanotec voou pelos ares. Girando as articulações dos braços, pernas, ombros, tronco e pescoço de uma forma medonha que faria os ossos de uma pessoa comum se partirem, o nanotec recuperou seu centro de gravidade, voltou a focalizar Chen Zhen e caiu de pé.

Agora Chen Zhen estava no meio dos dois inimigos. Resolveu investir em uma técnica de suporte.

- Estilo Tigre…

Posicionou as pernas em uma base firme e se concentrou.

- Aliado Místico!

Um clone seu feito de puro chi foi conjurado e se posicionou ao seu lado, emulando sua posição de luta. Chen Zhen e o Aliado Místico ficaram de costas um para o outro, cada um encarando um dos inimigos. Chen Zhen ficou de frente para o nanotec menor novamente.

- Se minha próxima estratégia não der certo, eu não sei mais o que fazer…

Enquanto seu Aliado Místico funcionava como uma primeira linha de defesa contra o nanotec maior, Chen Zhen concentrou força nas pernas e investiu com todo o peso do corpo contra o nanotec menor. Chocou-se contra ele, dando-lhe um jogo de corpo, e ambos caíram no chão, Chen Zhen montado por cima do nanotec.

- Estilo Tigre…

Chen Zhen apontou as palmas das mãos para a cabeça do androide.

- Onda de Luz!

O feixe de chi foi disparado à queima roupa, atingindo diretamente o rosto da máquina. O chão tremeu pela potência do disparo, e lascas de madeira se desprenderam do chão e voaram para todos os lados.

Ato 1 Magna - O nascimento Giphy

Quando o feixe de luz se dissipou, fumaça saía das palmas das mãos de Chen Zhen. Devido à luminosidade brilhante da intensa onda de chi, e da pouca distância, ele precisou fechar os olhos com força enquanto o disparo era feito, para evitar ficar cego. Ao abrir novamente os olhos, auditou o resultado de sua estratégia.

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A camada mais ao exterior da cabeça do nanotec havia sido completamente calcinada, de maneira que o crânio artificial formado de ligas metálicas, parafusos, cabos e fluidos ficou completamente exposto, de forma semelhante ao crânio chamuscado e descarnado de um ser humano que tivesse sido atingido pela Onda de Luz a aquela curta distância diretamente no rosto. Uma densa fumaça saía de todos os lugares possíveis, e o ar estava quente ao redor.

- Consegui - pensou Chen Zhen.

Os deuses o haviam brindado com um breve sopro de esperança de derrotar aquelas máquinas. Mas essa breve esperança logo se transformou em frustração quão logo Chen Zhen deixou o peso dos ombros cair.

Diante dos olhos dele, o crânio artificial destruído e exposto do nanotec começou a se reconstituir. A camada exterior da cabeça começou a se formar novamente, e as partes abertas e expostas foram gradativamente preenchendo-se de novo. Era como assistir o tempo andando para trás, ao observar a cabeça do nanotec voltando ao estado em que estava antes do golpe. As nanomáquinas, componentes tecnológicos não visíveis ao olho nu humano, e unidades fundamentais nas quais se baseava a nanotecnologia de Magna, trabalhavam como plaquetas do sangue de um ser humano reconstituindo um ferimento aberto, porém a uma velocidade astronomicamente superior. Dentro de poucos segundos, o nanotec estava restaurado, como se jamais tivesse sido danificado.

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- Não… não pode ser… essas coisas são indestrutíveis - lamentou-se Chen Zhen.

Sua incredulidade causou um breve momento de guarda baixa e perda de concentração, de maneira que ele não percebeu o nanotec maior atravessando seu Aliado Místico como se este fosse apenas vento, chegando por trás dele, agarrando-o e afastando-o do colega. O nanotec menor voltou a focalizar sua mira em Chen Zhen, levantou-se e o segurou pela frente. Chen Zhen só teve a oportunidade de sentir seu corpo sendo erguido do chão e arrastado como um saco de trapos, atravessando paredes e sendo conduzido para longe dali.

- Não! Não posso me afastar daqui! - protestou Chen Zhen, enquanto sentia suas costas e cabeça sendo usadas como um aríete para espatifar ripas de madeira, concreto e tijolos que formavam as paredes internas e externas.

Mas seus protestos foram inúteis. Quando o arrastão cessou, sentiu seu corpo sendo arremessado como um punhado de feno no chão do que parecia ser o jardim a céu aberto do estabelecimento Tsuki no Ai. Chen Zhen rolou no chão, xingou e se levantou o mais rápido que pôde. Suas costas e sua cabeça ardiam como se estivessem mergulhadas em brasa, por conta dele ter sido usado como uma bola de demolição para terminar de depredar o estabelecimento de Natsuki Izuko. Os dois nanotecs estavam lado a lado encarando-o. O local da batalha havia se tornado mais amplo, de maneira que agora os inimigos poderiam implementar um ataque simultâneo. Possivelmente a mudança no local da batalha havia sido proposital e calculada com precisão pelos computadores internos dos andróides, como algo que aumentaria a probabilidade de derrotar Chen Zhen.

Chen Zhen apertou os dentes e segurou uma conta de seu rosário. Estava perdendo o controle da situação, e correndo o risco de perder a batalha. Aqueles dois nanotecs estavam se mostrando uma barreira aparentemente intransponível. Sentiu vontade de quebrar seus votos dirigindo um monte de maldições e obscenidades a Miyamura Kaito. Mas não podia perder a calma. Precisava manter a frieza para conseguir pensar em uma nova estratégia.

Sua visão periférica o fez perceber que não estava sozinho com os nanotecs naquele jardim. Havia mais alguém.



Terminada a escaramuça no salão principal, e com a maior parte dos soldados de Magna incapacitados, mortos ou fugindo, Kioshin voltou para dentro após ver Izuko partir, e percorreu o local com os olhos. Alguns Genji choravam e lamentavam, seja por estarem abraçando seus familiares vitimados pelo conflito, ou por estarem gravemente feridos.

- Parte da culpa é minha - lamentou-se Kioshin - eu trouxe nossos irmãos para cá, para terem este destino.
- Papai… - Kio Xai não conseguiu pensar em mais nada para dizer.
- Kio Xai - o mestre dirigiu-se à filha, ainda observando seu povo - preciso que você coordene o retorno do nosso povo a Kiaulen. Tratem os feridos, velem os mortos. Izuko-chan só tem a mim e mais algumas poucas pessoas de confiança para coordenar a evacuação dos sobreviventes para o seu abrigo. Vou resolver isso rapidamente, procurar por Chen Zhen, e depois estarei com vocês.

Pouco tempo depois, do lado de fora novamente, Kioshin observava enquanto os cavalos robóticos configurados com o protocolo “Pégasus” transportavam os sobreviventes usando a rota pré-configurada que os levaria até o abrigo de Izuko.

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Enquanto observava a evacuação, Kioshin externou suas preocupações falando sozinho.

- O que aconteceu aqui hoje precisa chegar o quanto antes ao conhecimento de Rika-chan. Kenzo Shin mal assumiu o governo de Magna, e sangue inocente já começou a ser derramado em consequência disso. A arrogância e a prepotência de Miyamura Kaito podem tê-lo feito dar com a língua nos dentes, e falar demais, revelando antes da hora os planos de Kenzo Shin (com o apoio de Hanatsuki, infelizmente) de conquistar todos os quatro reinos. Um presente dos deuses, nos dando algum tempo para preparar alguma resistência sem sermos pegos de surpresa quando a verdadeira guerra começar. As mortes de Hisui e Kaede, e este triste banho de sangue de hoje, foram apenas o farfalhar de folhas de uma tempestade muito maior que se aproxima. Muita gente inocente ainda vai morrer. Kiaulen precisa de mim. Um novo capítulo sombrio e difícil da história do mundo está começando. Esse capítulo será escrito nos livros de história usando-se uma grande quantidade de vermelho. E não estou falando de tinta.
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Mensagem por Satoru Koji Sex Abr 28, 2023 6:30 pm

"- Sua energia é boa meu jovem, um Hanatsuki estranhamente familiar para mim, acredito que já tenhamos nos conhecido algum dia."

Aquelas palavras ficaram martelando repetidamente em sua cabeça, como se ele estivesse esquecido de algo importante de seu passado mas que de qualquer forma ele não conseguia se lembrar do que era. Sua terra natal, Hanatsuki, sempre foi um local em que ele sempre evitou de falar, não é que ele tivesse algo contra ou repúdio, mas é um local onde ele tem poucas lembranças, lembranças essas que foram construídas apenas por sua mãe, que lhe cuidava dos ferimentos causados pelos seus treinos solitários.

- AS GÊMEAS! - Ela se solta de suas meninas desesperada, quando de cara, Kayra aparece em sua frente.

Satoru Koji volta a si de seus pensamentos sobre seu passado e seu país, notando que junto a eles, havia uma coruja lhe encarava por um momentos e que depois voltava a dar a atenção a Natsuki Izuko.

- Eu estou indo buscá-las Izuko Sama, não se preocupe. - A coruja voa de imediato sob o terceiro andar e sótão em que as meninas viviam.


"Espera... a coruja fala?". Pensou Satoru Koji com um olhar espantado, enquanto a coruja levantava o voo para um certo destino. Sem dar o tempo de questionar Izuko sobre aquele comentário que ela havia feito mais cedo ou da coruja falar, um estrondo alto surge ao lado de fora junto com uma mensagem de Yuka, sua invocação Kitsune.

- Mestre, acabei de avistar dois nanotecs arrastando um monge pelos braços de dentro para fora do estabelecimento, atravessando a parede do mesmo. O monge parece ser bem resistente, não esperava menos de um Kiaulen... mas parece que apesar disso, ele precisa de ajuda. Sugiro que peça a Ryuko para te acompanhar dar suporte a ele, e peça para ele levar os fluídos vitais que ele tem. - A raposa humanoide termina sua mensagem.

- Tudo bem. - Satoru se levanta e ajuda Izuko a se levantar dando-lhe apoio com seu braço e ombro. - Peço que se cuide no caminho. - Rapidamente ele a ajuda a subir em sua carruagem em forma de um cavalo nanotec e então se vira para falar com Ryuko. - Vamos para o lado de fora do estabelecimento, há um Kiaulen que ele está lutando contra dois nanotecs a comando de Miyamura Kaito lá, e leve consigo seus fluidos vitais, acho que você sabe o que fazer com eles.


Ryuko afirma com a cabeça e corre em direção a área externa do estabelecimento seguindo Satoru que ia logo a frente, nesse instante em câmera lenta, no caminho do objetivo, o nanotec observa os destroços de madeira carbonizada, pessoas já sem vida com outra em sua volta chorando e lamentando a morte de seus entes queridos no caminho, pedaços de corpos espalhados por toda a área, aumentando seu ódio por aqueles que causaram tudo isso.

Chegando a área externa, Ryuko observa o tal Kiaulen um pouco ferido e os dois nanotec de Miyamura que Satoru havia lhe dito, então rapidamente ele se junta a luta ficado ao lado do monge, dando-lhe uma proteção dos lados enquanto Satoru salta por cima dos dois empunhando com as duas mãos a sua espada feita de magia negra.

- Lamina da morte.

A espada negra estende ficando quase 2 vezes mais que seu tamanho original, e com um movimento vertical, de cima para baixo, ele faz um corte que força os dois nanotecs abrirem o caminho, desviando da lamina.

- Sou Ryuko, um nanotec amigo de Satoru. - Ele aponta para o Hanatsuki que está em posição de batalha cuidando dos movimentos dos nanotecs, que então o acena com um movimente positivo com a cabeça quando ouve seu nome. -Acho que não nos conhecemos... estamos do lado de Natsuki Izuko, vá para onde está o Miyamura, deixe que nós cuidamos desses dois. - Ele aponta com a cabeça em direção ao caminho aberto que Satoru proporcionou.

O nanotec Ryuko então parte para cima em fúria, deixando uma marca afundada no chão com o impulso que pegou em direção ao Nanotec mais alto, ele desfere um corte em diagonal com o braço esquerdo e um horizontal com o direto fazendo um corte em um formato de "X" que rebate sobre o corpo feito de aço do nanotec e o faz recuar.

Sem resultados, Ryuko faz seus braços voltarem a ser como eram, pega uma seringa de essência vital em seu bolso de calça e então o lança em direção ao Satoru.

- Sabe o que fazer com isso não sabe? - Ele grita enquanto lança o frasco com um líquido azulado viscoso dentro. - Isso é a minha vida querendo acabar com o deles, me entende? - Ele pega outra em outro bolso e transforma seu braço direito em um chicote nanotec prateado.

Satoru pega o frasco no ar e entende o recado, então ele se posiciona ao lado de Ryuko fazendo com que sua lamina negra volte ao seu tamanho normal se preparando novamente para outra batalha.
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Mensagem por Yumi Sáb maio 27, 2023 8:59 pm

1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.




- Mamãe... mamãe... os olhos daquela moça parecem feitos de estrelas! - eu ouvi uma pequena orgânica chamando a atenção de sua mãe, sem sucesso. A mãe da menina estava falando sobre a vida de alguém com outra orgânica de mais ou menos a mesma idade. As duas tinham iniciado uma conversa no banco a frente de onde eu estava sentada, na nave de passageiros que faria a viagem de Magna até Abdalah.

As coordenadas do meu sonho me levariam para um ponto específico na cidade, porém, primeiramente precisava chegar até lá.

Eu sabia que meus olhos eram realmente vivos, mostrando que por mais que eu aparentasse um orgânico por fora, como minha criadora buscou por anos aperfeiçoar, eu teria olhos artificais demais para parecer o de uma pessoa comum.

A pequena orgânica ficou me olhando ainda intrigada e se soltando da mãe, e resolveu sentar-se ao meu lado.
- Olá, me chamou Aury. Como você se chama?

Olhei para ela e respondi:
- Me chamam de Yumi - olhei diretamente para ela e observei o quanto ela arregalou os olhos ao me ver mais de perto.
- Oh, você é muito bonita, Yumi! - ela disse sorrindo.
- Aury, não incomode a moça! - finalmente a mãe lembrou da existência da filha e puxou a menina de volta para seu lado.

Passado aquele episódio, desviei minha atenção para o exterior da nave, para a janela, onde eu podia ver um pouco do percurso que estávamos fazendo. O pôr do sol já estava terminando, deixando o céu com nuances de várias cores, e a frase da menina retornou à minha mente de neurônios eletrônicos. Não tenho a capacidade de experimentar beleza da mesma forma que os orgânicos, já que a beleza é um conceito subjetivo e depende das percepções e opiniões individuais, mas eu passava um tempo olhando o céu pelas janelas do hospital, quando o céu estava nesse estado de mudança do dia para a noite. Seria isso "achar bonito"?

De repente ouvi uma voz chamando meu nome. Virei para os lados mas não achei ninguém me chamando. De onde vinha essa voz?
Junto da voz, um tipo de interferência nos meus circuitos oculares. Quem me enviara a mensagem, tentava me contatar?

A nave parou no seu ponto de desenbarque e os orgânicos desembarcaram numa profusão de conversas, gritos e bagagens. Eu tinha tudo o que precisava em minha mochila nas costas, e fiquei analizando a quantidade de itens que todos traziam consigo. Avistei alguns transportes locais que esperavam por passageiros logo a frente do desembarque. Me conectei ao painel do que seria um cavalo robótico, passei as coordenadas a ele e segui meu caminho para o centro da cidade.

O sol já tinha se escondido por completo no horizonte, a noite tinha chegado por completo, e as luzes artificiais iluminavam parcialmente as ruas, a música e pessoas na rua me chamaram muito a atenção. Ao me aproximar das coordenadas programadas fui tomada novamente por aquela interferência em meus circuitos oculares. Parei inerte por alguns instantes, para que tudo voltasse ao normal.

O local era grande, com vários andares, iluminado como os outros estabelecimentos da cidade, e antes mesmo de chegar mais próxima a porta eu já notei gritos, sons de itens quebrando, risadas e gemidos. Fosse o que fosse que estivesse ocorrendo dentro do local, não era nada bom para orgânicos. Fiquei em alerta máximo para o que fosse ocorrer ali dentro.

Ao entrar, todos os meus protocolos de segurança a orgânicos estavam em alerta total, eu precisava fazer alguma coisa para ajudar a todos ali dentro. O lugar parecia uma zona de guerra, e imediatamente iniciei a análise de todas as formas de vida ao meu redor e de que forma eu poderia ajudá-las mais rapidamente.

*Não... Yumi... venha... 3º andar... * novamente aquela voz, como um bug no meu sistema, me tirando a atenção do meu propósito. Imediatamente após eu ouvir aquela voz, todos os protocolos pararam, e somente os mesmos binários apareceram para mim:

001 001 000 00100 001

Procurei pelas escadas que levassem aos andares superiores, não sem antes me deparar com algumas cenas desnecessárias. Ajudei alguns orgânicos a fugir, desabilitei nanotecs que tentaram me parar no meio do caminho. Finalmente encontrei a escada que dava acesso aos andares superiores, e cheguei até o terceiro andar. Havia apenas uma porta ali, e quando a abri e entrei, percebi algo em um canto, além da nanotec ajoelhada no meio do quarto, em posição de louvor. Duas meninas me olhavam.

Me ajoelhei na frente da nanotec, e usei minha conexão diretamente em sua nuca, para então entender o que estava se passando. Um chiado forte, logo após a interferência nos meus circuitos oculares e ...

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Mensagem por Kenzo Shin Seg Jun 19, 2023 10:47 pm

Quando a luz e as trevas forem iluminadas pela verdadeira luz...
O significado da existência, se erguerá e a verdade florescerá, mas a morte transcenderá...


Ouçam as músicas junto

Me ajoelhei na frente da nanotec, e usei minha conexão diretamente em sua nuca, para então entender o que estava se passando. Um chiado forte, logo após a interferência nos meus circuitos oculares e...

 Zahira 001 pela primeira vez sentiu um "calor" naquela conexão, seus olhos que haviam fechados em desespero logo se abriram, aquele tom azulado e aquelas lágrimas de fluído vital caiam em seu colo, suas mãos desfizeram a conexão entre ambas e ela bruscamente puxou Yumi paras si, seria uma emoção humana? Seria um desespero humano injetado naquela nanotec, Zahira era especial, ela era "única" dentre "eles".

 O local que Zahira projetara a Yumi dentro da sua consciência, era uma sala toda branca, que aos poucos projetores transparentes com várias codificações estranhas surgiam neles, eram transparentes mas as letras em azuis; Zahira estava sentada em uma cadeira, que atrás como em câmera lenta surgiam cabos de conexão em seus braços, costas, pernas e cérebro. Ela aparentemente parecia desligada, foi quando lentamente Yumi tomada pela curiosidade se aproximou dela, seus olhos se abriram, cada parte de Zahira externava o que ela era, um corpo metálico, ferros de liga grossa e sua nanotecnologia avançada era o que ambientava seu verdadeiro corpo nanotec. Ela se levanta, e se aproxima de Yumi.

- Seja bem vinda irmã, ou melhor Erah, você pode não se lembrar, mas, eu sou uma criação antes da sua, meu nome verdadeiro é Erzah, partes de mim, ou seja a tecnologia investida em mim, serviu de "mapa" para criar o que hoje é você, uma versão aprimorada e dedicada mais avançada do que eu. - Os cabos aos poucos se desconectavam dela, enquanto caminhava lentamente.

 Yumi poderia ver brevemente que enquanto Zahira ou melhor Erzah caminhava pequenos fragmentos nanotecs voavam brilhantes de seu corpo e pequenas partes dela estavam se dissolvendo.

- Eu não tenho muito tempo Yumi, ou melhora Erah, eu recebi de meu criador a missão de lhe instruir como minha substituta. O meu corpo não tem tecnologia aparentemente forte o suficiente para encontrar a "Jibrail" quando "chegar a hora". - Ela se esgueira pelas plataformas brancas que sustentavam as telas/projetores que mostravam uma codificação nunca antes vista.

- Esta é Jibrail, a tecnologia que meu mestre desenvolveu, ela não possui um corpo propriamente dito, mas, é uma de nós, e só alguém mais avançado consegue ler os códigos que estão ocultos "entrelinhas" agrupados nela. E esse alguém é você Erah. - Ela toca na tela com carinho e atenção, pega a mão de Yumi e a faz tocar, Yumi poderia sentir um pulsar, como se aquela coisa estivesse viva.


 Houve um pequeno silêncio.

 Zahira ainda mantém segurando a mão de Yumi e a faz se aproximar de si delicadamente, dava para ver em seus olhos que a tristeza e o pesar cobria sua face por emoções que Yumi nunca antes vira completa em uma Nanotec como aquela.

- Eu sinto muito, mas, tudo o que eu tenho, minha configuração não permite manter mais oculta, eu sou fraca demais para proteger e executar o plano Awakening, eu preciso de você minha pequena irmã. No começo, você vai perceber que cada escolha que fizer, Jibrail e Awakening vão te ajudar a tomar a correta, não importa o caminho que escolher, você agora é a única que pode proteger o único meio de salvar esse mundo.

 Uma explosão entre elas ocorrem várias flores de cerejeiras tomam contam do lugar, de repente o cenário muda e ela olha em cima de uma cama duas crianças gêmeas no colo de uma mãe sofrida. Sayako e Sayuki, estavam com sua mãe, o último contato que tiverem, o último carinho, o último beijo e o último abraço de desespero. Zahira chorava de cabeça baixa, suas mãos tremiam Yumi poderia sentir.

 Um pulsar ecoava dentro daquele lugar, o ambiente mudava, e agora as duas se encontravam a beira do mar sob o último sol em cima do mesmo.

- Eu tinha tanto para falar para você... - Zahira caminha sob a água pacífica a seus pés. - Eu não queria despejar em você a culpa que eu sinto por não ter salvado a minha melhor amiga... - Ela fala sobre a mãe das gêmeas. - Eu era a sua ferramenta, sua arma e seu braço direito... Me sinto tão culpada... - Ela recuperara a memória que havia perdido quando sofreu o primeiro reset. - Agora eu sei o que preciso fazer...

 Zahira se vira para Yumi e sorri, um sorriso de alívio de paz e despedida.

- Você é a minha chance, a chance de fazer o mundo ser salvo. Proteja as gêmeas, seja a arma delas, a coragem delas, seja a força e o saber que elas precisam, Erah. Só você pode ativar Jibrail e terminar de executar o progama Awakening quando chegar a hora; "ele" vai tentar decodificar ela, vai tentar manipula-la mas, enquanto a chave existir, ele não pode ativar Jibrail não pode mudá-la ou estaremos perdidos, você não pode permitir que te levem e levem as gêmeas, não se permita! Me entendeu? - Zahira segura os braços e Yumi desesperada.


 Yumi faz um gesto de sim com a cabeça, mas, preocupada.

- Eu não tenho mais tempo pequena irmã, seu firewall, eu o acessei para que eu o recodificasse, você deve usar a chave 5 para fortalecê-lo, somente Sayuki tem essa chave quando você voltar, ela irá dar a ordem, as portas se fecharão principalmente a porta 5, você só deve liberá-la com o comando dela, na hora certa, entendeu? Tudo que eu tenho, estão dentro de você agora, cada memória, cada acesso, cada permissão, só você pode proteger, com o programa "Wings" ele está dentro de você, sempre esteve desde que você nasceu, é ele que vai proteger essa porta 5 não permita que o "impuro" o acesse, nunca! - Ela falava de Kenzo Shin.

Zahira parecia esfarelar diante de Yumi, desesperara ela continuava a explicar.

- Erah, você é tudo o que temos para impedir o Caos, a luz e as trevas reinarão nesse mundo... Somente a luz de Jibrail vai conter este mundo! Encontre a força dos Deuses, e também as pedras da ativação e a segunda chave sempre estará perto de você! Não esqueça! - Ela faz uma breve pausa. - E eu estarei sempre com você...

01100101 01110101 00100000 01110100 01100101 00100000 01100001 01101101 01101111
Eu te amo

Uma enxurrada e dados explode em frente Yumi, memórias, emoções humanas, planos de Kenzo Hisui, imagens de seu nascimento, lugares no mundo oculto pelos deuses, forças da natureza, códigos e mais códigos que faziam o seu corpo tremer e a ser tomado por um calor intenso. A sala aos poucos voltava a sua forma original, enquanto estava "inconsciente" ela poderia sentir que Zahira ainda estava conectada a ela, seja pelo entrelace de mãos seja fora no lado externo, e aquele pulsar, aquele pulsar enfraquecido deu seus últimos sons, e logo a escuridão tomara conta de sua visão e seu sistema reiniciou.

Quando Yumi despertou, foi quando ela ouviu a ativação de Sayuki.

- Porta "Nexus Lilium", restabeleça! - Sayuki grita, pois, já sabia o que havia acontecido entre elas.

O corpo de Yumi se moveu mais uma vez, agora ela era uma outra criatura, com emoções humanas, memórias, que ao acessar cada pasta ou arquivo transferido de Zahira 001 era como se fosse algo já conhecido. Suas memórias anteriores ainda estavam lá como ela mesmo buscara, mas se sentia diferente e estranha, ao olhar as gêmeas poderia sentir uma forte conexão entre elas, principalmente com Sayuki, sentia que poderia protegê-las de qualquer coisa, acessou diferentes dados de armas que poderiam ser usados para tal, e assim seguiu seu modo de operação, eram tantos dados que se sentia confusa, era estranho que uma nanotec como "sua irmã mais velha" poderia ser uma das chaves de ativação daquela que ainda não possui um corpo, Jibrail.

O corpo de Zahira não estava mais ali, só o que restara no lugar era um lírio prateado em forma de nanotec estava no chão coberto pelas suas roupas, Sayuki o pega e o coloca no cabelo.

- Mana... - Sayako olhava pela janela em cima da cama. - Izuko precisa de nós... Tem uma luta acontecendo no jardim, acho que tem alguém em perigo.

Sayuki estava olhando para Yumi, seu semblante muda, ela corre para o armário e pega os fluidos vitais de Zahira.

- Me perdoe Zahira, mas, agora eu só posso contar com Erah... - Ela sente seus olhos marejarem, por fim, ela olha para trás e encara Yumi. - Eu preciso de você, não, nós precisamos de você, precisamos ajudar os outros!


Sayako olha para a irmã e séria faz um sinal positivo com a cabeça. As três saem correndo do terceiro andar e correm em direção da pátio, onde a cerejeira estava.

- Nanotecs do tal Miyamura... A Zahira falou algo sobre um ataque e... - Yumi se posiciona a frente delas estando preparada para o combate, interrompendo Sayako.

- Em forma de canhão... - Sayuki comanda Yumi. - Mana, o resto é contigo. - Sayuki encara Sayako.

- Preciso de 3 minutos... - Sayako devolve o olhar sério.

- Pode deixar, meu treinamento com a Zahira não será em vão! - Ela pega a nova forma de Yumi, um canhão branco todo estilizado e dispara correndo na direção dos dois nanotecs que lutava contra Koji.

Quem olhava não acreditava que aquelas pequenas meninas classificadas como INDEFESAS por muitas na casa, poderiam lutar, mas, foi nessa hora que Koji pressentiu uma invocação, Sayako a distância invocava uma serva para ajudar em batalha, na sua batalha.

- NÃO DORME ACORDADO AI NÃO MOÇO, OU VAI PERDER A CABEÇA! - Sayuki passa por ele com ar debochado, ela era veloz, os tiros passaram por ele e Ryuko tirando fininho de seus cabelos, ela havia os salvo de um ataque em conjunto dos dois nanotecs. - Ai tiozão, pra matar esses treco tem que ser com fluido vital! Eu vou ajudar, mas, a minha irmã vai prender eles por pouco tempo, é o tempo que temos ouviu? Ela só precisa de 3 minutos para invocar a parada dela! Manda a ver comigo ai, a Yumi e o teu bebê tem que injetar o treco juntos! Falô?

Sayuki era despojada, sua personalidade marota era o que diferenciava da delicada e discreta Sayako.

Quando Kayra chegou no terceiro andar se surpreendeu pelas meninas não estarem ali, alguma coisa elas teriam feito, foi quando escutou os tiros de canhão de plasma vindo da cerejeira. Sobrevoando o lugar ela se surpreende.

- Mas, desde quando as bonecas sabem lutar? - Arregalava ainda mais os olhos de coruja.

Dentro da sala onde estava Miyamura e sua Bianca Mori, ele já estava prestes a realizar o seu desejo, quando ouviu os estrondos e explosões do lado de fora.

- Mas que merda é essa que tá rolando lá! - Ele fica indignado.

TO BE CONTINUED...
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Mensagem por Chen Zhen Sex Jun 23, 2023 8:26 pm

O pânico querendo tomar conta de sua mente devido à sua situação desfavorável na luta contra os robôs, somado à ardência na cabeça e nas costas, que ainda latejavam, pode tê-lo levado a ver e imaginar coisas. Assim que Chen Zhen virou o pescoço para olhar com mais atenção o que parecia ser uma criatura mística com a silhueta de uma mulher e orelhas de raposa, a mesma simplesmente sumiu do seu campo de visão, como se tivesse desvanecido no ar.

- Não é hora de perder o foco - Chen Zhen censurou a si mesmo, voltando a encarar os dois nanotecs - preciso pensar em como vou fazer para…

Ele perdeu a linha de raciocínio novamente, ao perceber que, ao seu lado, havia se posicionado um guerreiro que não emanava chi, e cuja presença, portando, não pôde ser sentida se aproximando. Virou-se e reconheceu o nanotec que vira antes, juntamente com um guerreiro de Hanatsuki, amparando a senhora Izuko no palco durante o confronto contra os soldados de Magna. Dessa vez, pôde analisá-lo melhor. Estava vestido com roupas escuras aparentemente próprias para alta mobilidade, como as de um guerreiro furtivo. Tinha cabelos curtos e roxos, pele branca e olhos azuis. Estranhamente, era mais parecido com uma pessoa normal do que os dois nanotecs que Chen Zhen enfrentava.

Antes que pudesse questionar quem era e o que estava fazendo ali, Chen Zhen sentiu o chi de um segundo humano, além dele próprio, naquele recinto, no exato momento em que uma sombra passou por cima de ambos. Olhou para cima. O parceiro do nanotec ao seu lado, aparentemente um espadachim de Hanatsuki, com cabelos longos e negros, cútis branca como a de Natsuki Izuko e olhos cor de sangue, deslizava pelo ar, de espada em punho.

- Lamina da morte.

O guerreiro de Hanatsuki bradou o nome de sua técnica, desferindo um corte vertical de cima para baixo que compeliu os dois nanotecs, que pareciam enraizados ao solo desde que chegaram, a se moverem, abrindo uma brecha.

A maneira como a espada havia crescido durante a execução da técnica chamou a atenção de Chen Zhen para o aspecto da arma. Ele percebeu que sua lâmina não era feita de metal, mas de outra coisa. Uma coisa sombria.

O mestre Kioshin havia compartilhado com ele algumas histórias relacionadas ao povo de Hanatsuki, e o principal objeto de suas pesquisas acadêmicas recentes.

Magia Negra. Uma categoria de magia até então pouco conhecida e estudada, que se difere da magia convencional. Alguns estudiosos entusiastas de Hanatsuki adotaram como missão de suas vidas desbravar esse campo do conhecimento, a fim de mapear possíveis utilizações do mesmo para seus propósitos militares. Os boatos diziam que o domínio correto da magia negra, pejorativamente alcunhada por seus detratores como feitiçaria (Chen Zhen se lembrou que Kioshin usara essa palavra para se referir aos amuletos de selamento que os soldados de Magna colocaram na testa da senhora Izuko) ocultismo, blasfêmia, heresia, necromancia, entre outros nomes asquerosos, permitia ao seu usuário moldá-la para assumir a forma desejada, como a de uma arma, por exemplo, ou mesmo invocar criaturas sobrenaturais habitantes de outro plano (pensar nisso causou em Chen Zhen um segundo estalo. Criaturas místicas, como a mulher com orelhas de raposa que ele só pudera ver de soslaio por uma fração de segundo; aquela mulher saiu de cena, e em seguida este guerreiro de Hanatsuki usuário de magia negra surgiu; Chen Zhen juntou as peças). Se Hanatsuki, com seu poderio militar, era a peça rainha que poderia definir o resultado de uma guerra mundial entre os reinos, a magia negra, por sua vez, era uma carta coringa a mais que, se usada corretamente em conjunto com o poderio bélico e inteligência militar do reino, poderia ditar as regras do jogo e, em casos extremos, contribuir para uma revolução a nível global e a instauração de uma nova ordem mundial. Quando ouvia as histórias sobre magia negra e seu potencial, Chen Zhen se perguntava se tamanho poder não teria um preço de igual magnitude a ser pago para ser usufruído. Quais seriam as consequências da utilização de Magia Negra no corpo, mente, espírito, humanidade e salvação perante os deuses, de uma pessoa? Não seria um fardo grande demais para carregar, capaz de desintegrar alguém vivo?

- Sou Ryuko, um nanotec amigo de Satoru.

O aliado ao lado de Chen Zhen se apresentou, puxando-o de volta do seu devaneio e esclarecendo que era, de fato, um nanotec, bem como revelando o nome do portador da espada feita de magia negra. Aparentemente, o nanotec de Magna Ryuko e o espadachim de Hanatsuki Satoru eram não apenas parceiros, como também eram amigos. Apegado à sua terra de Kiaulen e a seus irmãos Genji como era, para Chen Zhen tal conceito como uma amizade intercontinental e interracial era algo não visto com frequência. Ele devolveu a cortesia.

- Eu sou Chen Zhen, discípulo do mestre e patriarca de Kiaulen Kioshin Yi, pela graça dos deuses.

- Acho que não nos conhecemos - o nanotec aliado respondeu - estamos do lado de Natsuki Izuko, vá para onde está o Miyamura, deixe que nós cuidamos desses dois.

Se estavam do lado da senhora Izuko, estavam do lado do mestre, Chen Zhen pensou. Não havia tempo para filosofar sobre magia negra, investigar a bússola moral e a honestidade das palavras dos aliados de última hora (uma leitura de chi apressada e superficial sugeria que o homem chamado Satoru possuía sangue nas mãos, mas não necessariamente más intenções; o aspecto mais em evidência no espectro de chi de Miyamura Kaito era maldade; no de Satoru, confusão), ou se perguntar como eles sabiam que Chen Zhen estava no encalço de Miyamura Kaito. Ele tinha sua missão a cumprir, o tempo passava inexoravelmente, estava claro que não conseguiria passar pelos dois nanotecs sem ajuda, e os deuses lhe enviaram essa ajuda. Tinha agora uma chance de passar pela barreira até então intransponível que eram os nanotecs guardiões de Miyamura. Desperdiçá-la estava fora de questão.

- Eu agradeço - Chen Zhen fez a saudação de Kiaulen, que consistia em segurar o punho direito fechado com a mão esquerda na altura do peito - Tomem cuidado. Esses adversários são extremamente perigosos.

Esperou que Ryuko e Satoru agissem como a linha de frente, investindo contra os robôs e chamando a atenção dos mesmos para si, e então aproveitou o momento para desaparecer do jardim a céu aberto, correndo a toda velocidade e retomando o seu caminho pelo que restava dos corredores internos destruídos, em direção ao camarim de Bianca Mori.

Estrondos e explosões começaram a se fazer ouvir, vindos da direção do jardim, que Chen Zhen acabara de deixar para trás. Ele deduziu que a batalha havia escalado a níveis ainda mais devastadores, não muito distante de um cenário de confronto entre duas armas nucleares (esse foi o momento no qual Yumi, Sayuki e Sayako se juntaram à batalha) mas seguiu em frente.

Em poucos instantes, a porta do camarim de Bianca Mori estava novamente diante dele. Zelar pelas boas maneiras batendo antes de entrar estava fora de cogitação em uma situação como aquela, bem como poderia ajudar Miyamura a preparar uma armadilha para ele. O elemento surpresa, ao contrário, era um eficaz aliado. Sem cerimônia, Chen Zhen simplesmente atirou-se em direção à grande prancha marrom de carvalho, projetando o ombro para a frente com o objetivo de arrombá-la. Quando seu corpo se chocou contra a madeira, pôde sentir e ouvir trancas e dobradiças saindo do lugar pela violência do golpe. A porta se abriu violentamente para trás, emitindo um estrondo ao bater com força contra a parede do lado de dentro. Chen Zhen entrou e localizou seu alvo.

Miyamura Kaito estava debruçado sobre um móvel do aposento, que parecia um meio termo entre uma cama e um sofá. Seu rosto era uma máscara diabólica de sadismo e lascívia. Usava o peso do próprio corpo para imobilizar e submeter o outro corpo que estava abaixo dele. Ainda estava completamente vestido com o uniforme de major de Magna que Chen Zhen o vira usar no salão. Sua calça parecia estar completamente vestida até em cima. Chen Zhen ainda tinha tempo de impedir o pior.

Por baixo do corpo de Miyamura, havia outro corpo, menor e mais magro, sendo subjugado por ele através da força física. O semblante e as roupas eram totalmente diferentes do que Chen Zhen vira no palco, mas não havia dúvidas. Era Bianca. Ainda tinha no rosto a maquiagem usada na apresentação, ligeiramente borrada pelas lágrimas. Seu pescoço estava prisioneiro de uma das mãos de Miyamura, que provavelmente a privava de respirar naquele momento, pois seus olhos estavam ligeiramente inchados e lacrimejantes, e saliva saía de sua boca entreaberta. A outra mão do major lutava para invadir a blusa que parecia ser a última linha de defesa antes de chegar ao corpo. Uma das faces de Bianca estava avermelhada, possivelmente por conta de uma bofetada dada por Miyamura não havia muito tempo. Os dedos e unhas de suas mãos estavam vermelhos, provavelmente resultado dela ter lutado pela vida naqueles últimos minutos. Bianca tinha o olhar desfocado e os olhos semicerrados, como se estivesse entorpecida por alguma substância. Chen Zhen considerou a possibilidade de Miyamura tê-la drogado. Apesar disso, conseguiu ler naquele par de olhos marejados um turbilhão de emoções: um amálgama de raiva, frustração, pânico, medo e asco. Possivelmente ela resistiu o quanto pôde, até suas forças se esgotarem, e agora aguardava impotente e acuada o destino terrível que se aproximava dela.

A cena asquerosa diante dele fez o sangue de Chen Zhen ferver. Seus punhos quase sangraram, e seus dentes quase se partiram, pela força com a qual os apertou, e ele sentiu o próprio rosto se aquecer. Foi quase possível ouvir as batidas do seu próprio coração, bombeando sangue para todo o corpo com a potência de uma máquina industrial. Percebeu o exato momento no qual uma veia se destacou e se projetou em alto relevo na superfície de sua cabeça raspada.

O mestre Kioshin sempre pregou que um monge deve ser exemplo e guia espiritual para as demais pessoas, na busca pelo equilíbrio e pela iluminação, não deixando que as emoções humanas turvem o seu julgamento e influenciem suas ações. Mas ver aquela cena de abuso acontecendo diante de si fez Chen Zhen, que, não fazia muito tempo, segurara nos braços o corpo de um jovem Alto Genji enquanto este morria, e depois evitara que uma funcionária fosse violentada por um soldado bêbado, fraquejar. Pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu ódio acompanhado da vontade de matar. A tentação de cravar os dedos da mão na garganta de Miyamura, arrancar sua traquéia de dentro do pescoço com um único golpe fortalecido pelo ódio, e banhar o próprio rosto com o sangue jorrando aos borbotões, começou a se roçar nele como uma súcubo tentando seduzi-lo.

Chen Zhen reuniu toda a força de vontade que pôde. Seria um homem parecido com Miyamura Kaito se sucumbisse à tentação e se tornasse escravo de seus desejos. Suspirou, tentando eliminar através da respiração e afastar para longe a ânsia de matar que tentara crescer dentro dele como uma erva daninha. Caminhou a passos apressados em direção a Miyamura, que estava de costas para si, parecendo não ter notado sua presença, apesar do violento arrombamento da porta momentos antes. Segurou firme com as duas mãos a gola do uniforme, e deu um violento puxão, arrancando Miyamura de cima de Bianca e fazendo seu corpo voar para trás e bater na parede com força suficiente para fazer caírem alguns objetos que estavam pendurados nela.

- Major Miyamura Kaito - Chen Zhen se dirigiu a seu alvo tentando não demonstrar emoções pessoais - eu sou Chen Zhen, de Kiaulen. Represento o patriarca e mestre Kioshin Yi. Já chega dessa loucura, major. Ordene a seus homens que deixem estas pessoas em paz e vão embora (Chen Zhen não estava ciente que a escaramuça no salão principal havia terminado, e que os soldados de Magna aptos a se mover já tinham fugido), e deixe em paz esta garota.

Ele terminou de dizer isso já se preparando para assumir a posição de ataque, pois sabia que alguém como Miyamura Kaito não seria dissuadido apenas com palavras.
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Mensagem por Bianca Dom Jun 25, 2023 9:11 pm

"Eu não quero que isso aconteça.. eu não quero"...

Essas palavras giravam como pequenos redemoinhos na mente de Bianca, enquanto ela tentava se soltar de seu atacante, em vão. Sentiu a mão dele em seu pescoço, apertando de leve, e aos poucos a sufocando como uma mão de ferro. Ela estava sufocando, e ele não via isso? Tão absorto na sua tentativa de lhe tocar os seios, que iria ter somente um cadáver para usar para suas vontades sórdidas. Ela via tudo embaçado agora, e pensou se não era melhor morrer do que ter seu corpo profanado daquela forma. Uma raiva, uma frustração tão grandes começaram a crescer dentro do seu peito, com uma vontade de gritar e arranhar seu captor. Ela tentou mais uma vez se mexer dali, em vão, ouvindo aquelas palavras nojentas. Àquelas alturas o parco oxigênio no seu cérebro estava fazendo com que ela visse coisas, pois ela viu a porta da sala praticamente explodir para o meio do recinto, e um homem aparecer por detrás dela.

O homem falou algo que ela não compreendeu direito, e finalmente sentiu o ar entrando nos seus pulmões, quando seu captor foi finalmente retirado de cima de seu corpo. Quando o ar entrou por sua garganta irritada, um ataque de tosse veio com toda a potência, e ela sentou na chaise, tentando entender o que acontecia.

- Major Miyamura Kaito, eu sou Chen Zhen, de Kiaulen. Represento o patriarca e mestre Kioshin Yi. Já chega dessa loucura, major. Ordene a seus homens que deixem estas pessoas em paz e vão embora, e deixe em paz esta garota.

Olhou para aquele homem nojento na sua frente, que levantava do chão, rindo da cara de Chen Zen.

- Quem você pensa que é para me ordenar alguma coisa? Só porque conseguiu passar pelos meus seguranças, isso não quer dizer que vai passar por mim - ele tinha um olhar de louco, e se preparou para lutar com Chen Zen.

"Se eu não estivesse tonta desse jeito e com minhas espadas de verdade aqui... já teria acabado com esse desgraçado há muito tempo... teria ajudado as meninas...teria..." Bianca sentiu as lágrimas vindo com tudo descendo seu rosto, e seu coração começou a palpitar freneticamente no seu peito. Ela era uma inútil sem suas armas, sabia disso... Era uma completa fraca, e inútil mulher... nem para ajudar suas amigas... ela fechou suas mãos tão forte que sentiu suas unhas cravando nas palmas de suas mãos, sentiu o chiado nos ouvidos de quando o nível da sua adrenalina estava mais alta que o normal. Apertou a roupa na altura do coração, como se isso ajudasse a acalmá-lo, mas tudo em vão. Os pensamentos derrotistas só aumentavam sua raiva. Ser uma perdedora a deixava imensamente com ódio de si mesma e de todos a sua volta. Olhou para aquele inútil a sua frente, assassino, que fizera tantas pessoas sofrerem naquela noite, e viu tudo ficar com um tom avermelhado. Como se uma luz vermelha tivesse sido acessa na sala. Seu coração batia como se ela tivesse corrido uma maratona. Ela apertou as mandíbulas e começou a gemer baixinho, na tentativa de se controlar, mas não estava conseguindo.

- Vem aqui se meter enquanto eu estava me divertindo com essa vadia, estragou minha diversão! Agora vai ter que pagar por isso! - ele apontou um dedo para Chen Zen, com cara de escárnio, que saiu de sua visão quando algo pulou em cima dele, o desequilibrando. Ele só não caiu no chão, porque se amparou na parede, e percebeu então que era Bianca que estava grudada no seu corpo, firmando as pernas fortes em seu tórax, enquanto arranhava seu rosto e pescoço com suas unhas, gemendo e grunhindo. Ele tentou retirá-la, afastá-la, mas isso parecia só piorar, pois ela começou a usar os dentes também, mordendo onde achava carne - Mas que MERDA é isso??? SAI DE CIMA DE MIM, SUA LOUCA! - ele gritou, sem saber muito bem o que fazer, pois ela não parecia a mesma mulher tonta e indefesa que estava embaixo de seu corpo há poucos instantes. Ela tinha uma força impressionante. Ele sentia o rosto, pescoço, cabeça, mãos, antebraços, todos ardidos, pois ela tinha feito um estrago bem grande, e isso o tirou do sério. Quem aquela puta achava que era?!

- AGORA CHEGA! - ele falou aquilo ao mesmo tempo que dava dois socos na altura das costelas de Bianca, que soltou um grito alto, e se soltou dele, caindo no chão, sentada, e gemendo de dor - Você não serve para mais nada agora, então não me atrapalhe - ele sacou a pistola de prata rapidamente em direção a Bianca, que não viu forma de desviar tão rápido quanto gostaria. Ela sentiu o braço direito ardendo, pois conseguiu desviar só um pouco para o lado, o mais rápido que pode. O tecido da sua roupa já servia justamente para não aparentar os ferimentos, então ela simplesmente levantou e foi para perto de Chen Zen. Não podia aparentar fraqueza nesse momento, ou perderiam dele!
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Mensagem por Satoru Koji Qua Jun 28, 2023 3:28 pm

" Não tenha medo de ser o que você é, use o poder que seu sangue lhe oferece e domine o caos que o mundo irá lhe oferecer."

Satoru por um momento ouve uma voz feminina em sua mente, como se a brisa do local tivesse se comunicado com ele, uma voz suave, doce e gentil. O que foi isso? de onde essa voz veio e o que ela quis dizer? Por um momento, ele ouve uma outra voz, agora de uma garota Hanatsuki pequena, chamando-lhe a atenção.

"- NÃO DORME ACORDADO AI NÃO MOÇO, OU VAI PERDER A CABEÇA!" - Dizia a garota dando tiros de canhão em direção ao dois nanotecs de Miyamura.

- Uma outra Hanatsuki? Mas que diabos é esse... - Sem dar tempo dele e concluir sua fala, ele nota a presença outra Hanatsuki, quase idêntica a outra. - O que está acontecendo aqui? - Ele fala baixo.

"- Ai tiozão, pra matar esses treco tem que ser com fluido vital! Eu vou ajudar, mas, a minha irmã vai prender eles por pouco tempo, é o tempo que temos ouviu? Ela só precisa de 3 minutos para invocar a parada dela! Manda a ver comigo ai, a Yumi e o teu bebê tem que injetar o treco juntos! Falô?"

Satoru olha para a garota que havia lhe chamado de "Tiozão" com os olhos serrados por um momento, ele não havia idade o suficiente para der chamado com aquele apelido e aquilo o deixou um pouco irritado, fazendo com que duas veias saltassem sobre sua cabeça. Em seguida, voltou a olhar para o monge que agora conversava rapidamente com Ryuko.

"- Eu sou Chen Zhen, discípulo do mestre e patriarca de Kiaulen Kioshin Yi, pela graça dos deuses."

" Discípulo de Kioshin? o famoso mestre das artes marciais de Kiaulen? " Por um momento Satoru se espanta ao ouvir o nome do monarca, pois sua lenda era famosa em magna, principalmente pelo mercadores locais. Diziam que as vezes podiam ver o senhor monge treinar, e em seu treinamento, sombras em forma de luz surgiam em sua volta, replicando seus movimentos em seguida. Provavelmente Chen Zhen não é qualquer monge para Kiaulen traze-lo consigo.

"- Eu agradeço - Chen Zhen fez a saudação de Kiaulen, que consistia em segurar o punho direito fechado com a mão esquerda na altura do peito - Tomem cuidado. Esses adversários são extremamente perigosos."


- Pode deixar - Ryuko retribui a saudação de Chen Zhen fazendo um positivo com o polegar.

O nanotec de Satoru escuta atenciosamente as palavras da pequena Hanatsuki enquanto observa o monge se direcionar rapidamente para um dos camarins. Ryuko respira fundo, serra seus punhos e então fica em formação de combate, deixando seus punhos afrente de seu rosto, seu pé direto a frente e o esquerdo um pouco atrás. Seu semblante agora estava sério, podia-se notar que de seu corpo, um vapor começava a sair, ele estava forçando seu sistema a trabalhar mais rápido e sua visão e percepção estavam mais apurados.

- Koji, você pode ser mais do que você já é, você sabe disso. - O nanotec olha para Satoru e sorri de lado. - Sempre que lutamos junto, sinto que você prende essa força que está contigo, nunca usou seu 100% nas nossas lutas... - Ryuko olha para os Nanotecs de Miyamura agora com uma expressão de raiva. - Não sei você quer esconder ou tem vergonha de ser o que você é, mas agora você não pode mais fazer isso, vidas estão dependendo da sua força. - Ele inclina o corpo para a frente fazendo a menção de ir ao ataque. - Precisa confiar em si mesmo, assim como você me fez pra mim. - Em piscar de olhos, Ryuko corre em direção ao dois nanotecs como um relâmpago, golpeia-os no abdômen, um em cada punho, causando um barulho estrondoso como se fosse um próprio relâmpago estivesse atingido o local.

Satoru serra seus punhos enquanto absorve aquelas palavras de Ryuko, chamas negras revelam sair dos mesmos, dos punhos a chama passa a se estender para o braço, do braço para peito, do peito para as pernas e cabeça, assim, o envolvendo por inteiro. Koji tinha medo de revelar seus poderes, por medo de ser rejeitado pela sociedade, por medo de ser julgado por ser quem ele era e por muito tempo ele escondeu isso, mas pelo visto, não escondeu bem de Ryuko, seu amigo por longa data.

- Obrigado amigo...

Agora com o corpo envolvido com a chama de seu poder, Satoru junta seus punhos ainda fechados em frente ao seu peito, fecha os olhos e se concentra. Um circulo magico com várias runas escrito em volta começa a surgir em sua frente, o tempo começa a mudar, a temperatura começa a baixar, o céu embranquece, flocos de neve então começa a cair e um vento forte começa a soprar entre aqueles que estavam no local.

- Deusa da terra gelada, aqui eu lhe invoco para o meu auxilio, cumpra seu contrato... Shirayuki.

Do circulo mágico, orelhas brancas como a neve que cai começa a surgir, logo após um rosto surge, um rosto feminino de cabelos longos e prateados, olhos brancos como as nuvens, um corpo humanoide de seus 1,75 havendo 9 caldas brancas de raposa.

Ato 1 Magna - O nascimento Kitsun10
Shirayuki, Summon de Kotaru

- Cumprirei meu dever... - A raposa humanoide responde ao chamado de Satoru enquanto o circulo de invocação se fechava abaixo dela. - E vejo que há mais pessoa com um poder... interessante por aqui... - Ela olha para a pequena Hanatsuki Sayako.

Satoru então aponta para dos dois Nanotecs a frente de Ryuko.

- São eles... precisamos imobiliza-los para injetar o fluido vital e acabar com essa luta. Preciso de sua ajuda. -

A raposa branca sorri enquanto se vira para o seus alvos, fazendo com seu vestido/kimono vermelho arrastasse pelo chão, que agora estava coberto pela neve e ao se mover, todos podiam ouvir barulhos de guizos ecoar pelo local, como se estivessem em uma dança tradicional feito pelos sacerdotes de Hanatsuki.

-Não precisava ter me convocado para essa luta... Há pessoas capacitadas para fazer esse serviço, mas farei um favor...- Ela estende a mão direita com a palma aberta e sussurra algumas palavras em direção a Sayako, logo após ela vira sua palma da mão para cima e assopra um vento gelado, mas gentil para a pequena Hanatsuki, como se fosse um pequeno " carinho" .


Continua...
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